Os 10 países com maior escassez de trabalhadores da Europa
Muitos países europeus estão sofrendo com a falta de mão de obra, o que tem gerado preocupações com o futuro de suas economias
Diversos países da Europa estão enfrentando um problema em comum: o envelhecimento da população. O envelhecimento da população, juntamente com as tendências demográficas e a redução da taxa de natalidade nos países europeus, têm diminuído significativamente suas forças de trabalho e, ao mesmo tempo, criado uma dependência da população idosa.
Quer um exemplo? O ministro do Trabalho da Alemanha, Hubertus Heil, durante uma reunião de gabinete em Berlim, afirmou que faltarão cerca de 7 milhões de trabalhadores no país até 2035, caso nada seja feito, o que consequentemente será um grande obstáculo para o seu crescimento econômico.
A escassez de mão de obra na Europa afeta todos os níveis de qualificação, impactando setores fundamentais para o desenvolvimento dessas nações. Essa falta de trabalhadores nos países europeus tem feito com que muitos deles abram suas portas para imigrantes que desejam trabalhar lá, criando políticas de imigração mais facilitadas.
Diante desse cenário, vamos apresentar os 10 países da Europa que estão enfrentando os maiores desafios devido à falta de mão de obra. Para chegar a esses dados, utilizamos o Relatório sobre Escassez de Talentos publicado pelo Manpower Group para 2024.
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10. Áustria
A Áustria relata uma escassez crítica de mão de obra qualificada, com 78% das empresas enfrentando dificuldades para preencher vagas. Com 20% de sua população que já envelheceu, o país busca atrair mais de 15.000 trabalhadores qualificados de fora da UE anualmente até 2027, através do sistema de Cartão Vermelho-Branco-Vermelho. Apesar dessas iniciativas, há críticas apontando que melhorias nas condições de trabalho são necessárias para solucionar a escassez de maneira mais eficiente.
9. Espanha
Na Espanha, o setor hoteleiro está particularmente afetado, necessitando de cerca de 60.000 trabalhadores devido ao aumento do turismo internacional. A escassez de mão de obra qualificada também atinge 78% das empresas, enquanto 20% da população está envelhecida, aumentando a pressão sobre o mercado de trabalho.
8. Eslováquia
A Eslováquia viu um aumento significativo de trabalhadores indianos em 2022, chegando a 1.350 pessoas, devido à escassez de mão de obra nos setores de TI e automotivo. Trabalhadores asiáticos estão cada vez mais preenchendo vagas críticas, como motoristas de caminhão e soldadores, com a escassez de mão de obra qualificada atingindo 79% e 17% da população sendo considerada idosa.
7. Romênia
Um estudo nacional revelou uma carência de 300.000 trabalhadores em 2019 na Romênia, número que estava previsto para subir para 549.000 até o final de 2023 conforme os últimos dados que tivemos acesso. A escassez é agravada pela migração de profissionais, incluindo profissionais da saúde, trabalhadores temporários, especialistas em TI. Os dados apontam que a escassez de mão de obra qualificada pode chegar a 79% nos próximos anos na Romênia.
6. Reino Unido
Com 80% das empresas reportando falta de mão de obra qualificada e 19% da população já envelhecida, o Reino Unido viu um aumento no interesse por empregos pós-Brexit, especialmente de países fora da União Europeia, como Índia e Nigéria. O setor de assistência social e desenvolvimento de software estão entre os mais procurados, e o país aceitou 338.300 migrantes permanentes somente no ano de 2021.
5. França
Na França, a indústria emergente do hidrogênio procura preencher uma lacuna significativa de mão de obra, necessitando de aproximadamente 100.000 trabalhadores até 2030. Atualmente, enfrenta dificuldades devido à formação insuficiente e à escassez de trabalhadores qualificados, tendo apenas 6.800 novos postos de trabalho ocupados nos últimos dados que tivemos acesso (2022). A França está em busca de soluções para melhorar as condições de trabalho e atrair talentos.
4. Irlanda
Com 81% de suas empresas relatando dificuldades para encontrar mão de obra qualificada, a Irlanda vê cerca de 100.000 vagas abertas em dez setores críticos, incluindo construção, hospitalidade e saúde. Para mitigar esse desafio, o país acolhe 40.000 trabalhadores de nações terceiras anualmente e simplificou o processo de visto para facilitar a entrada de talentos qualificados.
3. Portugal
Portugal, com uma escassez de mão de obra de 81% e 23% da população que já é considerada velha, tem mais de 58.000 empregos em oito setores fundamentais não preenchidos por mais de 100 dias. O programa “Trabalhar em Portugal” foi criado para atrair trabalhadores estrangeiros, com salários competitivos em áreas como tecnologia da informação e saúde. A região central de Portugal, em particular, vê um aumento nas oportunidades de emprego.
2. Alemanha
Na Alemanha, metade das empresas enfrenta escassez de mão de obra, mesmo durante a estagnação econômica. Com 82% de escassez de mão de obra qualificada e 22% da população envelhecida, cerca de 1,8 milhões de vagas permanecem abertas sem qualquer candidato, impactando significativamente a economia. Indústrias como construção e manufatura são as mais afetadas, e o país busca ativamente soluções para esse problema persistente.
1. Grécia
Com a maior taxa de escassez de mão de obra qualificada da Europa (82%) e 23% da população considerada velha, a Grécia recentemente tomou medidas para legalizar cerca de 30.000 migrantes indocumentados. Essa ação visa abordar a falta aguda de trabalhadores em setores como agricultura, turismo e construção, exacerbada pela pandemia. Apesar das controvérsias, espera-se que essa medida facilite a integração dos migrantes no mercado de trabalho e alivie a escassez de mão de obra.
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