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7 coisas que o brasileiro faz para parecer que tem dinheiro

Em uma sociedade que valoriza cada vez mais a aparência, muitos brasileiros acabam rasgando dinheiro para parecer que são bem sucedidos

A sociedade atual vive um momento em que a imagem acaba contando muito mais do que a essencia. Esse fenômeno é cada vez mais observado nas redes sociais, onde as pessoas tendem a exibir apenas os aspectos positivos de suas vidas, adotando um padrão de vida que muitas vezes não reflete sua realidade.

Um estudo conduzido pela Universidade de Harvard sobre a classe média brasileira aborda justamente essa questão. A pesquisa revela como, especialmente as pessoas de classe média, esforçam-se para se distanciar das camadas mais pobres, projetando uma imagem que sugere uma proximidade maior com classes sociais mais alta.

Na busca incessante pela perfeição e pelo sucesso, as pessoas se esforçam para se destacar. No entanto, esse comportamento tem levado muitos brasileiros a acumular dívidas. Afinal, manter uma aparência de luxo custa caro, e frequentemente o dinheiro é gasto de maneira imprudente em troca de uma percepção de maior aceitação social.

Segundo alguns estudiosos no assunto, essa busca por diferenciação está profundamente ligada à extrema desigualdade social presente no nosso país. Nesse contexto, as pessoas mais pobres são frequentemente marginalizadas, enquanto aquelas percebidas como bem-sucedidas são vistas com bons olhos pela sociedade.

Aprofundando um pouco mais nesse tema, decidimos discutir o que os brasileiros fazem com mais frequência para transmitir uma imagem de sucesso. Um fenômeno que mostra uma tentativa cada vez maior de validar-se socialmente em um ambiente que valoriza excessivamente as aparências e esquece-se do essencial.

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1. Comprar roupas de marca

A compra de roupas de marca é uma forma muito comum de ostentação no Brasil. Isso porque as marcas são frequentemente associadas a um status de prestígio e exclusividade. Essa prática está ligada ao desejo de aceitação social e, muitas vezes, à busca por autoafirmação através do consumo de produtos que são culturalmente valorizados.

Consumir marcas famosas pode gerar um sentimento de pertencimento a uma elite, mesmo que esse sentimento seja baseado em uma percepção e não na realidade econômica das pessoas. Contudo, a pressão social para “aparecer bem” acaba levando a gastos excessivos em vestuário, muitas vezes levando ao endividamento.

2. Comprar carros com longos financiamentos

Comprar um carro caro financiado é uma prática super comum entre brasileiros que querem ostentar. Ter um carro novo, diferenciado, é visto como um símbolo de sucesso e riqueza. No Brasil, isso acaba sendo intensificado pelo alto custo dos veículos, onde, ter um carro caro acaba sendo algo grande.

De acordo com a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (ANEF), cerca de 60% dos carros vendidos no Brasil são adquiridos por meio de financiamento. O prazo desses financiamentos geralmente são de 60 meses, o que acaba indicando um comprometimento financeiro de longo prazo que muitas vezes não corresponde à real capacidade econômica do comprador.

Esse comportamento pode ser explicado pela “teoria do consumo conspícuo”, que vai além da utilidade chegando a uma comunicação social. Comprar um carro caro, mesmo que não seja economicamente viável, é uma forma de tentar pertencer a um grupo social mais elevado. Contudo, isso acaba causando repercussões negativas, como endividamento excessivo e estresse financeiro.

3. Comprar eletrônicos de última geração

Comprar um celular de última geração, é uma maneira que as pessoas tem de sentir que estão com o máximo possível. Normalmente, o lançamento de um modelo de um ano para o outro não justifica a troca do aparelho, haja visto que as mudanças tecnológicas são poucas. Contudo, ter o que há de melhor, é visto com bons olhos pela sociedade que valoriza pessoas prosperas.

Para se ter ideia, o mercado de smartphones no Brasil é um dos maiores do mundo. Segundo dados de 2021, o Brasil é o quarto maior mercado de smartphones, com vendas anuais que ultrapassam as 50 milhões de unidades. A rápida obsolescência tecnológica, alimentada pelos lançamentos frequentes de novos modelos pelas principais marcas, estimula a troca constante de celulares.

Esse comportamento de consumo pode ser classificado como “obsolescência percebida”, onde os dispositivos não são trocados por defeito ou ineficiências, mas por não serem mais os mais recentes no mercado e consequentemente, trazerem a satisfação de ter o melhor que é possível.

4. Viagens para destinos populares

As viagens para locais paradisíacos, luxuosos ou mesmo internacionais, são frequentemente utilizadas como uma demonstração de status social. Destinos como Europa e praias famosas são escolhidas muitas vezes pelo valor social que esses lugares representam. Mostrar-se em locais reconhecidos e valorizados socialmente pode reforçar uma imagem de sucesso e sofisticação.

Contudo, essas viagens frequentemente envolvem altos gastos com hospedagem, transporte e entretenimento, o que pode levar muitas pessoas a se endividarem. A escolha de destinos populares normalmente está ligada à influência das redes sociais, onde imagens de férias ideais são compartilhadas, aumentando a pressão para conformar-se a esses ideais.

5. Morar em bairros nobres ou em condomínios

Muitos brasileiros em busca de status social, escolhem morar em bairros nobres ou em condomínios. Normalmente, esses locais são associados a um estilo de vida prospero, que separa completamente pessoas bem sucedidas de pessoas mais simples, oferecendo segurança e exclusividade, além de ser um símbolo claro de sucesso financeiro.

Porém, essa escolha de viver em locais mais privilegiados, acabam trazendo a alugueis muito mais caros, e um custo extremamente alto para aquisição e manutenção de imóveis, levando muitas pessoas a se endividarem na busca por uma diferenciação social.

6. Frequentar restaurantes e bares da moda

Frequentar estabelecimentos da moda é outra forma de exibir status social. Restaurantes e bares populares acabam sendo cenários para ser visto e para interações sociais que podem reforçar o status social de uma pessoa. Esses locais muitas vezes são escolhidos pela sua popularidade nas redes sociais e pela presença de uma clientela considerada elitista.

Mas, vale lembrar que este comportamento de consumo acaba levando a gastos excessivos em alimentação e lazer, pressionando as finanças pessoais. Além disso, reforça padrões de consumo que valorizam mais a aparência e a exclusividade do que a qualidade ou a necessidade real.

7. Se iludir com marcas

A ilusão com marcas refere-se à tendência de valorizar excessivamente produtos de marcas específicas, independentemente de sua qualidade ou preço. Este comportamento é alimentado pela crença de que possuir marcas renomadas automaticamente confere um status superior ao consumidor.

Esta prática pode ser explicada pela teoria do consumo conspícuo, onde os produtos são usados como um meio de comunicação social, transmitindo status e prestígio. No entanto, isso muitas vezes leva à compra de produtos supervalorizados e ao endividamento, quando esses produtos não são realmente acessíveis ou úteis assim.

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