4 diferenças entre endometriose e a síndrome do ovário policístico
As diferenças entre endometriose e a síndrome do ovário policístico, confira informações valiosas para distinguir essas condições.
A endometriose e a Síndrome do Ovário Policístico são dois problemas ginecológicos que frequentemente afetam a saúde da mulher no Brasil.
Embora compartilhem alguns sintomas semelhantes, essas condições têm causas e características distintas. É essencial compreender as diferenças entre as duas doenças para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.
Endometriose
Se desenvolve lentamente e pode afetar de maneira drástica a fertilidade e qualidade de vida da mulher e, de acordo com a Associação Brasileira de Endometriose, a doença acomete em média entre 10 e 15% das brasileiras em idade fértil, ou seja, 7 milhões de mulheres.
Seu diagnóstico costuma ser feito entre os 25 e 35 anos, porém, muitas adolescentes apresentam os sintomas nas primeiras menstruações, mas acabam sendo minimizados como algo normal.
“A doença se caracteriza pela presença de tecido do endométrio, camada que reveste o útero e é responsável pelo sangramento durante a menstruação, para fora da cavidade uterina, podendo atingir o intestino e outros órgãos pélvicos, causando fortes dores abdominais”, explica o Dr. Marcos Tcherniakovsky, ginecologista e diretor de comunicação da Sociedade Brasileira de Endometriose (SBE).
Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)
Esta doença se caracteriza pela presença de pequenos cistos nos ovários, associados a um desequilíbrio do ciclo ovulatório e dos hormônios femininos.
Na SOP, os folículos ovarianos não amadurecem adequadamente, formando pequenos cistos nos ovários. Esses cistos podem causar desequilíbrios hormonais, levando a sintomas como menstruação irregular, aumento dos níveis de testosterona, acne, aumento de pelos corporais e dificuldade para engravidar.
Embora a causa exata da SOP ainda não seja totalmente compreendida, acredita-se que fatores genéticos, resistência à insulina e desequilíbrios hormonais desempenham um papel importante.
“O diagnóstico da SOP geralmente envolve a análise dos sintomas, exames de sangue para verificar os níveis hormonais e ultrassonografia para detectar a presença de cistos nos ovários”, comenta Tcherniakovsky.
4 Diferenças entre Endometriose e SOP
Embora tanto a endometriose quanto a SOP afetem a saúde feminina e possam causar sintomas semelhantes, existem diferenças importantes entre as duas condições. Confira quais são a seguir.
- Localização dos sintomas: na endometriose, os sintomas estão geralmente relacionados à dor pélvica, enquanto na SOP, eles estão mais ligados a desequilíbrios hormonais e irregularidades menstruais.
- Causa: a endometriose está relacionada à presença de tecido endometrial fora do útero, enquanto a SOP é causada por desequilíbrios hormonais e disfunção ovariana.
- Localização dos crescimentos: na endometriose, os crescimentos ocorrem fora do útero, afetando os órgãos pélvicos próximos, como ovários e trompas de Falópio. Já na SOP, os cistos se formam nos próprios ovários.
- Diagnóstico: o diagnóstico da endometriose geralmente envolve uma combinação de exame clínico, ultrassonografia e laparoscopia, enquanto o diagnóstico da SOP é baseado na análise dos sintomas, exames de sangue e ultrassonografia.
A endometriose e a síndrome dos ovários policísticos são duas condições ginecológicas distintas, embora possam compartilhar de algumas situações em comum.
A mais importante, talvez, seja que ambas são estimuladas por uma ação maior do estrogênio (hormônio feminino).
“É essencial que as mulheres busquem orientação médica adequada caso apresentem sintomas como dor pélvica, menstruação irregular ou dificuldade para engravidar. Um diagnóstico preciso e um tratamento adequado podem ajudar a melhorar a qualidade de vida e preservar a saúde reprodutiva”, finaliza o Dr. Marcos Tcherniakovsky.
Dr. Marcos Tcherniakovsky – Ginecologista e Obstetra – Especialista em Endometriose e Vídeoendoscopia Ginecológica (Histeroscopia e Laparoscopia). Atualmente é Médico Responsável pelo Setor de Vídeo-Endoscopia Ginecológica e Endometriose da Faculdade de Medicina da Fundação do ABC.
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