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Dicas de português: quando usar s, ss, z, x e ç

O português é lindo, cheio de charme, mas não podemos negar: às vezes, parece que ele foi feito para confundir! Uma das dúvidas mais frequentes de quem escreve (e até de quem não escreve tanto assim) é sobre o uso correto de S, SS, Z, X e Ç. Mas calma! Apesar de parecer um quebra-cabeça, com algumas regrinhas práticas e dicas simples, dá para acertar sem grandes dificuldades.

Então, se você quer entender melhor esses mistérios da nossa língua, vale a pena conhecer os detalhes desse assunto. O português pode ser desvendado.

Quando usar o S no português?

O S é o verdadeiro coringa da nossa escrita. Ele aparece em vários contextos, mas nem sempre é fácil saber onde colocá-lo. Aqui vão algumas regras para facilitar:

  1. Palavras derivadas de verbos terminados em -nder ou -ndir:
    Por exemplo: defender → defesa, pretender → pretensão.
    Mas atenção: palavras derivadas de verbos terminados em -ter levam ç (já falo disso mais adiante).
  2. Palavras terminadas em -oso e -osa:
    Exemplos: gostoso, saborosa.
    Mas, claro, tem exceções como gozo e prezo (ah, português, sempre nos testando!).
  3. Gentílicos terminados em -ês e -esa:
    Como português, francesa.
  4. Em adjetivos terminados em -ense:
    Por exemplo: paulistense, paranaense.

Mas, claro, decorar regras ajuda, mas praticar é ainda mais importante.

E o SS? Por que ele é tão cheio de regras?

Se o S sozinho já causa dúvida, o SS também não fica atrás. Ele aparece para marcar o som forte de /s/ no meio de palavras e, geralmente, vem em situações específicas:

  1. Palavras derivadas de outras que terminam em -sivo ou -sar:
    Exemplos: admissão (de admitir), expressão (de expressar).
  2. Depois de ditongos:
    Opa, o que é isso? Um ditongo é a junção de duas vogais numa mesma sílaba, como em paixão. Com SS, temos exemplos como pessoa e cassino.
  3. Em algumas palavras de origem latina:
    Como em missão (de missio, em latim).

Mas, e o Z? Quando ele entra na jogada do português?

O Z é usado em diversas situações, mas tem uma característica especial: ele ajuda a dar aquele toque vibrante no final das palavras. Veja só:

  1. Substantivos abstratos formados de adjetivos:
    Exemplos: beleza (de belo), tristeza (de triste).
  2. Palavras terminadas em -ez ou -eza:
    Como vez, rapidez, pureza.
  3. Nos verbos terminados em -izar:
    Exemplos: realizar, canalizar. Mas cuidado: verbos formados a partir de palavras com S não seguem essa regra, como em analisar (de análise).

E o X, afinal? Quando ele aparece?

O X pode parecer um vilão, mas, na verdade, ele segue algumas regras bem claras (embora não seja perfeito). Vamos às principais:

  1. Depois de ditongos:
    Como em caixa, paixão, feixe.
  2. Em palavras de origem indígena ou africana:
    Exemplos: abacaxi, xerife, xará.
  3. Depois da sílaba inicial en-:
    Exemplos: enxame, enxurrada. Mas, claro, o português adora uma exceção: encher e suas variações fogem à regra.
  4. Palavras de origem inglesa ou estrangeira adaptadas ao português:
    Como táxi, fax, clímax.

E o Ç, esse símbolo com cauda charmosa?

O Ç tem um papel bem específico: marcar o som de /s/ em lugares onde, normalmente, um C teria som de /k/. E aqui estão as principais situações para usá-lo:

  1. Palavras derivadas de verbos terminados em -ter:
    Como deter → detenção, reter → retenção.
  2. Palavras terminadas em -ção, quando derivadas de verbos terminados em -car, -cer e -ger:
    Exemplos: educar → educação, proteger → proteção, vencer → vencimento.
  3. Substantivos terminados em -iço ou -aço:
    Como palhaço, serviço.

Mas, e as pegadinhas do português?

O português, sendo o que é, tem suas exceções e palavras que fogem das regras. Algumas você vai aprender na prática e outras podem até demandar uma boa consulta ao dicionário. Por exemplo, palavras como casa (com S) e casar (também com S) não seguem as mesmas lógicas.

Além disso, é importante lembrar que algumas palavras têm escrita parecida, mas significados diferentes, como sessão, seção e cessão.

Veja mais, mas ainda hoje:

Dicas finais: como não errar?

  • Leia bastante: Quanto mais contato com o idioma, mais natural será identificar as formas corretas.
  • Use dicionários online: Ferramentas como o Priberam e o Michaelis podem ser grandes aliados.
  • Pratique: Errou? Tudo bem! O importante é aprender com os erros.
  • Fique de olho nas origens das palavras: Muitas vezes, saber a origem ajuda a entender a grafia.

O português pode parecer complicado, mas com paciência, prática e atenção, fica muito mais fácil. Afinal, ele é como aquele amigo meio difícil no começo, mas que, quando você entende, vira um companheiro para a vida toda!

Rodrigo Peronti

Jornalista, especializado em Semiótica. Já atuou em grandes veículos de comunicação do país.

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