12 órgãos do corpo humano que podemos viver sem eles
Sim, existem alguns órgãos do nosso corpo dos quais podemos viver sem eles, ou ao menos sem parte deles, confira quais são
A magnífica engenharia do corpo humano é uma fonte inesgotável de admiração. Composto por centenas de músculos, uma complexa estrutura óssea e incontáveis tendões, nosso corpo é um intricado sistema interligado que nos mantém vivos e funcionais.
No cerne deste sistema, encontram-se nossos órgãos, cada um com sua função distinta, trabalhando em harmonia para assegurar a manutenção da vida. No entanto, seria surpreendente saber que não precisamos de todos eles para seguir vivendo?
Graças à combinação da evolução da espécie humana com os progressos da medicina moderna, muitos indivíduos têm levado vidas plenas mesmo após a remoção ou ausência de alguns órgãos outrora tidos como indispensáveis.
Pensando no quanto esse é um assunto fascinante, hoje nós decidimos trazer 12 órgãos do corpo humano dos quais podemos viver sem eles ou parte deles, e o mais incrível, de maneira completamente natural e saudável. Ficou curioso? Então bora conferir quais são eles!
1. Vesícula biliar
O pequeno órgão conhecido como vesícula biliar tem como função primordial armazenar e concentrar a bile, a enzima responsável por auxiliar na digestão de alimentos ricos em gordura. Embora sua existência seja benéfica para um processo digestivo eficiente, a realidade é que o sistema intestinal pode funcionar sem ela. Em alguns casos, podem se formar cálculos biliares na vesícula, que são depósitos cristalinos do fluido digestivo, causando desconforto significativo.
Quando essas pedras se tornam um problema recorrente e de grande magnitude, é possível que o órgão seja removido por meio de um procedimento cirúrgico. Após a retirada, o principal ajuste que o indivíduo precisa fazer é na alimentação. Embora a ausência da vesícula biliar não seja prejudicial, a pessoa pode experimentar dificuldades digestivas relacionadas a alimentos muito gordurosos, já que a bile não estará tão concentrada no intestino.
2. Baço
No estágio fetal, o baço desempenha um papel crucial na geração de sangue e células imunológicas. Entretanto, após o nascimento, suas funções se adaptam para se concentrar no armazenamento de plaquetas, na fabricação de anticorpos e na eliminação de células sanguíneas anormais.
Dado o grande volume de sangue que circula pelo baço, qualquer trauma neste órgão pode levar a uma situação de risco de vida. Frequentemente, a remoção cirúrgica do baço é a abordagem mais segura para evitar complicações como hemorragia interna.
Embora a ausência do baço possa tornar o indivíduo mais suscetível a determinadas infecções, é possível levar uma vida normal sem a necessidade de substituí-lo.
3. Rins
Situados no sistema urinário, os rins têm uma forma peculiar e cumprem a função vital de eliminar toxinas do sangue e de produzir hormônios que regulam a pressão arterial. Perder ambos os órgãos colocaria em risco extremo a sobrevivência de qualquer indivíduo.
Contudo, a história é diferente se você ficar apenas com um rim. Esse cenário torna possível, por exemplo, ser um doador de rim em vida. Segundo a Fundação Nacional do Rim nos Estados Unidos, a preocupação primordial de viver com um único rim está na eventualidade de ocorrer algum problema com ele no futuro, visto que não haveria um órgão reserva.
No entanto, a vida sem rins não é impossível, embora desafiadora. Nesse caso, o indivíduo terá que submeter-se à diálise, um tratamento que simula a função renal, removendo toxinas e excesso de líquidos do corpo. Essa intervenção médica deve ser mantida por tempo indeterminado ou até que se realize um transplante renal bem-sucedido.
Isso explica por que pessoas nascidas com enfermidades que comprometem a função renal, como a doença renal policística, frequentemente buscam doações de rim para melhorar sua qualidade de vida.
4. Apêndice
Segundo informações da John Hopkins Medicine (hospital universitário e centro de pesquisa biomédica dos Estados Unidos), a comunidade médica ainda não chegou a um consenso definitivo sobre a real necessidade do apêndice em nosso organismo. O que se sabe é que esse órgão produz imunoglobulinas, um tipo de proteína que auxilia o sistema imunológico na luta contra infecções.
No entanto, o corpo humano possui outros órgãos que também produzem tecido linfático com objetivos semelhantes, o que torna o apêndice algo não essencial para a sobrevivência humana. De fato, muitos adultos e crianças acabam tendo o apêndice removido devido a quadros de apendicite, uma infecção que pode ser perigosa e levar ao rompimento do órgão se não for tratada a tempo, agindo quase como uma espécie de bomba-relógio biológica.
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5. Pulmão
Os pulmões desempenham um papel crucial em sustentar a vida de todas as células do nosso corpo. Basicamente, eles são responsáveis por captar o oxigênio que respiramos e enviá-lo para a circulação sanguínea, além de eliminar o dióxido de carbono, um resíduo gasoso, do organismo.
Mesmo que os dois pulmões trabalhem em conjunto nessa tarefa de forma ininterrupta, cada um deles é autossuficiente, contendo todos os componentes necessários para operar independentemente. Isso explica por que é possível viver com apenas um pulmão, algo que diversas pessoas, inclusive o Papa Francisco, fazem desde a juventude.
