A atriz Léa Garcia morreu na madrugada desta terça-feira (15). Ela seria homenageada com o Troféu Oscarito durante a 51ª edição do Festival de Cinema de Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul, onde estava para receber a homenagem.
Léa chegou a ser encaminhada para o Hospital Arcanjo São Miguel, mas chegou sem vida. No perfil oficial da artista foi feita uma publicação anunciando sua morte.
De acordo com a organização do Festival de Cinema de Gramado, possíveis alterações na programação serão anunciadas em breve.
Na nota publicada pelo Festival, foi feita uma homenagem à atriz. “Léa Garcia possuía uma história antiga com Gramado, conquistando quatro Kikitos”. Veja o texto completo:
É com imenso pesar que a organização do Festival de Cinema de Gramado informa que a atriz Léa Garcia faleceu na madrugada de hoje (15), no hotel que estava hospedada em Gramado. A atriz receberia o troféu Oscarito na noite de hoje, ao lado de Laura Cardoso. De acordo com o Hospital Arcanjo São Miguel, a causa da morte foi um infarto agudo do miocárdio.
Dona Léa Garcia havia chegado a Gramado no último sábado (12) acompanhada do filho, Marcelo Garcia. A atriz circulava diariamente pelo evento, onde acompanhou diversas sessões no Palácio dos Festivais. Em uma de suas passagens pelo tapete vermelho, a atriz afirmou ao portal Acontece Gramado ter “um enorme prazer em estar mais uma vez em Gramado. Esse calor, essa receptividade com a qual a cidade nos recebe. Aqui tem um leve sabor de chocolate no ar. Obrigado a todos que fazem o festival, que participam e que concorrem. Aqui me sinto sempre prestigiada”.
Léa Lucas Garcia de Aguiar, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 11 de março de 1933. Tornou-se atriz em um momento da história em que esse não era um trabalho comum para mulheres negras. Filha de Stela Lucas Garcia e José dos Santos Garcia, passou a morar com sua avó aos 11 anos, quando sua mãe morreu. Desde jovem, demonstrou o desejo de se envolver com o universo artístico, mas em outro campo. Queria cursar Letras para ser escritora.
Porém, o destino queria que ela fosse uma atriz de sucesso!
Tudo mudou quando ela conheceu Abdias Nascimento, com quem teve dois filhos, Henrique Christovão Garcia do Nascimento e Abdias do Nascimento Filho.
O dramaturgo e ativista apresentou a ela a sua estante de livros e sugeriu a leitura das tragédias gregas.
Depois, a convenceu a subir no palco pela primeira vez, na peça Rapsódia Negra (1952), do próprio Abdias, encenada pelo Teatro Experimental do Negro.
A partir de então, a paixão pelas artes cênicas se impôs. Mais tarde teve seu terceiro filho, Marcelo Garcia de Aguiar, conhecido como Marcelão Garcia (1965), com Armando Aguiar.
Trabalhando em teatro, TV e cinema, Léa Garcia consolidou uma carreira de papéis marcantes como Rosa, de Escrava Isaura, novela de Gilberto Braga, baseada no romance de Bernardo Guimarães, que a tornou conhecida do público, e venceu a barreira dos personagens tradicionalmente destinados a atrizes negras. Tornou-se, assim, uma referência para jovens atores e admirada pela qualidade de suas atuações.
A personagem Rosa da novela “Escrava Isaura”, foi a primeira vilã interpretada por Léa Garcia. Muitas cenas intensas entre Léa Garcia e Lucélia Santos, que vivia Isaura, chegaram a emocionar Léa.
“Escrava Isaura é o meu cartão de visitas. Tive muitas dificuldades em fazer cenas de maldade com a Lucélia Santos. Eu me lembro de uma cena em que, quando a Rosa acabou de fazer todas as perversidades com a Isaura, eu tive uma crise de choro, me pegou muito forte. Chorei muito, não com pena, mas porque me tocou.”
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Fugindo dos personagens convencionais, Léa Garcia foi a Leila da novela Marina (1980), de Wilson Aguiar Filho. Na trama, ela vive uma professora de história de um colégio caro, em São Paulo. A personagem passa por momentos difíceis ao ver sua filha sofrer preconceitos.
A atriz também trabalhou na extinta TV Manchete, onde fez duas novelas na emissora: Dona Beija (1986), de Wilson Aguiar Filho, e Helena (1987), de Mario Prata.
Em 1988, volta a trabalhar na TV Globo, atuando na minissérie Abolição, de Wilson Aguiar Filho, realizada em homenagem ao centenário da abolição da escravatura.
Também integrou o elenco da minissérie Agosto (1993), de Jorge Furtado e Giba Assis Brasil, que se passa durante a crise do governo Vargas. Na trama, Léa Garcia viveu Sebastiana, uma mulher que não se dá conta da dimensão do momento político nem do que acontece em volta dela.
O trabalho seguinte foi A Viagem, em 1994, de Ivani Ribeiro, em que seu personagem era responsável por explicar à protagonista, vivida por Christiane Torloni, que ela tinha morrido.
Depois, a atriz volta a trabalhar na TV Manchete, onde atuou nas novelas Tocaia Grande (1995), de Duca Rachid, Mário Teixeira e Marcos Lazarini, e em Xica da Silva (1996), de Walcyr Carrasco. Nesta última, foi uma mulher de 150 anos que aparece em cima de uma pedreira, depois num ritual de magia negra. Para viver o personagem, precisou passar o dia inteiro com colágeno.
Léa Garcia também foi contratada da TV Bandeirantes, onde participou da novela O Campeão (1996), de Mário Prata e Ricardo Linhares.
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