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Amor à primeira vista realmente existe? A ciência tem a resposta

Será que o amor a primeira vista existe? A ciência consegue nos explicar se isso realmente é possível, e nós vamos descobrir isso agora!

O conceito de amor à primeira vista captura a imaginação de escritores românticos há séculos, mas será que essa experiência arrebatadora tem fundamentos na realidade? A ideia de se apaixonar instantaneamente ao cruzar olhares com uma pessoa parece algo que sai de um conto de fadas, mas será que existe alguma verdade científica por trás desse fenômeno?

No mundo moderno, cercado por evidências científicas e análises racionais, a questão do amor à primeira vista se torna ainda mais intrigante. Enquanto alguns indivíduos relatam ter vivenciado essa poderosa conexão instantânea, os cientistas buscam entender o que realmente acontece em nosso cérebro e corpo nesses momentos.

Será que o amor à primeira vista é apenas um efeito dos hormônios e da atração física, ou existe algo mais profundo ocorrendo? E, mais importante, pode esse súbito sentimento de amor evoluir para uma conexão emocional duradoura e significativa? Neste artigo, mergulharemos nas descobertas científicas para desvendar os mistérios do amor à primeira vista.

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Existe amor a primeira vista?

Existem muitas coisas acontecendo nos estágios iniciais de um romance, que frequentemente estão carregados de uma série de fenômenos fisiológicos intensos, desde o disparo de hormônios até a ativação de regiões cerebrais ligadas a comportamentos de dependência. Essa avalanche de reações pode confundir as percepções iniciais do amor.

No entanto, existe um debate na comunidade científica sobre se o amor à primeira vista é real ou apenas uma manifestação de desejo físico, com o verdadeiro amor surgindo apenas após a formação de um vínculo mais profundo entre os parceiros.

De acordo com o entendimento tradicional, o amor é uma “afeição intensa por outra pessoa, geralmente derivada de laços familiares ou relações pessoais”. Entretanto, pesquisadores da Universidade Rutgers, em Nova Jersey, EUA, categorizam o amor em três aspectos: luxúria, atração e apego.

Uma revisão científica publicada em 2016 no Indian Journal of Endocrinology and Metabolism indica que, embora esses elementos estejam interligados e se reforcem mutuamente, eles são distintos no cérebro, sendo cada um influenciado por diferentes neurotransmissores e circuitos neurais.

A luxúria é impulsionada por hormônios como testosterona e estrogênio, regulados pela amígdala (sim, seu cérebro também tem amígdala, que é a região cerebral responsável pela gestão das emoções). Por outro lado, a atração é influenciada pelos centros cerebrais de estresse e recompensa, como o núcleo accumbens e o tegmental ventral, e envolve neurotransmissores como a dopamina, noradrenalina e cortisol. Já o apego é dominado por hormônios como a oxitocina e a vasopressina.

Segundo a Dra. Deborah Lee, especialista em saúde reprodutiva e redatora médica da Dr Fox Online Pharmacy, na Inglaterra, é improvável que uma atração inicial seja realmente amor. “Psicólogos argumentam que o amor verdadeiro não pode ser experimentado instantaneamente ao ver alguém pela primeira vez”, explica ela. “Isso porque o amor verdadeiro se desenvolve com o tempo, à medida que você passa a apreciar a mente, os valores e as habilidades da outra pessoa. O verdadeiro amor é mais do que apenas atração e paixão sexual.”

Eric Ryden, doutor em psicologia clínica e terapeuta de casais na clínica Couples Therapy, na Inglaterra, também concorda que o amor à primeira vista tende a ser mais luxúria do que um amor romântico duradouro. “[Esses sentimentos intensos e embriagantes normalmente não duram”, diz ele. “Ademais, se alguém está em busca de um parceiro para um relacionamento de longo prazo, o amor à primeira vista não é um indicativo confiável de ter encontrado a pessoa ideal. Ele está mais associado à atração física e ao desejo do que ao amor romântico sustentável.”

O amor é uma explosão química

O que muitos interpretam como amor pode ser, na verdade, uma mistura complexa de hormônios que induzem o sistema nervoso a experienciar sensações de prazer e conforto.

Eric Ryden, um expert no campo, destaca que “o amor tem efeitos consideráveis tanto na mente quanto no corpo”. Ele adiciona que “além do sentimento de euforia e pensamentos obsessivos, há um incremento na liberação de hormônios relacionados à felicidade, especialmente a dopamina – associada ao prazer e recompensa – e a oxitocina – frequentemente referida como o hormônio do amor devido à sua ligação com sentimentos de afeição, amor e confiança.” Estes hormônios, conforme observado anteriormente, são mais prevalentes durante a etapa de apego, em contraste com a luxúria ou atração inicial.

De acordo com Deborah Lee, os primeiros momentos do amor podem assemelhar-se a uma espécie de dependência. “Áreas similares do cérebro são ativadas tanto na fase inicial do amor quanto na dependência de cocaína”, explica Lee.

“Um indivíduo apaixonado tende a focar intensamente no parceiro, experimentando um estado quase frenético, variações de humor acentuadas, juntamente com ondas de euforia, comportamentos obsessivos e/ou compulsivos, vivenciando uma realidade alterada, e frequentemente desenvolvendo uma dependência emocional da outra pessoa – uma dinâmica que lembra o comportamento de alguém viciado em cocaína”, diz Lee.

Entretanto, com o passar do tempo e o amadurecimento do relacionamento, esses sentimentos tendem a se atenuar. As fases mais avançadas do amor romântico, segundo um estudo publicado na revista Frontiers in Psychology, não mais espelham o padrão de dependência química.

Nossas memórias são distorcidas

Um estudo de 2012, divulgado no Journal of Neuroscience, sugere que as memórias podem ser moldadas e alteradas toda vez que são rememoradas, frequentemente sob a influência do estado emocional presente no momento em que a memória é acessada. Isso implica que, com cada recordação, a memória pode se afastar ainda mais de sua forma original.

Isso tem implicações interessantes para as relações amorosas, onde as percepções iniciais sobre o parceiro podem ser influenciadas por sentimentos atuais. Assim, embora algumas pessoas possam acreditar que se apaixonaram à primeira vista, essa percepção pode ser resultado de uma memória adaptada.

Adicionalmente, existe um fenômeno chamado “ilusão positiva”, que frequentemente coloca uma lente positiva ou tendenciosa na forma como vemos nossos parceiros. Conforme revelado por um estudo de 2018 na Frontiers in Human Neuroscience, os relacionamentos mais felizes e estáveis são, muitas vezes, aqueles em que os parceiros veem um ao outro através de uma perspectiva otimista.

Este fenômeno não só contribui para menos conflitos e dúvidas, como também eleva a satisfação geral no relacionamento. A ilusão positiva pode, portanto, levar as pessoas a acreditar que estavam apaixonadas desde o começo, mesmo que o desenvolvimento do amor tenha sido um processo mais gradual.

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