6 doenças mais comuns e cães e os principais sintomas
Conheça as 6 doenças mais comuns que afetam os cães, proporcionando um guia abrangente para identificação e cuidados.
Nossos adoráveis amigos de quatro patas merecem uma vida longa e saudável. No entanto, assim como nós, eles estão sujeitos a uma variedade de doenças que podem afetar sua qualidade de vida.
Conhecer as doenças mais comuns que acometem os cachorros e estar ciente das medidas preventivas pode auxiliar os tutores a proporcionar o melhor cuidado possível aos seus companheiros caninos.
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1. Ehrlichiose ou doença do carrapato
A Ehrlichiose, também conhecida como doença do carrapato, é uma doença infecciosa que afeta cães (e também outros animais) e é causada por bactérias do gênero Ehrlichia.
Essas bactérias são transmitidas principalmente através das picadas de carrapatos infectados, como o carrapato Rhipicephalus sanguineus, também conhecido como carrapato marrom do cão.
Existem duas espécies principais de Ehrlichia que afetam cães: Ehrlichia canis e Ehrlichia ewingii. A doença é mais comum em áreas com climas quentes e úmidos, onde os carrapatos são mais prevalentes. Os sintomas da ehrlichiose em cães podem variar em gravidade e podem incluir:
Fase Aguda:
- Febre alta;
- Letargia (fraqueza e cansaço excessivo);
- Falta de apetite;
- Aumento dos gânglios linfáticos;
- Sangramentos nasais;
- Hematomas inexplicáveis.
Fase Subclínica ou Crônica: os sintomas agudos podem diminuir, mas a infecção persiste, podendo haver:
- Episódios recorrentes de febre;
- Anemia (contagem baixa de glóbulos vermelhos) e trombocitopenia (contagem baixa de plaquetas);
- Perda de peso;
- Letargia contínua;
- Problemas oculares, como inflamação dos olhos (uveíte).
Fase Crônica Grave (Ehrlichiose Crônica ou Ehrlichiose Monocítica Disseminada): os sintomas se tornam mais severos e podem afetar múltiplos sistemas do corpo.
- Dores nas articulações e claudicação (mancar).
- Problemas neurológicos, como convulsões e dificuldade de coordenação.
- Insuficiência renal.
- Anorexia severa.
- Hemorragias.
O diagnóstico da ehrlichiose é feito por meio de exames de sangue, como testes sorológicos e análises laboratoriais para detectar a presença de anticorpos ou a própria bactéria no sangue.
O tratamento envolve o uso de antibióticos específicos, como a doxiciclina, administrados sob a supervisão de um veterinário. A doença pode ser tratável, especialmente se diagnosticada precocemente.
Prevenir a ehrlichiose em cães envolve medidas como manter os carrapatos afastados via produtos repelentes e medicamentos preventivos, além de verificar regularmente o pelo do seu cão para a presença de carrapatos e removê-los adequadamente.
Consulte sempre um veterinário para diagnóstico e tratamento adequados em caso de suspeita de ehrlichiose ou qualquer outra doença em seu cão.
2. Leishmaniose
A Leishmaniose é uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitidos aos cães (e também a humanos) por meio da picada de insetos vetores chamados flebotomíneos, também conhecidos como “mosquito-palha” ou “birigui”.
Existem duas formas principais de leishmaniose em cães: a visceral (ou calazar) e a cutânea.
Leishmaniose Visceral (Calazar): Essa forma da doença afeta órgãos internos do cão, como o fígado, o baço e a medula óssea. Os sintomas podem incluir:
- Perda de Peso e Fraqueza: os cães podem emagrecer rapidamente e ficar mais fracos.
- Apatia e Letargia: o cão pode ficar menos ativo e parecer mais cansado.
- Falta de Apetite: o apetite diminui ou desaparece.
- Aumento do Abdômen: devido ao aumento do fígado e do baço.
- Febre: os cães podem ter febre intermitente.
- Pele e Pelagem: a pelagem pode ficar sem brilho e a pele escamosa.
- Unhas: as unhas podem ficar mais longas e curvadas.
- Sangramento Nasal: em estágios avançados, pode ocorrer sangramento nasal.
- Conjuntivite: os olhos podem ficar inflamados.
Leishmaniose Cutânea: Esta forma da doença afeta a pele e pode levar a feridas e lesões cutâneas. Os sintomas podem incluir:
- Úlceras e Nódulos: feridas, úlceras e nódulos podem se desenvolver na pele.
- Perda de Pelos: a região afetada pode perder pelos.
- Lesões na Ponta das Orelhas e Focinho: são áreas comuns de lesões.
