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Os desafios após o diagnóstico de Esclerose Múltipla

A atriz Guta Stresser, que ficou famosa ao interpretar a divertida Bebel do sucesso “A Grande Família”, jamais poderia imaginar na sua vida que teria que lidar com uma doença que iria afastá-la da profissão. Ela foi diagnosticada com esclerose múltipla (EM)

A atriz Guta Stresser, que ficou famosa ao interpretar a divertida Bebel do sucesso “A Grande Família”, jamais poderia imaginar na sua vida que teria que lidar com uma doença que iria afastá-la da profissão. Ela foi diagnosticada com esclerose múltipla (EM).

Segundo a atriz, os sintomas começaram em 2020, enquanto participava do quadro “Dança dos Famosos”, do “Domingão do Faustão”. 

“Comecei a esquecer palavras bem básicas, como copo e cadeira. Se ficava duas horas parada assistindo a um filme na TV, logo sentia dores musculares. Tinha formigamentos frequentes nos pés e nas mãos, enxaquecas fortíssimas e variações de humor. O pior era um zumbido constante no ouvido. Parecia que havia ali um fio desencapado, provocando um curto-circuito na minha cabeça”, disse ela em entrevista ao portal Metrópoles.

Esclerose Múltipla é uma condição potencialmente incapacitante do cérebro e da medula espinhal (sistema nervoso central), ou seja, dificulta a comunicação ideal entre o cérebro e o corpo. Os sintomas que indicam a doença podem variar de caso para caso, a depender de quais e quantos nervos foram afetados.

O que causa a esclerose múltipla?

A doença pode ocorrer com maior frequência em indivíduos que tenham predisposição genética e que sejam submetidos a determinados fatores ambientais, como:

  • deficiência de vitamina D
  • infecções virais na infância (como o vírus Epistein Baar)
  • região de nascimento
  • obesidade na infância.

O desequilíbrio no sistema imunológico do paciente com esclerose múltipla leva à destruição da camada protetora dos nervos (bainha de mielina) e morte de células nervosas. 

Em uma entrevista concedida à revista Veja, Guta afirmou que depois do susto inicial, foi aos poucos aprendendo a conviver com a doença.

“Tive muito medo. Pela minha cabeça se desenrolava um filme em que eu ficava completamente incapacitada. Passei a ter um pesadelo recorrente: imóvel, sem conseguir falar, tentava avisar meu companheiro que, apesar do corpo comprometido, meu raciocínio estava lá, preservado. Desesperador. Mas, com a ajuda do neurologista, entendi que diagnóstico não é sentença de morte e que, apesar da doença não ter cura, ela tem, sim, tratamento”.

A doença fez a atriz abandonar a carreira, se dedicar mais ao tratamento para controle das inflamações e para evitar a remissão dos surtos, como são conhecidos os episódios de manifestação dos sintomas.

Sintomas

Os sintomas mais comuns da esclerose múltipla são:

  • baixa visão
  • fraqueza nos membros
  • dormência ou formigamento no corpo
  • visão dupla
  • dificuldade para falar ou engolir
  • Fadiga
  • incontinência urinária
  • Desequilíbrio
  • problema de coordenação dos membros
  • tontura
  • perda de memória.

A gravidade e a duração dessas ocorrências variam de acordo com cada pessoa.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito por um médico especialista que vai verificar a história clínica do paciente  e também solicitar exames de Ressonância Magnética e coleta de líquor.

Infelizmente a esclerose múltipla não tem cura. No entanto, é possível ter qualidade de vida com os tratamentos existentes para controlar a progressão da doença e os sintomas.

Tratamento

Para o tratamento da esclerose múltipla existem mais de dez medicamentos, que são prescritos pelo médico de acordo com cada caso e necessidade. Além das medicações, é muito importante manter hábitos saudáveis, incluindo:

  • exercícios físicos regulares
  • dieta balanceada
  • evitar sal em excesso
  • interrupção do tabagismo
  • controle do peso
  • cuidados com a saúde mental.

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A atriz fala do tratamento

“O primeiro passo foi tomar um remédio caríssimo, que só consigo obter graças ao SUS. O medicamento me mantém equilibrada, sem crises. Também passei a cuidar mais de mim. Hoje pratico ioga, mudei a alimentação para melhor e faço todo tipo de exercício para o cérebro, de leitura de livros a palavras cruzadas. 

Mais recentemente, incluí no tratamento óleo de CBD, um derivado de maconha que é felizmente legalizado e tem se revelado promissor. Depois do diagnóstico, refiz a ressonância magnética e os resultados foram muito bons, indicando um quadro estável”, disse Guta Strasser à revista Veja.

Assim como ela, a maioria das pessoas só conseguem tratar dessa doença por meio do SUS (Sistema Único de Saúde). Isso porque o tratamento não é barato e os medicamentos têm preços altíssimos!

O tratamento da enfermidade e o uso do biofármaco são garantidos pelo SUS através da PDP desde 2015.

O Ministério da Saúde ampliou o uso do natalizumabe no tratamento da esclerose múltipla remitente-recorrente, o que representa 85% dos casos da doença. A decisão foi publicada por meio da Portaria nº 49, em 11 de novembro de 2020. Com isso, o medicamento será ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em até 180 dias.

Embora a esclerose múltipla possa atingir homens e mulheres em qualquer fase da vida, a maior parte dos casos (69%) ocorre entre mulheres durante a idade fértil. A idade média global do diagnóstico é de 32 anos.

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