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A vírgula te assusta? Veja quando é obrigatório usar e quanto não

Esse pequeno sinal de pontuação – a vírgula, pode ser um verdadeiro mistério para muita gente. Uns acham que ela aparece só para complicar a vida; outros já a colocam em todo canto, “só para garantir”. Mas calma lá! A vírgula não é um bicho de sete cabeças. Na verdade, ela está aqui para organizar as ideias, deixar os textos mais claros e ajudar a transmitir exatamente o que você quer dizer.

Mas, como tudo na língua portuguesa, ela tem regras (e algumas exceções, claro). Vamos entender quando a vírgula é obrigatória, quando é opcional e quando você deve passar longe desse sinal.

Quando a vírgula é obrigatória

A vírgula tem suas “missões” bem definidas. Em algumas situações, ela é indispensável para que o texto faça sentido. Vamos ver alguns casos?

1. Para separar itens de uma lista

Se você está enumerando coisas, a vírgula é sua melhor amiga.

Exemplo:
Comprei maçãs, bananas, uvas e abacaxis.

Mas atenção: o último item da lista costuma ser precedido por “e” ou “ou”, e nesses casos, a vírgula não é obrigatória antes do “e”.

2. Em orações explicativas

Quando a frase traz uma informação adicional que poderia ser retirada sem mudar o sentido principal, a vírgula entra em cena.

Exemplo:
Maria, que é professora, adora ensinar gramática.

Aqui, o “que é professora” apenas explica quem é Maria. Se você tirá-lo, o resto da frase continua funcionando.

3. Para marcar vocativos

Vocativo é quando você chama ou se dirige a alguém diretamente.

Exemplo:
João, vem aqui!
Por favor, senhoras e senhores, façam silêncio.

Sem a vírgula, parece que você está dizendo que João “vem aqui”, como uma ação.

4. Para separar advérbios deslocados

Se você começa uma frase com um advérbio (palavras como “hoje”, “infelizmente”, “rapidamente”), a vírgula entra para deixar tudo mais claro.

Exemplo:
Hoje, vamos aprender mais sobre gramática.
Infelizmente, não poderei ir ao evento.

Veja mais, mas ainda hoje:

Quando a vírgula não é usada de jeito nenhum

Mas nem pense em colocar vírgula em lugares onde ela não pertence! Em alguns casos, ela só confunde.

1. Entre sujeito e predicado

Jamais separe o sujeito do predicado com uma vírgula.

Errado: O cachorro, latiu a noite toda.
Certo: O cachorro latiu a noite toda.

2. Antes do “e” ou do “ou” em listas simples

Como já mencionamos, em listas simples, o “e” dispensa vírgula antes dele.

Errado: Comprei maçãs, bananas, uvas, e abacaxis.
Certo: Comprei maçãs, bananas, uvas e abacaxis.

3. Em frases curtas e simples

Se a frase é curtinha e direta, não tem motivo para encher de vírgulas.

Errado: Eu, gosto de café.
Certo: Eu gosto de café.

Quando a vírgula é opcional

Agora, chegamos à parte em que a vírgula entra na categoria do “depende”. Sim, tem casos em que você pode usar ou não, dependendo do tom que quer dar à frase.

1. Para marcar pausas estilísticas

Às vezes, a vírgula é usada para dar uma pausa mais dramática ou enfática.

Exemplo:
Eu não sei, mas talvez você tenha razão.

2. Em elementos adverbiais não deslocados

Quando o advérbio está no meio ou no final da frase, a vírgula é opcional.

Exemplo:
Ontem à noite, eu li um livro.
Ontem à noite eu li um livro.

Ambos estão corretos!

Dica de ouro para a vírgula: leia em voz alta

Se você está em dúvida sobre onde colocar a vírgula, uma técnica simples pode ajudar: leia a frase em voz alta. A vírgula costuma acompanhar as pausas naturais da fala, embora isso não seja uma regra infalível.

Por exemplo:
Vamos aprender mais sobre gramática hoje.
Sem a vírgula, a frase é fluida. Agora veja com a pausa:
Vamos aprender mais sobre gramática, hoje.
Aqui, o “hoje” ganha destaque, como se você estivesse enfatizando o momento.

A vírgula pode assustar, mas ela está ali para ajudar você a organizar suas ideias e se expressar melhor. Errar ou acertar no uso dela pode mudar completamente o significado da frase — e até evitar mal-entendidos.

Agora que você sabe quando usá-la (e quando não), que tal praticar? A vírgula, afinal, não é tão complicada assim. Basta um pouquinho de atenção e, claro, prática.

Então, da próxima vez que ela aparecer no meio do caminho, não se assuste. Apenas respire, analise e escreva com confiança.

Rodrigo Peronti

Jornalista, especializado em Semiótica. Já atuou em grandes veículos de comunicação do país.

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