- Inflamação: a pele pode ficar inflamada e irritada.
A leishmaniose é uma doença grave e potencialmente fatal em cães. A prevenção é importante, especialmente em áreas onde a doença é endêmica. Em algumas áreas, existem vacinas disponíveis contra a leishmaniose.
Em áreas onde a doença é comum, é recomendado realizar exames regulares em cães para detectar a presença da doença.
Caso você suspeite que seu cão possa estar infectado, é importante procurar um veterinário para um diagnóstico preciso e orientação sobre o tratamento adequado.
3. Otite
A otite é uma condição médica que se refere à inflamação do ouvido, que pode afetar tanto os ouvidos externos quanto os médios e internos.
A otite é relativamente comum em cães e pode ser causada por uma variedade de fatores, incluindo infecções bacterianas, fúngicas ou parasitárias, alergias, acúmulo de cera, corpo estranho no ouvido, problemas de pele ou imunossupressão. Os sintomas da otite em cães podem variar de leves a graves e podem incluir:
- Coceira: Os cães podem coçar as orelhas com frequência ou esfregar a cabeça no chão, ou objetos.
- Vermelhidão e Inflamação: As orelhas podem ficar vermelhas, inchadas e sensíveis ao toque.
- Secreção: Pode haver secreção de pus, cera ou outros líquidos do ouvido.
- Odor Desagradável: Um odor desagradável pode ser percebido vindo das orelhas.
- Sacudir a Cabeça: Os cães podem sacudir a cabeça vigorosamente como uma tentativa de aliviar a sensação desconfortável no ouvido.
- Dor: Pode haver sinais de desconforto ou dor quando as orelhas são tocadas ou manuseadas.
- Perda de Equilíbrio: Em casos mais graves, quando a otite afeta os ouvidos internos, o cão pode ter dificuldade em manter o equilíbrio.
É importante que um veterinário avalie e diagnostique a otite em seu cão, já que o tratamento varia conforme a causa subjacente da inflamação.
O veterinário pode realizar um exame físico das orelhas do cão, coletar amostras de secreção para análise e, em alguns casos, recomendar exames de imagem para avaliar os ouvidos internos.
O tratamento da otite geralmente envolve a limpeza cuidadosa e apropriada do ouvido, seguida do uso de medicamentos prescritos pelo veterinário.
Lembre-se de que a otite pode ser desconfortável e dolorosa para o seu cão; por isso, é fundamental procurar um veterinário assim que você notar os sintomas. O tratamento adequado pode aliviar o desconforto do cão e prevenir complicações mais graves.
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4. Cinomose
A cinomose é uma doença viral altamente contagiosa que afeta cães e outros membros da família Canidae, como lobos e raposas.
Ela é causada pelo vírus da cinomose canina (CDV), que pertence à família Paramyxoviridae. A doença é grave e pode ter efeitos devastadores no sistema imunológico, no sistema nervoso central e em outros órgãos do corpo do cão.
A cinomose é transmitida principalmente por contato direto com secreções nasais e oculares de cães infectados, mas também pode ser transmitida pelo ar.
Além disso, objetos contaminados, tigelas de comida e água, bem como mãos e roupas humanas, podem transportar o vírus e propagar a doença.
Os cães mais suscetíveis à cinomose são filhotes não vacinados e cães com sistemas imunológicos enfraquecidos. Os sintomas da cinomose podem variar em gravidade e podem incluir:
Sintomas Iniciais:
- Febre;
- Letargia (fraqueza e cansaço excessivo);
- Perda de apetite;
- Secreção ocular e nasal;
- Tosse;
- Espirros;
Sintomas Gastrointestinais:
- Vômitos;
- Diarreia;
Sintomas Neurológicos:
- Convulsões;
- Tremores musculares;
- Ataxia (dificuldade de coordenação e equilíbrio);
- Paralisia;
Sintomas Cutâneos:
- Descarga nasal e ocular espessa e purulenta;
- Lesões na pele, como erupções cutâneas e úlceras;
Sintomas Respiratórios:
- Pneumonia.
Sintomas Oculares:
- Ceratoconjuntivite seca (olho seco).
Infelizmente, a cinomose não tem cura específica e o tratamento é principalmente de suporte. Os cães infectados geralmente precisam ser hospitalizados para receber cuidados, medicamentos para controlar sintomas e prevenir infecções secundárias
A recuperação pode ser incerta e muitos cães desenvolvem sequelas neurológicas permanentes, mesmo com tratamento.
