Boca amarga; veja o que pode ser e se isto é indicativo de doença

Muitas pessoas sentem um gosto amargo na boca. De fato, existem as mais diferentes causas para isso, seja pela má higiene bucal, uso de antidepressivos, antibióticos, alterações no fígado, cetoacidose diabética, infecção e por aí vai.

Vale lembrar que para os fumantes, o cigarro também pode ser um dos responsáveis pelo sabor amargo na boca, podendo durar não só alguns minutos após fumar, como levar até algumas horas para que saia completamente.

Contudo, caso esse gosto amargo apareça com muita frequência, é importante que você busque a orientação de um gastroenterologista, ou clínico geral, que poderá observar a existência de alguma doença que pode estar atrelada a este sintoma.

Principais motivos da boca amarga

A seguir nós vamos conhecer os principais motivos que podem ser responsáveis pela boca amarga ao qual você costuma sentir com certa frequência. Confira!

1. Má higiene bucal

Má higiene bucal é a principal razão para o sabor amargo na boca, especialmente ao acordar, devido ao acúmulo de saliva e bactérias na língua, dentes e gengivas, o que resulta em mau hálito.

Para solucionar esse problema, é fundamental seguir uma rotina adequada de higiene bucal. Recomenda-se escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, uma vez ao acordar e outra antes de dormir, por exemplo. Além disso, é crucial escovar bem a língua, pois o acúmulo de células mortas e bactérias, conhecido como saburra lingual, é a principal causa do gosto amargo na boca.

2. Gravidez

A disgeusia, conhecida como gosto metálico na boca, é um sintoma bastante comum entre várias mulheres durante o primeiro trimestre de gravidez. Isso ocorre devido às alterações hormonais que acontecem no corpo da mulher, tornando o paladar mais sensível. Além disso, existem outros sintomas que podem indicar a gravidez.

Assim, algumas gestantes podem descrever essa sensação como se tivessem uma moeda na boca ou tivessem bebido água de um copo de metal, por exemplo.

Para lidar com esse desconforto, uma ótima solução é beber limonada ou chupar um picolé de limão. Geralmente, essa alteração no paladar dura apenas alguns dias e desaparece naturalmente.

3. Refluxo

O refluxo ocorre quando o conteúdo do estômago alcança o esôfago após o processo de digestão, trazendo consigo ácido que deixa a boca com um sabor amargo e até mesmo com mau cheiro.

Para lidar com esse problema, é fundamental evitar o consumo de alimentos muito gordurosos ou de difícil digestão, uma vez que podem aumentar a produção de ácido no estômago. Além disso, é importante evitar refeições excessivamente volumosas, pois isso dificulta o fechamento do estômago.

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4. Hepatite ou outros problemas no fígado

Quando o fígado não está desempenhando adequadamente suas funções, o corpo passa a acumular níveis elevados de amônia, uma substância tóxica que normalmente seria convertida em ureia pelo fígado e eliminada na urina. Esse acúmulo elevado de amônia pode levar a uma alteração no paladar, resultando em um gosto semelhante ao de peixe ou cebola.

É importante observar que problemas no fígado geralmente vêm acompanhados de outros sintomas, como enjoo ou cansaço excessivo. Portanto, se houver suspeita de doenças hepáticas, é recomendado consultar um hepatologista para realizar exames de sangue e confirmar o diagnóstico, possibilitando o início do tratamento, se necessário.

5. Uso de medicamentos

Existem certos medicamentos que, quando ingeridos, são absorvidos pelo organismo e acabam sendo liberados na saliva, causando uma alteração no paladar e deixando a boca com um gosto amargo.

Alguns exemplos desses medicamentos são os antibióticos, como as tetraciclinas, os remédios para tratamento da gota, como o alopurinol, o lítio e certos medicamentos usados para tratar doenças cardíacas.

Além disso, é importante mencionar que pessoas que utilizam antidepressivos também podem apresentar frequentemente boca seca, o que pode afetar o paladar, uma vez que as papilas gustativas tendem a ficar menos sensíveis.

6. Cetoacidose diabética

A cetoacidose é uma complicação que pode ocorrer em pessoas com diabetes. Isso acontece porque o sangue apresenta uma grande quantidade de glicose, enquanto as células têm pouca glicose disponível. Como resultado, há um aumento na produção de corpos cetônicos, que são produzidos como uma tentativa do organismo em fornecer energia suficiente para o seu bom funcionamento.

Essa maior quantidade de corpos cetônicos circulantes no sangue leva a uma diminuição do pH sanguíneo, o que pode ser percebido através de alguns sinais e sintomas, tais como boca amarga, sede intensa, mau hálito, boca seca e confusão mental.

Para evitar complicações, é importante que a glicemia da pessoa diabética seja monitorada regularmente. Caso seja constatado que a quantidade de glicose é três vezes superior ao normal, é de extrema importância buscar imediatamente o pronto-socorro ou hospital, pois isso pode indicar cetoacidose.

No ambiente hospitalar, a pessoa é devidamente monitorada e recebe administração de insulina e soro diretamente na veia para garantir a hidratação adequada e reduzir a quantidade de glicose no sangue.