A mente humana é um labirinto fascinante e complexo, pontilhado de mistérios que desafiam nosso entendimento cotidiano. Em meio a esse intricado emaranhado de emoções, percepções e lembranças, um fenômeno curioso emerge: nossa tendência a gravar mais profundamente as experiências desfavoráveis em comparação com as agradáveis.
Essa inclinação não apenas molda nossa percepção do passado, mas também influencia nossa abordagem em relação ao presente e principalmente ao futuro. Ao embarcar nesta reflexão, hoje nós decidimos explicar o que acontece com nossa memoria, e o motivo pelo qual normalmente lembramos mais de coisas ruins do que boas.
Conforme investigações na área da psicologia, o cérebro humano parece dar mais ênfase a recordações desagradáveis do que às aprazíveis.
Essa peculiaridade pode ter raízes nas nossas origens evolutivas, argumentou a especialista Laura Carstensen em uma entrevista ao The Washington Post. Para muitos estudiosos, a retenção de um episódio doloroso é crucial para a continuidade da espécie do que o registro de um momento de felicidade.
Há correntes na psicologia que valorizam o caráter adaptativo de nossas experiências mais sombrias. Dito de outra forma, as lições aprendidas em contextos adversos ou chocantes podem ser catalogadas pelo nosso cérebro, prontas para serem acessadas em situações futuras similares.
Importa também mencionar que a idade do indivíduo influencia consideravelmente na maneira como as memórias são armazenadas. Em suas pesquisas, Carstensen observou que uma inclinação a reviver lembranças negativas é mais evidente entre os mais novos. “Com o avançar da idade, tendemos a nos ancorar mais no presente, e por isso, priorizar informações positivas torna nosso dia a dia mais agradável”, esclareceu ela.
Por fim, é essencial reconhecer que as memórias são construções mentais que, muitas vezes, são reinterpretadas cada vez que revisitadas. Assim, mesmo que atualmente você perceba uma inclinação para o negativismo, é bem possível que sua perspectiva futura mude e relembre as situações de maneira diferente.
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Mesmo as lembranças mais emocionantes parecem não se equiparar ao peso marcante de uma recordação ruim. Naturalmente, nos questionamos sobre a influência marcante dessas memórias desagradáveis em nosso psicológico, e a razão é bastante elucidativa.
Pesquisas apontam que, em ambientes experimentais, ratos tendem a se recordar dos locais onde sofreram choques. Imagens de ressonância magnética funcional (fMRI) de indivíduos que foram estimulados a reviver momentos emocionais revelaram maior atividade em áreas como o hipocampo, a amígdala e diversas regiões do córtex pré-frontal ao relembrar episódios adversos.
Os eventos negativos geralmente desencadeiam estresse, levando nosso organismo a liberar hormônios associados a esta resposta, como epinefrina e cortisol. Técnicas de imagem, como PET e fMRI, indicam que a interação desses hormônios com a amígdala é fundamental para consolidar e intensificar a memória.
Supõe-se que a adrenalina e o cortisol interajam com a amígdala basolateral, estrutura cerebral ligada ao armazenamento de reações condicionadas pelo medo.
Dado que tais hormônios são liberados em situações desfavoráveis, isso contribui para uma recordação mais vívida dessas circunstâncias. Quando ativada, a amígdala envia potentes sinais emocionais ao hipocampo, resultando na forte retenção da memória negativa, tanto em sua essência quanto em seu componente emocional.
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