O Brasil é um grande produtor e exportador das mais diversas commodities e produtos. Contudo, existe um fato um tanto quanto curioso relacionado à exportação de determinados itens, principalmente quando comparado aos preços praticados no mercado internacional e no nosso mercado interno.
Isso porque algumas dessas commodities e produtos são, de fato, vendidos a preços mais baixos no exterior como uma estratégia de exportação do Brasil, com o objetivo claro de conseguir competir em pé de igualdade no mercado internacional. Contudo, acabamos nos deparando com produtos que são mais baratos para o exterior do que para os brasileiros.
A seguir, vamos te apresentar uma análise de produtos muito interessante que mostra a diferença de preços praticados pelos mesmos produtos quando comparados ao mercado internacional de exportação e o valor médio cobrado no nosso mercado interno para os mesmos produtos.
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O Brasil é um dos maiores produtores de petróleo e exportou cerca de US$ 42,5 bilhões em 2023. No mercado internacional, o preço médio do barril estava em torno de US$ 60, enquanto no mercado interno, o preço estava aproximadamente em R$ 350 por barril, equivalente a US$ 70.
Essa diferença de preço é atribuída principalmente à carga tributária (incluindo a CIDE e o PIS/COFINS) e à política de preços da Petrobras, que busca cobrir custos elevados de exploração, especialmente nas áreas do pré-sal. A estratégia de preços internos também visa manter a empresa estatal rentável frente aos seus desafios operacionais e de investimento.
Em 2020, o Brasil exportou US$ 6,8 bilhões em carne bovina, com um preço médio no exterior de aproximadamente US$ 4,50 por kg. No Brasil, o preço médio ficou em torno de R$ 40 por kg, cerca de US$ 8, quase o dobro do preço de exportação. A diferença de preço entre o mercado interno e externo pode ser explicada pelos altos custos de transporte e logística dentro do país, além de uma série de impostos e a margem de lucro dos retalhistas.
O mercado interno ainda enfrenta restrições de oferta que elevam os preços, enquanto os produtores buscam mercados externos para maximizar lucros, optando por preços mais competitivos internacionalmente.
A exportação de açúcares e melaços gerou US$ 15,8 bilhões em 2023, com o Brasil exportando 27 milhões de toneladas desses produtos. No mercado internacional, o preço médio desses produtos é significativamente menor do que o praticado internamente.
Isso ocorre devido à alta eficiência e escala das operações de produção nacional que permitem preços competitivos no exterior, enquanto no mercado interno, fatores como impostos sobre consumo, menores volumes disponíveis para o mercado interno após as exportações e custos de distribuição interna mantêm os preços elevados.
O Brasil é um dos maiores exportadores de soja do mundo, com exportações totalizando US$ 53,2 bilhões em 2023. Internacionalmente, o preço médio da soja brasileira é competitivo, cerca de US$ 400 por tonelada. No mercado interno, o preço pode chegar a aproximadamente US$ 450 por tonelada devido à alta demanda interna e custos logísticos.
A política de exportação favorece preços mais baixos no exterior para manter a competitividade global, enquanto que internamente, a soja é impactada por fatores como impostos e margens de comercialização.
As exportações de celulose alcançaram US$ 5,6 bilhões em 2020. O preço médio da celulose no mercado externo é de aproximadamente US$ 500 por tonelada, enquanto no Brasil o preço pode superar US$ 600 por tonelada devido à forte demanda das indústrias locais de papel e celulose, que competem com o mercado externo. A estratégia de exportação agressiva do Brasil visa capturar uma grande fatia do mercado global, enquanto a demanda interna elevada eleva os preços localmente.
O Brasil exportou US$ 13,6 bilhões em milho em 2023. No exterior, o preço médio do milho brasileiro gira em torno de US$ 150 por tonelada, enquanto no mercado interno, o preço tende a ser cerca de 10% a 20% mais alto. Essa discrepância deve-se à necessidade de manter a competitividade em mercados externos e à menor oferta interna após atender a demanda de exportação, além de custos logísticos e tributários mais altos no Brasil.
Em 2023, o Brasil exportou aproximadamente US$ 12,2 bilhões em farelos de soja. O produto é vendido no mercado internacional a cerca de US$ 310 por tonelada, enquanto internamente o preço pode alcançar US$ 350 por tonelada. A exportação a preços mais baixos é uma estratégia para manter mercados globais, especialmente em regiões onde o Brasil compete com outros grandes produtores como os Estados Unidos.
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