Relacionamentos tóxicos engordam, é o que diz estudo

Estar exposta a um relacionamento tóxico, violência e ao estresse em casa pode ter efeitos significativos no peso das mulheres. Dados levantados pelo Estudo de Saúde da Mulher, desenvolvido pela Universidade de Michigan (EUA), mostram que situações de conflito e abuso podem desencadear alterações hormonais e emocionais, levando ao ganho de peso.

Essas mudanças podem ser resultado de uma série de fatores, incluindo o aumento do consumo de alimentos como forma de conforto ou a diminuição radical do apetite devido à ansiedade. Portanto, é fundamental que as mulheres estejam cientes desses impactos para buscar apoio e cuidado adequados.

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Relacionamento tóxico é aquele que ameaça o bem-estar emocional

A nutricionista e psicanalista especialista em emagrecimento feminino e desenvolvimento pessoal, Camila Ferraz, explica que um relacionamento tóxico é aquele que ameaça o bem-estar emocional, psicológico e físico. Mais do que isso, desperta sentimentos de menos valia, esgotamento, medo e insegurança e podem levar a um quadro de estresse pós-traumático.

Relacionamentos tóxicos estão repletos de situações estressantes: ao tentar manter as pessoas felizes, encaixar-se ou questionar-se sobre suas atitudes. 

O estresse afeta negativamente a saúde de várias maneiras e pode levar a dores de cabeça, náuseas, pressão alta, dores no peito, problemas de sono e obesidade. 

Também pode levar à depressão, ataques de pânico e outras formas de ansiedade e preocupação e pode piorar os sintomas de outras condições médicas. 

O ganho excessivo de peso, segundo Camila, é uma defesa do sistema inconsciente, que cria uma ‘capa protetora’, como se dessa maneira a mulher pudesse evitar ser vista, desejada, ou até mesmo violentada. Porém, ao mesmo tempo, este escudo influencia muito a autoestima da mulher, e para recuperá-la, é preciso ressignificar o trauma.

“A mulher precisa entender o que houve por uma nova perspectiva, dar uma nova direção após esta reinterpretação e na sequência criar hábitos e comportamentos que a fortaleçam, que a deixem segura e a ajudem a fazer as pazes com a própria imagem”, completa a especialista.

Além do fator de estresse, os relacionamentos tóxicos afetam o peso indiretamente. Em primeiro lugar, sair com pessoas tóxicas significa não ter apoio nos objetivos de perda de peso. Eles podem até sabotar os esforços de quem está de dieta, induzindo a beber mais do que deveria ou a comer alimentos que não ajudarão a atingir os objetivos.

“Ou ainda, fazendo você sentir culpa ao preparar refeições semanais, reservar um tempo para exercícios regulares ou priorizar o sono, itens importantes para a perda de peso a longo prazo. As pessoas que devem estar em seu círculo são aquelas que encorajam, apoiam, inspiram e motivam”, destaca Camila.

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Como voltar a se sentir segura com a própria imagem? 

A imagem exterioriza como a mulher está internamente, explica a nutricionista e psicanalista. “Ao passo que fortalecemos este ser, conseguimos uma mudança de postura, de autocuidado, de bem-estar e também na imagem. Um corpo inflamado, com a imunidade baixa, cansado, desanimado terá muito mais dificuldade em se reencontrar”, explica. 

A especialista sugere a introdução de pequenos hábitos no dia a dia, como beber mais água, dormir melhor, praticar alguma atividade física e optar por alimentos não industrializados, que fornecerão combustível para este resgate.

Ela destaca que o autoconhecimento é primordial para evitar que a mulher caia em relacionamentos ruins novamente. “É preciso entender o motivo da busca de padrões que não favorecem. Conhecer a si é como limpar as lentes dos óculos e parar de enxergar tudo embaçado”, finaliza.

Por Camila Ferraz, nutricionista e psicanalista especialista em emagrecimento feminino e desenvolvimento pessoal com formação em Nutrição pelo Centro Universitário São Camilo-SP, e especializações em Nutrição Funcional pela EAD-Plus, Emagrecimento e Nutrição Clínica, pelo Ganep, Fitoterapia Aplicada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP USP), e em Psicanálise e Psicossomática pelo Instituto Gaio, da sua experiência na área clínica, nasceu o projeto Desafio Cetox, que já impactou mais de 500 pacientes.