Ciência revela o que fazer para superar o fim de um relacionamento

A jornada do coração partido é uma experiência profundamente humana e universal. O impacto emocional de perder um amor é inegável, mas o que muitos não percebem é que essa dor também tem uma presença física palpável. O aperto no peito, a sensação de queimação interior e até mesmo os sintomas semelhantes aos da abstinência de substâncias químicas são apenas alguns dos sinais desse complexo processo.

No entanto, a boa notícia é que a ciência oferece insights valiosos sobre como enfrentar essa dolorosa jornada. Ela nos fornece ferramentas e estratégias para amenizar o sofrimento ou, pelo menos, encurtar a duração desse período desafiador. Neste artigo, exploraremos algumas dessas descobertas científicas que nos ajudam a entender e superar o luto de uma perda amorosa. Afinal, o caminho para a cura começa com o conhecimento.

O sentimento para a ciência

O sofrimento decorrente do fim de um relacionamento tem sido objeto de inúmeros estudos, e suas conclusões destacam que, para muitos, essa experiência pode figurar entre as mais angustiantes de suas vidas. É importante ressaltar que, em alguns casos, o término de um relacionamento pode até mesmo desencadear transtornos mentais graves.

De acordo com os achados do pesquisador Leonie Koban, que conduziu uma investigação sobre esse tema, a probabilidade de uma pessoa desenvolver depressão pode aumentar em até 20 vezes após um rompimento. Koban é membro de um grupo de cientistas da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, que realizaram um estudo intrigante no qual administraram um “placebo” a indivíduos que enfrentavam essa situação difícil, prometendo alívio para a sua dor.

O que se destacou nessa pesquisa foi a eficácia surpreendente do placebo. Utilizando ressonância magnética para analisar a atividade cerebral dos participantes, os estudiosos observaram que a mera crença de que estavam tomando uma medida para melhorar sua condição, mesmo que fosse um placebo sem efeito real, já contribuía para um aumento significativo no ânimo das pessoas.

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Como superar o fim do relacionamento segundo a ciência

Lidar com o término de um relacionamento é um desafio que todos enfrentamos em algum momento de nossas vidas, e a ciência oferece insights interessantes sobre como superar essa fase delicada. Um estudo recente, publicado na revista Journal of Experimental Psychology, delineou três estratégias eficazes para enfrentar o fim de um relacionamento: pensar no ex-parceiro de forma negativa, aceitar o amor que ainda existe por ele e distrair-se com pensamentos e atividades positivas não relacionadas ao ex.

Para muitos especialistas, dar espaço para reconhecer os aspectos negativos do relacionamento, especialmente no início do processo, é uma abordagem fundamental. A neuropsicóloga Andrea Lorena da Costa Stravogiannis observa que, após um rompimento, é comum que as pessoas se concentrem apenas nos momentos felizes e prazerosos compartilhados com o ex-parceiro. Portanto, fazer um esforço consciente para desconstruir essa idealização inicial pode ser um passo importante na direção da cura.

Outra estratégia crucial é permitir-se sentir tristeza. Dee Holmes, autora e especialista em relacionamentos, aconselha seus clientes a enfrentarem a tristeza de frente e até mesmo a tirarem um dia de folga, se necessário, para lidar com o impacto emocional do término. Negar ou reprimir a tristeza, segundo ela, pode ser contraproducente.

Além disso, o distanciamento nas redes sociais é uma tática que frequentemente produz resultados positivos. Jo Hemmings, psicólogo comportamental, sugere apagar ou bloquear qualquer conteúdo que evoca memórias dolorosas, como fotos e mensagens. Embora possa parecer rigoroso, esse procedimento ajuda a acelerar o processo de cicatrização emocional.

É importante reconhecer que superar um relacionamento leva tempo, e estudos indicam uma média de aproximadamente 11 semanas, ou quase três meses, para começar a se sentir um pouco melhor após um término. Vale ressaltar que todas as fases do luto são significativas, incluindo a raiva, desde que seja direcionada de maneira construtiva. Negar o amor que se sentiu pelo ex-parceiro pode ser prejudicial ao processo de fechamento, enquanto aceitar e analisar esses sentimentos pode ser uma abordagem mais produtiva para seguir em frente.