Confira notícias na área de finanças, empreendedorismo, INSS, benefícios e muito mais.

Dólar sobe e BC deve aumentar juros a 11,25%; como isso te afeta?

O dólar disparou, e o Banco Central (BC) já deve apertar o cinto nos juros: tudo indica que vem uma alta para 11,25% ao ano. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (6) e pode impactar bastante o bolso de todo mundo.

Mas, afinal, o que tudo isso significa para o dia a dia, e por que a gente deve se importar com essas mexidas na economia? As notícias de hoje indicam que esse é um dos assuntos mais comentados do momento.

O que significa a alta nos juros para o brasileiros?

A taxa básica de juros, a famosa Selic, é a principal ferramenta do BC para controlar a inflação. Quando os preços começam a subir muito, o Banco Central aumenta os juros para tentar esfriar o consumo e segurar o aumento dos preços.

Só que essa alta também gera uma série de efeitos colaterais que afetam tudo, desde os preços nos mercados até o seu saldo no final do mês.

A expectativa é que o BC suba os juros agora para 11,25% ao ano. Isso marcaria o segundo aumento seguido e o maior desde maio de 2022. Mas o que levou a essa decisão tão drástica? O principal motivo é a recente disparada do dólar, que já subiu mais de 19% em 2024 e agora está perto de R$ 5,78.

Dólar alto, preços altos? Entenda

O aumento do dólar afeta o preço de produtos que dependem de importações ou de insumos vindos do exterior, como combustíveis, alimentos e até mesmo eletrônicos.

Além disso, quando o dólar sobe, muitos preços no Brasil tendem a ser ajustados para se equiparar ao mercado internacional, o que pressiona a inflação.

Mas por que o dólar está tão alto? A explicação envolve tanto fatores internos quanto externos. Nos Estados Unidos, as eleições estão próximas, e uma possível vitória de Donald Trump pode criar mais instabilidade, já que ele promete adotar medidas protecionistas que restringiriam o comércio com países como o Brasil.

Por aqui, o cenário também não é animador: as dúvidas sobre o controle dos gastos públicos fazem os investidores temerem um descontrole fiscal, e isso afasta o capital estrangeiro.

Como a alta dos juros afeta você?

  1. Juros bancários vão subir ainda mais Quando o BC aumenta a Selic, os bancos repassam essa alta para os empréstimos e financiamentos, o que torna mais caro pegar crédito. Em setembro, os juros médios para pessoas físicas e empresas já estavam em quase 40% ao ano – e essa taxa só tende a crescer. Ou seja, quem precisa de empréstimo ou financiamento pode se preparar para um custo ainda maior.
  2. Crescimento econômico pode desacelerar A ideia do aumento dos juros é justamente frear o consumo e conter a inflação, mas isso também reduz o ritmo da economia. Quando o crédito fica mais caro, as pessoas consomem menos, e as empresas têm mais dificuldade para investir e expandir seus negócios. Isso pode impactar o Produto Interno Bruto (PIB) e, indiretamente, afetar emprego e renda.
  3. Impacto nas contas públicas Com juros mais altos, o governo gasta mais para pagar a dívida pública, pois a Selic influencia os rendimentos de vários títulos públicos. Nos últimos 12 meses, o Brasil já desembolsou mais de R$ 854 bilhões só em juros. Esse gasto pesa bastante nas contas públicas e pode acabar comprometendo ainda mais os investimentos em áreas como saúde, educação e infraestrutura.

Saiba mais:

  1. O lado positivo: quem investe em renda fixa se dá bem Se por um lado os juros altos complicam a vida de quem precisa de crédito, por outro, eles beneficiam quem investe em renda fixa. Investimentos como Tesouro Direto, CDBs e debêntures se tornam mais atraentes, com rendimentos melhores. Se você tem algum dinheiro para investir, esse pode ser o momento para focar em aplicações mais conservadoras e aproveitar os juros altos. Porém, atenção: esses investimentos em renda fixa podem desviar a atenção do mercado de ações, que tende a perder atratividade com os juros mais altos.
  2. Relação com o dólar e os preços do dia a dia Com o dólar alto, o efeito cascata chega rápido no mercado: produtos que dependem de insumos importados ou mesmo os combustíveis tendem a ficar mais caros, o que acaba pesando no bolso. E com os juros subindo, a inflação fica ainda mais no centro das preocupações do Banco Central. Por isso, o aumento da Selic é visto como um movimento para dar uma “brecada” geral.

A situação pode melhorar?

Essa é a pergunta de ouro. O BC espera que, ao segurar os juros em um patamar alto, consiga diminuir a pressão inflacionária e estabilizar o câmbio. Mas tudo depende de um equilíbrio delicado.

O governo precisa controlar os gastos para diminuir o receio de descontrole fiscal, o que pode estabilizar o dólar e reduzir a necessidade de novos aumentos da Selic.

O cenário externo também é importante: se os Estados Unidos atravessarem uma fase turbulenta, a pressão sobre o dólar e os mercados emergentes deve continuar.

Você precisa saber disso, mas ainda hoje:

O que fazer agora?

Esse momento pede cautela. Se você tem dívidas, o ideal é tentar quitá-las o mais rápido possível, pois os juros bancários só devem aumentar. Para quem quer investir, a renda fixa surge como uma ótima oportunidade para garantir retornos mais altos.

E, para quem tem planos de consumo ou investimentos maiores, talvez seja interessante esperar um pouco e ver como o cenário econômico evolui.

Resumindo: o aumento da Selic é uma estratégia do BC para segurar a inflação, mas os impactos vão muito além disso e chegam diretamente na vida de todos.

Então, enquanto o cenário não melhora, o negócio é cuidar bem das finanças, planejar e, se possível, investir com inteligência.

Comentários estão fechados.