O mistério do relógio biológico tem fascinado cientistas, médicos e curiosos por gerações. Uma das questões mais intrigantes que desafia nossa compreensão é o fenômeno curioso de acordar cada vez mais cedo à medida que envelhecemos. Enquanto os jovens são frequentemente criticados por dormirem até tarde, os idosos parecem estar em um ritmo completamente diferente, começando o dia ao raiar do sol, ou até mesmo antes. O que está por trás dessa mudança nos padrões de sono à medida que acumulamos anos?
No artigo de hoje nós, vamos explorar as diversas teorias e pesquisas que tentam explicar por que nosso alarme biológico parece ser programado para tocar mais cedo à medida que avançamos na idade. De alterações hormonais a mudanças no estilo de vida e responsabilidades sociais, há uma gama de fatores que podem estar contribuindo para esse fenômeno. Prepare-se para mergulhar no mundo fascinante da cronobiologia e entender melhor como o envelhecimento afeta nossos padrões de sono.
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Primeiramente, é fundamental entender que acordar mais cedo à medida que envelhecemos não é um mero capricho, mas sim um fenômeno biológico. Conforme amadurecemos, nosso cérebro começa a apresentar uma sensibilidade reduzida a certos estímulos que anteriormente eram eficazes na regulação do nosso ciclo de sono-vigília.
Conforme explicado por Dr. Sairam Parthasarathy, que lidera um centro de estudos do sono na Universidade do Arizona, essa diminuição da sensibilidade se manifesta em diversos aspectos, incluindo nossa reação a eventos naturais como o amanhecer e o entardecer. Esses eventos servem como marcos temporais que ajudam o cérebro a entender qual fase do dia estamos vivenciando.
Ele aponta que, enquanto um jovem consegue perceber, por exemplo, que o jantar é um sinal de que está chegando a hora de dormir, o cérebro de um indivíduo mais velho pode não fazer essa ligação da mesma forma eficaz.
Além das mudanças neurológicas, alterações na visão desempenham um papel significativo em por que indivíduos mais velhos tendem a dormir mais cedo. À medida que envelhecemos, a capacidade dos nossos olhos de transmitir informações luminosas para o cérebro diminui, afetando assim nosso “relógio biológico” interno.
Questões oftalmológicas como cataratas também entram em cena. Conforme a lente do olho se torna menos transparente devido ao desenvolvimento de cataratas, a percepção da luz ambiente é afetada. Isso leva o cérebro a acreditar que o dia está terminando mais cedo do que na realidade, estimulando uma produção precoce de melatonina, o hormônio responsável por nos induzir ao sono. Com essa elevação mais cedo dos níveis de melatonina, não é surpresa que pessoas mais velhas sintam o desejo de se recolher para a noite mais cedo que os mais jovens.
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