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Assustador! Remédios naturais “destroem” o fígado de milhões; afirma estudo

A crença popular de que “se é natural, não faz mal” é enganosa e perigosa. Um estudo recente destaca os riscos do uso indiscriminado de produtos naturais, que podem causar danos sérios ao organismo, especialmente ao fígado. A ideia de que substâncias naturais são inofensivas não corresponde à realidade, e a automedicação com esses produtos pode ter consequências graves.

Uma pesquisa publicada na revista “Clinical Gastroenterology and Hepatology” revelou que o uso de suplementos naturais pode causar lesões no fígado. Os suplementos à base de extratos de ervas são os que mais causam danos, respondendo por 8% dos casos de lesões hepáticas.

Entre os produtos naturais mais prejudiciais estão os comprimidos com extrato de Camellia sinensis (chá verde) e a planta Garcinia cambogia. O consumo desses suplementos para emagrecer foi o motivo mais frequente para as lesões hepáticas.

O estudo alerta que, apesar de serem considerados naturais, esses produtos podem conter substâncias tóxicas para o fígado. É importante consultar um médico antes de iniciar o uso de qualquer suplemento natural, principalmente se você já tiver problemas de fígado.

Atenção! Muitos produtos e suplementos naturais podem afetar seu fígado e causar danos nesse órgão vital do ser humano.
Fígado / Imagem freepik

Produtos naturais não são isentos de riscos

Daniel Demarque, professor do Departamento de Farmácia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, enfatiza que produtos naturais não são inócuos e podem causar danos ao organismo, especialmente quando combinados com outros medicamentos.

O uso desses produtos sem orientação médica é arriscado, podendo até mesmo levar à morte. Muitos consumidores buscam soluções em lojas de produtos naturais, farmácias de manipulação ou pela internet, sem ter conhecimento adequado sobre o que estão ingerindo. A facilidade de compra online apenas agrava esse problema, aumentando o acesso a substâncias potencialmente perigosas.

Demarque alerta que a famosa frase “porque é natural não faz mal” é um mito. Ele explica que, embora esses produtos sejam derivados de plantas, isso não significa que sejam seguros.

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Pelo contrário, muitos venenos também são naturais, e seu consumo pode ter efeitos adversos no organismo. “Quando consumimos produtos naturais, precisamos lembrar que são compostos químicos que o fígado precisa metabolizar. Portanto, mesmo sendo naturais, esses produtos podem apresentar riscos significativos à saúde”, afirma.

Interações perigosas entre chás e medicamentos

Um dos hábitos comuns entre os adeptos de produtos naturais é combinar o uso de chás com medicamentos. No entanto, essa prática pode ser extremamente perigosa.

Os chás, por exemplo, frequentemente contêm taninos, substâncias também presentes no vinho, que podem interagir com medicamentos e reduzir sua eficácia. Isso pode comprometer a absorção dos medicamentos pelo organismo, levando a falhas no tratamento e a possíveis complicações de saúde.

Demarque reforça que é fundamental evitar a automedicação e buscar sempre orientação de um profissional de saúde antes de consumir qualquer produto natural, especialmente quando se está em tratamento com medicamentos convencionais.

A interação entre essas substâncias pode resultar em efeitos colaterais graves e até mesmo em situações de emergência médica.

A importância do registro na Anvisa

Todos os produtos naturais, sejam eles na forma de chá, cápsulas ou extratos vegetais, devem ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esse controle é essencial para garantir a segurança do consumidor. Produtos sem registro não podem e não devem ser comercializados, e seu consumo deve ser sempre orientado por um profissional de saúde qualificado.

O professor Demarque destaca exemplos de fitoterápicos que, embora populares, podem causar sérios problemas de saúde se usados de forma inadequada.

“Existem fitoterápicos, como a erva de São João (Hypericum perforatum), utilizada no tratamento de ansiedade e depressão, que podem interferir na eficácia de contraceptivos, aumentando o risco de gravidez indesejada”, explica. Outro exemplo é o Ginkgo biloba, amplamente utilizado para melhorar a circulação venosa e tratar distúrbios cognitivos. Quando combinado com anticoagulantes, o Ginkgo biloba pode provocar quadros hemorrágicos graves.

Diante dos riscos associados ao uso de produtos naturais, a orientação de um profissional de saúde torna-se indispensável. Apenas um especialista pode avaliar as possíveis interações entre medicamentos e substâncias naturais, além de orientar sobre a dosagem e o uso correto desses produtos. A automedicação, mesmo com produtos aparentemente inofensivos, pode levar a complicações sérias e irreversíveis.

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