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10 faculdades que os formados mais se arrependem de terem feito

O mercado, seja com poucas ofertas de emprego ou baixos salários, acaba levando muitos profissionais a arrependerem de suas escolhas

Segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), com base no Censo da Educação Superior, cerca de 56% dos estudantes que ingressam em uma universidade no Brasil acabam desistindo no meio do caminho ou trocam de curso durante a graduação.

Entre os motivos para a desistência, os dados indicam que a não identificação com o curso, dificuldades financeiras ou até mesmo a necessidade de mudar o turno fazem com que a maioria dos estudantes desista da escolha inicial do curso.

Embora os números sejam alarmantes, com mais da metade dos alunos parando ou trocando de curso, outro dado preocupante, publicado pela ZipRecruiter, identificou quais são os cursos cujos formandos mais se arrependem de suas escolhas profissionais.

Essa situação nos apresenta dois aspectos de um mesmo problema: além da desistência e mudança de curso, muitos alunos que conseguem se formar se arrependem da escolha feita após a conclusão da graduação.

A ZipRecruiter questionou mais de 1,5 mil pessoas formadas que estavam procurando emprego sobre os cursos de graduação que haviam concluído e conseguiu identificar um número significativo de profissionais arrependidos pela escolha profissional que fizeram.

Conforme o estudo, dois fatores foram determinantes para identificar as graduações que causam maior arrependimento entre os recém-formados: o primeiro é a baixa remuneração, e o segundo, a escassez de boas oportunidades de trabalho.

A combinação de baixas projeções salariais e dificuldades para encontrar um emprego resultou na identificação dos cursos com maior índice de arrependimento. Nesse contexto, 44% dos entrevistados totais afirmaram que, se pudessem voltar no tempo, teriam escolhido outro curso universitário para seguir.

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Faculdades com maiores números de arrependimento

  1. Jornalismo (87%): A área de jornalismo enfrenta desafios significativos devido à digitalização, que transformou o modo como consumimos notícias. Isso levou a cortes de empregos em veículos tradicionais e a um mercado saturado, pressionando os salários para baixo. O alto percentual de arrependimento pode ser atribuído à dificuldade de encontrar empregos estáveis e bem remunerados.
  2. Sociologia (72%): Formados em sociologia muitas vezes encontram um mercado de trabalho limitado fora da academia e da pesquisa, onde as posições são altamente competitivas e, em muitos casos, mal remuneradas. Isso pode levar a uma discrepância entre as expectativas e a realidade profissional, aumentando o arrependimento.
  3. Artes Liberais e Estudos Gerais (72%): Programas de artes liberais oferecem uma formação ampla, mas frequentemente criticada pela falta de foco em habilidades técnicas específicas demandadas pelo mercado de trabalho. Isso pode dificultar a busca por empregos bem remunerados, contribuindo para o alto índice de arrependimento.
  4. Comunicações (64%): Graduados em comunicação enfrentam um mercado competitivo, com muitos buscando posições em marketing, relações públicas e mídia. A variabilidade nos salários é alta, mas muitos acabam em cargos de entrada com baixa remuneração, o que pode levar ao arrependimento, especialmente quando consideramos que os mais satisfeitos ganham significativamente mais.
  5. Educação (61%): Profissionais da educação, especialmente em início de carreira, muitas vezes lidam com salários baixos, turmas lotadas e falta de recursos. Esses desafios podem levar a uma sensação de desvalorização profissional e arrependimento, apesar da paixão pela educação.
  6. Gestão e pesquisa de marketing (60%): Embora existam oportunidades nesta área, a competição é acirrada e nem sempre os cargos disponíveis oferecem a remuneração ou o crescimento esperado. Isso pode resultar em descontentamento entre os graduados.
  7. Assistência Médica/Clínica (58%): Apesar da demanda em algumas áreas da saúde, muitos profissionais enfrentam longas horas de trabalho, estresse elevado e, em algumas especialidades, salários iniciais mais baixos do que esperavam, o que pode contribuir para o arrependimento.
  8. Ciência Política e Governo (56%): Graduados podem encontrar um mercado de trabalho restrito, com melhores oportunidades muitas vezes concentradas em capitais ou regiões específicas. Além disso, a busca por cargos públicos competitivos ou posições em ONGs pode não resultar em remunerações altas.
  9. Biologia (52%): Embora exista um amplo interesse por esta área, muitos biólogos enfrentam um mercado de trabalho saturado e a necessidade de qualificações adicionais (como pós-graduação) para cargos bem remunerados, o que pode levar a frustrações e arrependimentos.
  10. Língua e Literatura Inglesa (52%): Graduados nessa área muitas vezes têm uma paixão pela leitura, escrita e crítica literária, mas podem se deparar com um mercado de trabalho limitado para essas habilidades, fora do ensino e da pesquisa acadêmica, o que pode resultar em empregos com remuneração abaixo do esperado.

Arrependi da minha faculdade, o que fazer?

Se você se formou em uma área com baixas oportunidades de trabalho e salários, a primeira recomendação é considerar a requalificação ou o aprimoramento de suas habilidades. Dados do Bureau of Labor Statistics dos EUA mostram que certas indústrias, como tecnologia da informação, saúde e engenharia, não apenas apresentam maior crescimento de empregos, mas também salários acima da média.

Investir em cursos de especialização, certificações ou até mesmo uma pós-graduação em áreas com alta demanda pode aumentar significativamente suas chances no mercado de trabalho e potencial de ganhos a médio prazo. Programas de pós-graduação, cursos de especialização e certificações profissionais são altamente valorizados no Brasil e podem ser um diferencial competitivo.

Instituições como a SENAI e a SENAC, além de universidades, oferecem cursos alinhados com as demandas do mercado que podem ajudar na transição para áreas em crescimento. A digitalização da educação também facilitou o acesso a cursos oferecidos por plataformas internacionais, como Coursera e Udemy, que permitem a aquisição de novas habilidades de forma acessível.

Além da educação formal, a experiência prática, seja por meio de estágios, projetos freelancers ou voluntariado, é fundamental para entrar em um novo campo. Construir uma rede de contatos profissionais e se manter atualizado sobre as tendências do mercado também são passos importantes.

Plataformas de networking, como o LinkedIn, podem ser excelentes recursos para conectar-se com profissionais da área de interesse e descobrir oportunidades. Em um cenário de constante mudança, a capacidade de adaptar-se e a disposição para aprender continuamente são as chaves para superar as limitações iniciais da escolha de formação e encontrar satisfação e sucesso na carreira.

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