4 tecnologias espaciais do futuro — e quando elas devem acontecer
Fazendas solares em órbita, elevadores espaciais e viagens interestelares, quando essas tecnologias estarão disponíveis
A cada dia que passa, vemos governos e grandes empresas mais interessadas no espaço, dando a sensação de quem algumas pessoas sabem mais do que nós, e que algo de errado pode ou deve acontecer, e que somente alguns privilegiados tem acesso a essa informação.
Porém, as coisas não são tão conspiratórias como imaginamos não. Na verdade, as pesquisas espaciais de fato são muito importantes para a humanidade, a exemplo disso temos as comunicações, onde basicamente nossa comunicação hoje ocorre via satélites, a exemplo disso temos o GPS, internet, telefonia e várias outras coisas.
Outro fator que vai além do uso de satélites e sondas, é que acabamos nos beneficiando de estudos realizados a bordo de naves e da Estação Espacial Internacional. A medicina mesmo se beneficiou com o desenvolvimento do processamento digital de imagem, feito para os cientistas poderem observar com mais detalhes a superfície da lua.
Mas, indo um pouco mais além, pensando no que teremos no futuro relacionado a exploração espacial, aqui destacamos quatro tecnologias espaciais que podem surgir em algumas décadas, entender o que de fato são eles, e quando elas podem se concretizar — se é que isso vai acontecer.
As estimativas de tempo, não são basicamente uma previsão de quando essas tecnologias espaciais podem acontecer, mas, pretendem dar uma ideia aproximada de quanto trabalho ainda precisa ser feito para elas.
Fazendas solares espaciais
Quando essa tecnologia deve estar disponível: Entre 2040 e 2050
Na nossa realidade atual, a energia solar representa pouco mais de 5% de toda a eletricidade mundial, contudo, com um potencial de crescimento gigantesco, onde o espaço oferece um local ideal para aproveitar a energia solar sem bloqueios atmosféricos ou de nuvens.
Muito embora a ideia de construir painéis solares gigantes no espaço seja desafiadora, já existem avanços muito promissores. Em janeiro de 2023, por exemplo, o projeto da Caltech provou ser possível converter energia solar em micro-ondas e transmiti-la para a Terra.
O próprio Japão também está desenvolvendo sua tecnologia com objetivo de construir uma fazenda solar especial capaz de gerar 1 gigawatt de energia, fonte de energia está que é equivalente a uma usina nuclear.
Contudo, esse tipo de projeto envolve dificuldades logísticas e de engenharia gigantescas, como a construção de painéis solares gigantescos e o direcionamento preciso de energia transmitida via micro-ondas para o planeta Terra.
Viagem interestelar
Quando essa tecnologia deve estar disponível: Por volta de 2120
A missão mais rápida que a NASA já fez, a New Horizons, levou nove anos para chegar a Plutão, a 34 unidades astronômicas do Sol, e mesmo com a velocidade de 84 mil kms/h levaria cerca de 80 mil anos para alcançar Proxima Centauri, a estrela mais próxima.
Para viagens interestelares, tecnologias muito mais rápidas da que temos atualmente são necessárias. Na década de 70 o Projeto Daedalus sugeriu uma nave não tripulada movida por fusão nuclear que poderia atingir 12% da velocidade da luz.
Já em 2016, o Projeto Starshot propôs impulsionar pequenas naves espaciais a cerca de 20% da velocidade da luz utilizando lasers, chegando a Proxima Centauri em décadas. Contudo, seria necessário 100 gigawatts de energia, o que é equivalente a 100 usinas nucleares.
Uma solução possível para este caso, seria a utilização de fazendas solares em órbita para alimentar esses lasers, muito embora essa tecnologia esteja muito além da nossa capacidade atual. Contudo, indiscutivelmente, as estrelas esperam por nós, mas ainda dependemos da Terra por enquanto.
Elevadores espaciais
Quando essa tecnologia deve estar disponível: Segunda metade do século XXI
O conceito de elevadores especiais foi proposto pela primeira vez pelo cientista russo, Konstantin Tsiolkovsky. A ideia se trata da construção de um cabo que se estenderia da Terra ao espaço, permitindo uma alternativa mais segura para foguetes.
Esse cabo precisaria ser feita de nanotubos de carbo, 50 vezes mais fortes que o aço, contudo, o desafio está em fabricá-los em tamanho suficiente para os 100 mil kms necessários.
Apesar das dificuldades tecnológicas atuais, alguns cientistas acreditam que a construção de um elevador na Lua é viável mesmo com os materiais atuais, como o polímero de Zylon.
A proposta seria uma espécie de “fio espacial” que conectaria a Lua a uma órbita próxima à Terra, reduzindo e muito a quantidade de combustível necessário para missões lunares.
Apesar de ainda estarmos longe de vermos esse conceito sendo realizado, ele pode ser fundamental para missões espaciais futuras, bem como para missões de colonização de Marte, onde a infraestrutura de um elevador espacial seria indispensável para uma presença humana sustentável.
Energia nuclear na lua
Quando essa tecnologia deve estar disponível: Na próxima década
A Lua está devidamente sincronizada por maré com a Terra, o que faz com que sempre vejamos a mesma face, muito embora ela gire ao redor do nosso planeta em cerca de 27 dias. Com a maioria das regiões da Lua experimenta duas semanas de luz e duas de escuridão, uma base lunar movida a energia solar enfrentaria desafios para obter energia constante.
Logo, para resolver este problema, países e agências espaciais estão trabalhando no desenvolvimento de reatores de fissão nuclear para a Lua. A NASA, por exemplo, em parecia com o Departamento de Energia dos EUA, trabalham na construção de um reator capaz de gerar 40 quilowatts por pelo menos 10 anos.
A China e a Rússia também estão planejando ter uma estação lunar com reator nuclear, previsto para acontecer em 2033–2035, muito embora ainda enfrentem dificuldades com relação ao resfriamento do reator devido à ausência de ar na Lua.
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