8 coisas com as quais pessoas de classe média jogam dinheiro fora
Muitas famílias de classe média acabam desperdiçando parte de suas rendas com itens que muitas vezes são ignorados
Atualmente, o endividamento e a inadimplência são situações cada vez mais presentes nas famílias de classe média. Segundo dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), a parcela dos brasileiros que recebem entre três e cinco salários mínimos é a que possuí mais contas em atraso, onde, 79,6% desse grupo estão passando por essa situação.
Não muito distante, as famílias brasileiras que recebem entre cinco e dez salários mínimos também estão enfrentando problemas com contas em atraso, onde cerca de 78% das famílias está endividada ou com contas em atraso. Essa situação contrasta completamente com a imagem pela qual muitas dessas famílias querem passar.
Afinal de contas, apesar de todos os problemas que a classe média enfrenta, frequentemente eles estão associados à busca por um padrão social de diferenciação quando comparado às pessoas mais pobres, o que acaba contribuindo para o maior endividamento e contas em atraso.
Como já mencionamos aqui em outro momento, um estudo de Harvard sobre a classe média brasileira, identificou uma tendência de diferenciação, onde as pessoas desse grupo tendem a procurar passar uma imagem de ascensão social, enquanto, na verdade, estão mais próximos da pobreza do que da classe social mais alta.
Acontece que, no Brasil, a classe média é uma classe social operaria, dessa maneira, embora, ganhem mais do que pessoas de baixa renda, caso enfrentem dificuldades financeiras, como a perda de um emprego, podem fazer com que em questão de poucos meses essas famílias se enquadrem no grupo de classe mais baixa.
Além de todo esse dilema, existem, ainda, algumas tendências de consumo, onde a classe média costuma desperdiçar mais dinheiro, e muitas vezes, mesmo tentando controlar seus gastos, acabam os fazendo, e consequentemente aumentando seus endividamentos.
A seguir, vamos te contar 8 coisas típicas com as quais a classe média tende a desperdiçar mais dinheiro, mas que, a longo prazo, são responsáveis por consumir uma parcela da renda dessas famílias.
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Compras por impulso
O comportamento de compra por impulso é exacerbado pelas estratégias de marketing e pela facilidade de crédito. Um estudo realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) revela que 52% dos brasileiros admitem fazer compras por impulso, sendo que as categorias mais comuns incluem roupas, calçados e eletrônicos.
Tarifas bancárias
A classe média brasileira enfrenta desafios muitas vezes desapercebido com tarifas bancárias excessivas. De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), existem mais de 80 tipos de tarifas que podem ser cobradas pelos bancos.
Muitos consumidores pagam por pacotes de serviços que incluem mais do que realmente necessitam. Um relatório do Banco Central do Brasil apontou que a comparação entre os pacotes oferecidos pode levar a uma economia significativa a longo prazo, pois muitos não utilizam todos os serviços inclusos nos pacotes mais caros.
Planos de telefonia móvel caros
Os brasileiros pagam algumas das tarifas mais altas de telefonia móvel da América Latina. Uma pesquisa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) mostra que muitos usuários permanecem em planos antigos com custos mais altos, sem procurar novas ofertas mais vantajosas que surgem com frequência no mercado.
Se você possuí o mesmo plano a um ou dois anos, é muito importante que entre em contato com sua operadora, seja de telefonia, quanto de internet, afinal de contas, os preços acabam sendo reajustados e muitas vezes, você está pagando mais caro por algo que agora está mais barato.
Taxas de juros de cartão de crédito
O Brasil tem uma das maiores taxas de juros de cartão de crédito do mundo. Segundo dados do Banco Central, a taxa média de juros no rotativo do cartão de crédito pode ultrapassar 300% ao ano. Isso significa que dívidas não pagas podem crescer exponencialmente, consumindo uma grande parte do orçamento familiar.
Gastos com carro
A posse e manutenção de um carro implicam em uma série de despesas contínuas. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) mostram que o custo total de propriedade de um carro inclui depreciação, combustível, manutenção, seguros e impostos, o que pode consumir grande parte do orçamento das famílias.
Viagens e turismo
O turismo é uma paixão nacional, mas também pode ser uma fonte de gastos excessivos. Um relatório da FGV (Fundação Getulio Vargas) indica que os brasileiros tendem a gastar significativamente mais em viagens do que com outros cuidados básicos, em termos proporcionais à renda. Muitas dessas despesas são influenciadas por decisões de última hora ou falta de planejamento, que resultam em preços mais altos de passagens e acomodações, bem como escolhas menos econômicas durante a viagem.
Alimentação fora de casa
Os gastos com alimentação fora do lar continuam a crescer. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o gasto médio mensal com alimentação fora de casa pode ser até três vezes maior do que preparar refeições em casa. Optar por cozinhar mais em casa pode representar uma economia significativa ao final do mês.
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