Frequentemente, quando buscamos informações sobre os malefícios do cigarro, parte dos riscos estão atrelados a saúde respiratória, ou seja, ao pulmão. No entanto, um recente estudo afirmou que o cigarro também pode ser extremamente prejudicial para o nosso cérebro.
Pesquisados da Escola de Medicina da Universidade de Washington em St. Louis, nos Estados Unidos, analisaram diversas tomografias cerebrais, histórico de tabagismo e risco genético em um total de 32.094 participantes de ascendência europeia.
Como resultado, foi possível identificar que pessoas que fumavam um maço por dia, tinham um volume cerebral menor quando comparado aqueles que nunca haviam fumado, ou que fumaram menos de 100 cigarros no total de toda vida. Ainda conforme constatado, a cada ano adicional de tabagismo, a redução foi maior.
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O estudo, divulgado na edição de janeiro de 2024 da revista Biological Psychiatry: Global Open Science, oferece insights sobre por que os idosos que fumam estão mais propensos a desenvolver a doença de Alzheimer e outras formas de demência, de acordo com os pesquisadores.
Os resultados do estudo indicam que fumantes apresentam maior probabilidade de experimentar deterioração nas áreas de substância cinzenta e branca do cérebro, fornecendo uma possível explicação para a associação de 14% dos casos globais de doença de Alzheimer ao hábito de fumar.
Laura J. Bierut, MD, a Professora Alumni Endowed de Psiquiatria e autora sênior do estudo, observou que, até recentemente, os cientistas negligenciaram os impactos do tabagismo no cérebro, concentrando-se principalmente nos efeitos prejudiciais nos pulmões e coração.
“Ao observarmos mais de perto o cérebro, tornou-se evidente que o tabagismo também tem efeitos prejudiciais significativos”, afirmou Bierut em um comunicado de imprensa da WashUMed.
O estudo destaca que o envelhecimento naturalmente está associado a uma diminuição gradual do volume cerebral, mas o tabagismo acelera esse processo, conforme observado pelos pesquisadores.
“A importância disso está na medida em que nossa população está envelhecendo, porque tanto o envelhecimento quanto o tabagismo são fatores de risco para a demência”, observou Bierut.
Uma descoberta positiva revelou que abandonar o hábito de fumar pode prevenir a perda adicional de tecido cerebral, embora não seja possível reverter o dano já causado.
“Você não pode desfazer o dano que já foi causado, mas pode evitar causar mais danos”, explicou Yoonhoo Chang, estudante de graduação da Universidade de Washington, que foi o primeiro autor do estudo.
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