Fazer uma faculdade é o sonho de milhares de pessoas. Contudo, o sonho para muitos acaba se tornando um pesadelo. Isso porque, segundo uma pesquisa recente da ZipRecruiter, 44% de todos os candidatos atuais a um emprego com diploma universitário se arrependem da escolha da faculdade.
Os sentimentos dos candidatos a uma vaga de emprego em relação aos cursos universitário, está fortemente ligado às suas perspectivas de emprego no futuro. Nos cursos com mais arrependimentos, grande parte dos formados esperavam boas oportunidades de trabalho com bons salários.
Todavia, o que os profissionais têm encontrado pela frente, são dificuldades em conseguir boas ofertas de trabalho, o mercado se fechando para muitos profissionais, além de empregos que possuem salários muito abaixo daquilo que era esperado, perdendo assim, as expectativas futuras para suas carreiras profissionais.
Um fato curioso sobre os profissionais que mais se arrependem de sua faculdade, é que os dados tem se mantido relativamente estáveis desde 2016, ou seja, o panorama de arrependimento permanece inalterado, sendo os mesmos cursos e mesmos profissionais nos últimos 8 anos.
Leia também | 7 profissões que devem ter demissões em massa em 2024
Faculdades com maior taxa de arrependimento
Quase metade dos graduados universitários em busca de emprego, especificamente 44%, expressam arrependimento em relação à escolha de seu campo de estudo. Áreas como jornalismo, sociologia, comunicação e educação estão no topo da lista de cursos que os recém-formados desejam não ter escolhido, revela um estudo conduzido pela ZipRecruiter, que entrevistou mais de 1.500 indivíduos com diplomas universitários nessa situação.
Vamos conhecer agora os cursos com maior número de arrependimento:
Jornalismo (87%): A transformação digital mudou drasticamente o campo do jornalismo, reduzindo as oportunidades em meios tradicionais e aumentando a competição por vagas em novas plataformas. A dificuldade de encontrar posições estáveis e bem remuneradas contribui para o alto nível de arrependimento.
Sociologia e Artes (72%): Essas áreas são frequentemente criticadas pela falta de caminhos de carreira diretos e pela percepção de que não preparam os estudantes para trabalhos específicos em demanda no mercado atual, o que pode levar a desafios na busca por emprego relevante e satisfatório.
Comunicação (64%): Similar ao jornalismo, o campo das comunicações está altamente saturado, com muitos graduados competindo por um número limitado de posições. Além disso, a rápida evolução das tecnologias de comunicação requer habilidades constantemente atualizadas, o que pode ser um desafio para quem está no campo.
Educação (61%): Apesar da nobreza e da importância da profissão, muitos se arrependem de seguir carreira em educação devido a salários iniciais relativamente baixos, alta carga de trabalho e desafios no ambiente escolar, o que pode desencorajar mesmo os mais apaixonados pela área.
Gestão e Pesquisa de Marketing (60%): A concorrência acirrada e a necessidade de habilidades altamente especializadas podem tornar difícil para os recém-formados encontrar posições que atendam às suas expectativas de carreira e remuneração, levando a uma sensação de arrependimento.
Assistência Médica/Clínica (58%): Apesar da alta demanda em campos da saúde, a complexidade da especialização necessária e as pressões do trabalho podem não ser o que alguns esperavam ao escolher essa carreira, resultando em arrependimento.
Ciência Política e Governo (56%): As oportunidades de carreira nesses campos podem ser altamente competitivas e muitas vezes limitadas a centros urbanos específicos, como capitais e cidades com uma forte presença governamental, o que não atende às expectativas de todos os graduados.
Biologia (52%) e Língua e Literatura Inglesa (52%): Ambos os campos sofrem de mercados de trabalho saturados e um número limitado de posições que exigem tais especializações. Para biologia, posições de pesquisa e acadêmicas podem ser altamente competitivas, enquanto graduados em língua e literatura inglesa podem achar difícil encontrar trabalho fora do ensino, que não atende às expectativas de todos.
Estou fazendo um desses cursos, devo desistir?
Tomar a decisão de continuar ou não em um curso universitário que apresenta altos índices de arrependimento entre seus formados exige uma avaliação profunda e personalizada. Primeiramente, é essencial refletir sobre sua paixão e interesse pelo campo de estudo, bem como alinhar esses sentimentos com seus objetivos de carreira futuros.
A paixão pelo que se estuda pode ser um diferencial importante, capaz de impulsionar a superação de obstáculos profissionais e pessoais. Além disso, é importante investigar as oportunidades de mercado, considerando a demanda por profissionais na área escolhida e a flexibilidade das habilidades adquiridas durante o curso, que podem abrir portas em outras áreas ou indústrias.
Explorar alternativas também é um passo crucial antes de tomar qualquer decisão definitiva. Mudar de curso, adicionar uma especialização ou buscar experiências práticas por meio de estágios e projetos voluntários pode enriquecer o currículo e tornar o profissional mais atrativo para o mercado de trabalho.
Avaliar o custo dessa mudança, tanto em termos financeiros quanto de tempo, é fundamental para entender as implicações dessa escolha em sua vida a longo prazo.
Por último, buscar orientação de acadêmicos, profissionais da área e aproveitar os recursos disponíveis para orientação profissional pode oferecer perspectivas valiosas sobre o campo de estudo e sobre o mercado de trabalho.
Cada jornada é única, e enquanto as estatísticas podem fornecer um panorama geral, a decisão final deve considerar seus interesses pessoais, paixões e o valor que você encontra em seu campo de estudo. Se há convicção na escolha e estratégias para se adaptar às demandas do mercado, é possível construir uma carreira gratificante, independentemente das estatísticas de arrependimento.
Comentários estão fechados.