6. Órgão reprodutor
Embora os órgãos reprodutivos sejam essenciais para a procriação natural, viver sem eles não é impossível e, em determinadas circunstâncias, pode até ser vantajoso para a saúde. Por exemplo, indivíduos com útero frequentemente recorrem à histerectomia para aliviar condições como endometriose ou miomas.
Também é possível realizar uma ooforectomia, que consiste na remoção de um ou ambos os ovários, provocando o que alguns chamam de menopausa cirúrgica, já que a ausência de ovários interrompe o ciclo menstrual. Analogamente, a retirada dos testículos pode ser necessária em casos de câncer testicular.
A maior implicação de perder esses órgãos reprodutivos é a drástica redução dos hormônios sexuais, como estrogênio e testosterona, que têm papéis diversos no organismo. Em pessoas com hormônios femininos, o estrogênio é crucial para a manutenção da densidade óssea, regulação das ondas de calor e alívio da secura vaginal.
Para pessoas com hormônios masculinos, a testosterona é responsável por manter a força óssea, o tônus muscular e o crescimento capilar, entre outros aspectos. Felizmente, tratamentos de reposição hormonal estão disponíveis para aqueles que necessitam.
7. Cólon
Após a ingestão de alimentos, estes percorrem um trajeto que vai da boca ao esôfago, passando pelo estômago até chegarem ao intestino delgado. A próxima etapa é o intestino grosso, ou cólon, onde o que resta, geralmente sais e fibras indigeríveis, é processado para formar resíduos sólidos, que são educadamente referidos como “número dois”.
Embora o cólon tenha um papel crucial neste processo, avanços médicos e cirúrgicos tornaram possível viver sem parte ou todo este órgão. Colectomias, as cirurgias de remoção parcial ou total do cólon, são mais comuns do que se pode pensar; de acordo com o Medscape, elas compõem cerca de 10% de todas as cirurgias realizadas nos Estados Unidos.
O Centro de Cirurgia Colorretal da UCSF indica que a remoção do cólon pode ser necessária em casos como diverticulite, câncer de cólon, colite ulcerativa, pólipos, doença de Crohn, e também em situações de perfurações e obstruções intestinais. Comumente, o procedimento é seguido de uma ileostomia, uma abertura feita no intestino delgado que é conectada a uma bolsa externa, permitindo a eliminação de resíduos mesmo na ausência do cólon.
8. Bexiga
Muitos poderiam achar que viver sem uma bexiga é impensável, já que ela desempenha um papel vital no sistema urinário, armazenando a urina até que seja eliminada. No entanto, em situações como câncer ou distúrbios inflamatórios, a remoção da bexiga é uma opção médica viável.
Conforme aponta a Clínica Mayo, após a extração da bexiga, geralmente é preciso recorrer a uma bolsa externa acoplada ao abdômen para coletar a urina, em um processo conhecido como urostomia, permitindo uma drenagem contínua dos resíduos líquidos do corpo.
Em cenários específicos, médicos podem até formar um reservatório com tecido intestinal que serve como um substituto para a bexiga. A urina, então, é coletada nesse reservatório e pode ser drenada periodicamente através de um cateter, eliminando a necessidade de uma bexiga funcional.
9. Amígdalas
Semelhante a outros componentes do sistema linfático, as amígdalas desempenham um papel importante em fortalecer nossas defesas imunológicas, capturando microrganismos invasores que entram pela boca e estimulando a produção de glóbulos brancos.
No entanto, elas não são os únicos guardiões do sistema imunológico, tornando possível sua remoção sem comprometer significativamente a saúde de um indivíduo. Vale ressaltar que, a eficácia das amígdalas na defesa imunológica tende a diminuir com a idade. Portanto, perder esses órgãos muitas vezes não representa uma falta irreparável para o sistema imunológico, especialmente na fase adulta.
10. Estômago
Pode parecer surpreendente, mas é inteiramente possível viver sem um estômago. Em casos de certos cânceres ou doenças hereditárias, a retirada do estômago pode ser a única opção disponível para o paciente. Há também situações em que pessoas com predisposição a determinadas enfermidades optam por essa remoção como uma medida preventiva.
Na cirurgia chamada gastrectomia total, o esôfago é ligado diretamente ao intestino delgado, alterando assim o curso usual do sistema digestivo. Essa modificação geralmente exige que o indivíduo faça ajustes na sua alimentação. No entanto, mesmo sem o estômago, é perfeitamente possível continuar a comer e digerir alimentos sólidos.
11. Tireoide
Embora possa parecer que a tireoide, essa glândula em forma de borboleta situada na região cervical, seja indispensável para a vida, a realidade é um pouco diferente. Esta glândula tem a crucial tarefa de produzir hormônios que orientam como as células do corpo utilizam energia, regulando assim o metabolismo. Pode-se pensar que a vida sem ela seria inviável, mas os avanços da medicina provam o contrário.
Conforme indicado pela Clínica Mayo, é possível substituir as funções dessa glândula através do uso de hormônios sintéticos que mimetizam os que seriam naturalmente produzidos pela tireoide.
12. Olhos
Frequentemente, subestimamos a importância de nossos olhos, encarando-os como algo que sempre estará lá. No entanto, embora sejam fundamentais para nossa percepção do mundo, eles não são órgãos vitais no sentido estrito do termo.
Há situações em que alguém pode perder um olho devido a um trauma ou ter que removê-lo por conta de câncer. Em casos excepcionais, indivíduos podem até nascer sem olhos. Mesmo que essa ausência represente desafios significativos na vida de uma pessoa, não compromete diretamente sua sobrevivência.
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