6 partes do corpo humano que não precisamos mais
Existem partes do nosso corpo, aos quais simplesmente não precisamos mais, tudo isso, graças a evolução da nossa espécie
Quando falamos do corpo humano, é possível encontrar vestígios de uma longa jornada evolutiva que moldou a nossa espécie ao longo dos milênios. Algumas partes que um dia cumpriram funções vitais ou importantes para os seres humanos acabaram perdendo sua utilidade com o passar do tempo e das transformações evolutivas.
Esses resquícios, muitas vezes chamados de “vestígios evolutivos”, nos conectam com um passado distante e nos lembram da incrível história da nossa evolução biológica. Segundo Dorsa Amir, antropóloga do Boston College, nos Estados Unidos, o corpo humano pode ser comparado a um museu de história, repleto de traços que já foram fundamentais para nossos antepassados, mas que atualmente não desempenham mais papéis cruciais em nossa sobrevivência.
Ela compartilhou uma lista desses “sobras” em suas redes sociais, apontando para os resquícios que ainda carregamos, mesmo que alguns já tenham desaparecido em outras espécies. Neste texto, exploraremos seis partes do corpo humano que perderam sua utilidade ao longo do tempo, destacando como a evolução modelou nosso organismo e como esses vestígios evolutivos nos conectam com nossos ancestrais e a incrível jornada que levou à formação da nossa espécie.
1. Apêndice
Entre os vestígios “invisíveis” do corpo humano, o apêndice é possivelmente o mais reconhecido por muitos. Estudos científicos indicam que esse órgão desempenhava um papel na digestão de plantas ricas em celulose, que eram parte da dieta de nossos ancestrais.
À medida que nossa alimentação se diversificou, a função do apêndice diminuiu, conforme apontado por Amir. Contudo, cada vez mais pesquisas sugerem que o apêndice pode desempenhar um papel relevante ao armazenar bactérias benéficas para nosso sistema digestivo. Nesse sentido, o apêndice, que por muito tempo foi visto como um vestígio sem função, ganha uma nova luz com descobertas recentes sobre sua possível contribuição para nossa saúde e bem-estar.
2. Dente siso
Os últimos molares, conhecidos como sisos, costumavam ser essenciais para triturar carnes duras e cereais crus, que eram fundamentais na dieta ancestral humana. No entanto, como aponta Amir, nossa alimentação atual é consideravelmente mais suave, diminuindo a necessidade de mastigação intensa.
Além disso, nossas mandíbulas não possuem mais a mesma potência que tinham há milhares de anos. É interessante notar que os sisos não se desenvolvem em todos os seres humanos na atualidade. Em alguns casos, sua erupção pode causar dor ou perturbar a estética dental, deslocando os dentes adjacentes. Por essa razão, muitos dentistas recomendam a extração dos últimos molares, uma vez que sua função original não é mais tão relevante em nosso estilo de vida moderno.
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3. Músculos que arrepiam os pelos
Em tempos ancestrais, nosso corpo era coberto por muito mais pelos. Os músculos arrectores pilorum, ligados aos folículos capilares, desempenhavam um papel crucial ao arrepiar os pelos, tornando-nos visualmente maiores em face de situações ameaçadoras ou de risco.
No entanto, na atualidade, essa característica já não é tão relevante para nós. No entanto, em diversos mamíferos domésticos, como os gatos, esses mesmos músculos são empregados em resposta a situações de perigo, mostrando como a evolução equipou diferentes espécies de maneiras diversas para enfrentar os desafios do ambiente.
4. Palmar longo
Não é um atributo que todos possuam, mas existe um músculo singular que se estende do punho ao cotovelo. Aqueles que o têm podem notar uma protuberância fina no punho ao unir o dedo polegar ao mindinho.
Aproximadamente 10% da população humana já não possui esse músculo. Embora hoje ele não tenha uma utilidade marcante, em tempos passados desempenhava um papel crucial para nossos antepassados, fornecendo a força necessária para escalar árvores com destreza.
5. Mamilos masculinos
Os mamilos, sob uma perspectiva biológica, têm uma função bem definida: facilitar a amamentação. Entretanto, surge uma questão intrigante: por que os homens nascem com eles, se é nas mulheres que eles desempenham um papel crucial?
A resposta repousa no fato de que, durante o desenvolvimento embrionário, o corpo se forma de maneira similar, independentemente de ser feminino ou masculino. À medida que a testosterona, o hormônio responsável pela formação dos órgãos sexuais masculinos, entra em ação, os mamilos já se encontram em estágio de desenvolvimento.
6. Terceira pálpebra
Localizada no canto interno dos olhos, a terceira pálpebra é uma dobra de pele que lembra as membranas protetoras presentes em alguns animais, como aves, répteis e certos mamíferos.
Sua função primordial é manter os olhos úmidos e livres de resíduos. Entretanto, em humanos, o que resta é apenas uma reminiscência dessa membrana, e não temos qualquer controle sobre ela.
A razão para os humanos possuírem essa característica permanece obscuro. O que se sabe, no entanto, é que essa membrana é comumente encontrada em primatas, o que sugere que a perdemos ao longo de nossa evolução há muito tempo.
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