Mais de 11 leis que não deveriam, mas existem ou existiram no Brasil
O Brasil, com sua vasta extensão territorial e diversidade cultural, também se destaca pela complexidade de seu sistema jurídico. As leis no país são concebidas para regular o comportamento das pessoas e das instituições, garantindo a ordem, a justiça e a segurança social.
Contudo, ao longo da história, algumas normas curiosas e inusitadas foram promulgadas, refletindo a peculiaridade de situações e preocupações locais. A seguir, exploramos 12 das leis mais bizarras que já existiram ou ainda existem no Brasil.
Se você achava que já tinha visto de tudo, prepare-se para ter algumas grandes surpresas com as leis mais estranhas já empregadas no Brasil. Algumas ainda podem até existir no momento em que você se depara com este texto.
Leis estranhas que foram consideradas fundamentais no Brasil
As leis são fundamentais para a manutenção da ordem em qualquer sociedade. Elas estabelecem um conjunto de regras claras que orientam o comportamento das pessoas, regulam suas interações com o Estado e garantem a proteção dos direitos individuais e coletivos.
Além disso, as leis têm a função de resolver conflitos, promovendo a justiça e a igualdade. No entanto, em meio a tantas normas essenciais, algumas leis se destacam pela singularidade, despertando curiosidade e até risos.
Proibição da melancia em Rio Claro (SP)
Uma das leis mais surpreendentes do Brasil surgiu em 1894, em Rio Claro, São Paulo. Na época, foi proibido o consumo e a comercialização de melancia na cidade.
A justificativa para tal medida era a crença de que a fruta transmitia doenças como tifo e febre amarela. Embora bizarra, a lei reflete o desconhecimento científico da época e foi abolida quando se constatou que a melancia não era vetor de tais enfermidades.
Lies estranhas: guerra contra as formigas
Também em Rio Claro, outra lei curiosa foi promulgada em 1965. A Lei Nº 967 determinava que os moradores não poderiam manter formigueiros em suas propriedades, sejam casas ou terrenos baldios.
Aqueles que desobedecessem a norma estavam sujeitos a uma multa equivalente a 2,5% do salário mínimo da época. Essa medida, embora peculiar, visava controlar a infestação de formigas que, na época, representavam uma séria ameaça à agricultura local.
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Um aeroporto para discos voadores em Barra do Garças (MT)
Em 1995, a cidade de Barra do Garças, no Mato Grosso, ganhou notoriedade ao aprovar uma lei que reservava uma área para o pouso de naves espaciais.
O projeto, conhecido como “Discoporto”, foi aprovado pelo prefeito, mas nunca saiu do papel. A lei permanece como uma curiosidade jurídica, simbolizando a fascinação por vida extraterrestre e o folclore local.
Proibição de anticoncepcionais em Bocaiúva do Sul (PR)
Em 1997, o prefeito de Bocaiúva do Sul, Paraná, decretou a proibição da venda e distribuição de preservativos e anticoncepcionais na cidade.
O decreto visava aumentar a população local, que estava em declínio, mas causou revolta entre os moradores. Felizmente, a lei foi revogada em menos de 24 horas, diante da pressão popular.
Leis estranhas: multa por erros gramaticais em Pouso Alegre (MG)
A Lei Nº 3.306 de 1997, em Pouso Alegre, Minas Gerais, estabelecia multas para quem cometesse erros gramaticais em faixas, banners e outdoors.
A penalidade inicial era de R$ 100,00, podendo chegar a R$ 500,00 para outdoors. Essa é uma das leis, embora inusitada, que destacava a importância da correção gramatical e da comunicação escrita adequada.
Legibilidade médica obrigatória em Sorocaba (SP)
Em Sorocaba, São Paulo, uma lei ainda em vigor exige que os profissionais de saúde preencham prontuários e receitas médicas de forma legível
O objetivo é evitar erros na administração de medicamentos e garantir a clareza na comunicação entre médicos e pacientes. Placas informativas nos estabelecimentos de saúde reforçam essa exigência.
Proibição de minissaias em Aparecida (SP)
Em 2007, a cidade de Aparecida, São Paulo, aprovou uma lei que proibia o uso de minissaias por mulheres. Hoje, essa é uma das leis que soa como um gigantesco absurdo, mas antes também não era algo bem aceito.
A medida, no entanto, gerou forte resistência, e muitas mulheres passaram a usar minissaias em protesto. A reação popular levou ao apelido do prefeito, José Luiz Rodrigues, de “Zé Louquinho”, e a lei rapidamente caiu em desuso.
Leis estranhas: Tentativa de proibir fenômenos naturais
Ainda em Aparecida, o prefeito tentou aprovar uma lei que proibisse fenômenos naturais, como chuva e trovões, na cidade.
Embora a medida fosse claramente inviável, ela foi proposta como uma resposta satírica às cobranças dos vereadores por soluções contra enchentes. A proposta nunca foi levada adiante, mas permanece como uma curiosidade no anedotário político.
Carnaval sem máscaras em São Luís (MA)
Em 2009, o prefeito de São Luís, Maranhão, proibiu o uso de máscaras durante o Carnaval, alegando que dificultavam a identificação de criminosos.
A medida foi controversa, pois o uso de máscaras é uma tradição no Carnaval brasileiro. Apesar da intenção de reduzir a violência, a lei foi amplamente criticada e acabou revogada.
Nome de gente não é nome de bicho
No Rio Grande do Sul, um projeto de lei tentou proibir que tutores de animais de estimação dessem nomes de pessoas a seus pets.
A justificativa era evitar constrangimentos para aqueles que compartilhassem o nome com um animal. Embora tenha gerado debates, a proposta não foi adiante, mas ilustra a diversidade das preocupações legislativas.
Regras para uso de mochilas no Rio de Janeiro (RJ)
Uma das leis ordinárias de 2011 no Rio de Janeiro obriga a fixação de cartazes em locais públicos orientando sobre o uso correto de mochilas.
Os cartazes indicam que as mochilas devem ser usadas na frente do corpo em transportes públicos, como ônibus e metrôs, para evitar acidentes e facilitar o trânsito de pessoas. A multa para quem não cumprir a lei é de R$ 1.000,00.
Dia de reconhecimento dos ouvidores de vozes em Ribeirão Preto (SP)
Em 2021, Ribeirão Preto, São Paulo, instituiu o “Dia de Reconhecimento dos Ouvidores de Vozes”, a ser comemorado em 14 de setembro. A lei visa reconhecer a experiência de pessoas que relatam ouvir vozes e combater o estigma associado a essa condição.
A medida busca promover a inclusão e o respeito a essa população, garantindo espaço para suas narrativas na sociedade.
Essas leis, embora possam parecer bizarras, refletem a diversidade e a complexidade do sistema jurídico brasileiro, bem como as preocupações locais que influenciam a legislação.
Ao mesmo tempo, destacam como o direito, em sua pluralidade, busca atender às demandas de uma sociedade tão diversa quanto o Brasil.
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