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Brasil dá adeus a três jornalistas esportivos: Apolinho, Antero Greco e Silvio Luiz 

A imprensa esportiva está de luto. Três jornalistas faleceram quase ao mesmo tempo, deixando o público impactado

A imprensa esportiva está de luto. Três jornalistas faleceram quase ao mesmo tempo, deixando o público impactado. Na noite de quarta-feira (15), morreu o jornalista e ex-técnico do Flamengo Washington Rodrigues, conhecido como Apolinho. Ele estava internado no Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde tratava um câncer.

Na manhã desta quinta-feira (16), faleceu o comentarista esportivo Antero Greco. Ele tinha 69 anos e foi vítima de um tumor cerebral diagnosticado em 2022. Também nesta quinta-feira, outro nome conhecido do esporte, faleceu. Silvio Luiz, conhecido como a lenda da locução brasileira, morreu, aos 89 anos, em São Paulo. 

Washington Rodrigues (Apolinho)

Washington Rodrigues / Imagem Reprodução Super Rádio Tupi

Washington Carlos Nunes Rodrigues, também conhecido como Apolinho ou Velho Apolo era radialista, repórter e jornalista esportivo brasileiro, com passagens como treinador de futebol e dirigente esportivo. Atualmente estava na Rádio Tupi, Rio de Janeiro, apresentando o Programa do Apolinho.

Antes de entrar no rádio, quando jovem trabalhou como bancário e jogava futebol de salão; e foi pela prática deste esporte que Washington Rodrigues iniciaria sua carreira profissional no rádio, ao enviar boletins e informações sobre a modalidade para a então Rádio Guanabara, emissora que depois o contratou.

Além da Rádio Guanabara, atual Rádio Bandeirantes Rio de Janeiro, Rodrigues acabou tendo trabalhado em todas as grandes emissoras de rádio e televisão da cidade. A imparcialidade de seus comentários fez com que fosse um dos poucos comentaristas com grande aceitação pelas quatro grandes torcidas cariocas. 

Como exemplo da aceitação, contou que ganhou uma coruja de mármore, dada pela Força Jovem do Vasco. Segundo o próprio, uma tática usada para ser imparcial era evitar fazer a cobertura direta do Flamengo, seu time do coração.

O apelido Apolinho surgiu por usar, quando repórter da Rádio Globo, um microfone sem fio que era utilizado pelos astronautas da Missão Apollo 11, de 1969. O apelido primeiro foi dado ao equipamento, por Celso Garcia, o que era repetido pelo narrador Waldir Amaral: “lá vai Washington Rodrigues com o seu apolinho”, e os geraldinos começaram a chamar pelo termo, logo depois os colegas de profissão, e assim “pegou”.

Em 1978, o narrador esportivo José Carlos Araújo convidou Washington para tornar-se comentarista esportivo de suas transmissões no rádio; surgindo daí uma parceria que atravessaria pelas emissoras Nacional, Globo e Tupi sendo interrompida apenas no período em que Apolinho saiu da Globo e foi para Rádio Tupi; a dupla se reencontrou em 2015 quando Araújo foi para a mesma emissora.

Antero Greco

Jornalistas esportivos / Imagem Reprodução ESPN

Antero Greco era comentarista do programa SportsCenter da ESPN Brasil e também participou de jogos transmitidos pelos canais ESPN. Além disso, foi colunista do jornal O Estado de S. Paulo, um dos mais tradicionais jornais brasileiros, e tem um blog (“Viramundo”) no site do jornal. Em meados de 2017 também criou a página Antero Greco Jornalista, na rede social Facebook.

“É com muita tristeza que comunicamos a partida de nosso querido Antero Greco, serenamente, nesta madrugada de 16 de maio de 2024. A despedida será realizada no Cemitério do Redentor, hoje, a partir das 12h, seguida pelo enterro às 16h, na Avenida Dr. Arnaldo. 1.105. Agradecemos todas as manifestações de carinho e apoio que recebemos em seus momentos finais”, informou a família.

O jornalista lutava contra um tumor no cérebro há quase dois anos. E mesmo com altos e baixos durante o tratamento, fazia questão de continuar – de casa ou do estúdio – fazendo parte do SportsCenter, programa que ajudou a alavancar desde o seu início.

De acordo com a ESPN, foi no Sport Center, aliás, que Greco formou uma parceria fortíssima de anos e anos com Paulo Soares, o ‘Amigão da Galera’. Sob o comando dos dois, sempre com um jornalismo informativo e ao mesmo tempo divertido e leve, o programa ganhou ainda mais notoriedade com o passar do tempo. Tornaram-se, sem sombra de dúvidas, a dupla favorita de todas as noites do fã de esportes.

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Silvio Luiz

Silvio Luiz / Imagem Antonio Chahestian / Record

O narrador esportivo Silvio Luiz, 89 anos, morreu nesta quinta-feira (16). Ele estava internado no Hospital Oswaldo Cruz, em São Paulo, desde o dia 8 de maio. Silvio sofreu um AVC durante a transmissão do jogo entre Palmeiras e Santos, pela final do Campeonato Paulista, em abril.

Contratado da TV Record, o locutor liderava a equipe de transmissões das plataformas digitais da emissora desde 2022.

Começou a carreira na Rádio São Paulo em 1952, fazendo locuções e participações em radionovelas. Depois, virou repórter da Rádio Record. 

Em 1960, foi pra Rádio Bandeirantes, mas voltou a Record depois. Na televisão, começou pela antiga TV Paulista, em 1952, se tornando o primeiro repórter de campo da TV esportiva do Brasil. Transferiu-se para a TV Record em 1953, 18 dias após a emissora iniciar suas transmissões, formando a primeira equipe esportiva do canal. 

Em 1956, ainda como repórter, fez parte da primeira transmissão esportiva interestadual da TV brasileira, entre Record e TV Rio. No mesmo ano, ainda com Silvio Luiz na reportagem, Record e TV Rio transmitiram simultaneamente, para São Paulo e Rio de Janeiro, um jogo da Seleção Brasileira de Futebol, em resposta à TV Tupi, que tinha feito uma provocação anteriormente.

Segundo o portal da Band, Silvio Luiz não gritava gol. Pode parecer estranho para um locutor esportivo com 70 anos de trajetória profissional, mas os gols narrados por ele eram sempre descritos de outras maneiras, nunca das mais óbvias.

Silvio criou vários bordões que logo caíram na boca do povo: “é mais um gol brasileiro, meu povo”, “foi, foi, foi, foi ele”, “Acerte o seu aí que eu arredondo o meu aqui!”, “Está valendo!”

Da noite de quarta-feira, 15 de maio para a quinta-feira, 16 de maio, o Brasil recebeu tristes notícias. Apolino, Antero, O Amigão e Silvio Luiz continuarão sendo lembrados como um dos melhores profissionais do esporte no rádio, na TV e no jornal.

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