A prevenção é a melhor abordagem contra a cinomose. Isso é feito por meio da vacinação adequada. É importante vacinar os filhotes em idade apropriada e continuar com as doses de reforço ao longo da vida do cão.
Manter o cão afastado de outros cães doentes e locais contaminados também é fundamental para evitar a propagação da doença.
Se você suspeitar que seu cão pode estar infectado com cinomose, é crucial buscar ajuda veterinária imediatamente. Um diagnóstico precoce e um tratamento de suporte adequado podem melhorar as chances de recuperação, embora os resultados ainda possam ser variáveis dependendo do estágio da doença.
5. Raiva Canina
A raiva é uma doença viral grave e fatal que afeta mamíferos, incluindo cães e humanos. Ela é causada por um vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus.
A doença é transmitida principalmente através da mordida ou arranhão de um animal infectado, com a saliva do animal sendo o meio de transmissão do vírus.
A raiva canina é uma preocupação significativa em termos de saúde pública, pois os cães infectados podem transmitir o vírus para seres humanos, e uma vez que os sintomas da doença se manifestam, a infecção é quase sempre fatal.
Os sintomas da raiva canina podem variar, mas frequentemente passam por três estágios distintos:
Estágio Prodrômico:
- Mudanças de comportamento: o cão pode se tornar mais recluso ou, ao contrário, mais agressivo;
- Febre baixa;
- Perda de apetite;
Estágio Furioso:
- Agitação extrema e inquietação;
- Comportamento agressivo e ataques sem motivo aparente;
- Hipersensibilidade a estímulos visuais e auditivos;
- Espasmos musculares;
- Salivação excessiva;
- Dificuldade em engolir, levando a uma reação violenta ao tentar beber água (hidrofobia).
Estágio Paralítico:
- Paralisia muscular progressiva, começando geralmente nas patas traseiras e se espalhando.
- Dificuldade de movimento.
- Dificuldade de respiração.
- A morte ocorre geralmente devido à falha respiratória.
A raiva é uma doença prevenível através da vacinação. A vacinação regular é altamente recomendada para todos os cães, já que a raiva é uma ameaça tanto para a saúde animal quanto para a saúde humana. Em muitos países, a vacinação antirrábica é obrigatória.
Se você suspeitar que um cão possa estar infectado com raiva, é importante evitar qualquer contato com o animal e notificar as autoridades de saúde ou veterinárias imediatamente. A raiva é uma doença séria e mortal, e medidas preventivas rigorosas são essenciais para controlar sua propagação.
6. Gripe canina
A gripe canina, também conhecida como tosse dos canis ou traqueobronquite infecciosa canina, é uma infecção respiratória altamente contagiosa que afeta cães.
Ela é causada por vários agentes patogênicos, incluindo vírus e bactérias, sendo o vírus da parainfluenza canina e a bactéria Bordetella bronchiseptica os principais responsáveis por essa doença.
A gripe canina é caracterizada por sintomas semelhantes aos de um resfriado humano, como tosse persistente, espirros, corrimento nasal e ocular.
A tosse é frequentemente seca, mas pode se tornar produtiva com o tempo. A doença pode se espalhar rapidamente entre cães, especialmente em locais onde cães estão em proximidade, como canis, abrigos, parques para cachorros e competições de cães.
Os sintomas da gripe canina incluem:
- Tosse: a tosse é um sintoma predominante e pode ser persistente e seca, às vezes lembrando o som de uma “tosse de cachorro” característica. Pode se agravar durante a atividade física ou excitação.
- Espirros: os cães afetados podem espirrar frequentemente devido à irritação nasal.
- Corrimento Nasal e Ocular: secreções claras ou mucosas podem ser notadas nas narinas e nos olhos.
- Fadiga: o cão pode parecer cansado ou menos ativo do que o normal.
- Falta de Apetite: alguns cães podem perder temporariamente o apetite.
- Febre: em casos mais graves, uma febre leve pode estar presente.
A maioria dos casos de gripe canina é autolimitada e os cães geralmente se recuperam com repouso, hidratação adequada e medidas de suporte.
No entanto, em alguns casos, especialmente em cães muito jovens, idosos ou imunocomprometidos, a infecção pode se tornar mais grave e levar a complicações respiratórias.
A prevenção da gripe canina é importante, especialmente em ambientes onde cães se reúnem regularmente. A vacinação pode ser recomendada para cães que frequentam áreas onde a doença é mais comum, como canis, abrigos ou instalações de treinamento.
A vacinação não impede totalmente a infecção, mas pode reduzir a gravidade dos sintomas. Consulte o seu veterinário para determinar se a vacinação contra a gripe canina é adequada para o seu cão.
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