Quanto tempo um brasileiro pobre leva para ficar rico no Brasil?
A riqueza já é algo difícil de se alcançar, agora o tempo médio que se leva para isso, pode ser ainda mais surpreendente
Ficar rico, esse é o sonho da maioria dos brasileiros. Apesar de ser o sonho de milhões de pessoas, poucos são aqueles que de fato conseguem chegar lá. Conforme já falamos aqui, o brasileiro tem de 0,3% a 1% de chances de sair da pobreza e ficar rico.
Mas, as coisas não param por aí, as desigualdades sociais e de renda no nosso país contribuem para perpetuar uma estrutura injusta de ascensão dos mais pobres, assegurando, ainda, a permanência dos mais ricos no topo.
Apesar de sabermos que não é uma tarefa fácil uma pessoa pobre ficar rica no Brasil, ainda, sim, temos muitos exemplos de brasileiros que começaram com uma mão na frente e outra atrás que construíram impérios, ainda que seja em um número muito reduzido.
Mas, você já se perguntou quanto tempo em média uma pessoa pobre pode levar para conquistar fortuna? Utilizando alguns estudos, nós conseguimos identificar o tempo médio para isso, tempo esse que você descobrirá agora!
Quanto tempo o pobre leva para ficar rico no Brasil?
Segundo um estudo realizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), um brasileiro que figura entre os 10% mais pobres da população, levaria em torno de nove gerações — algo como 180 anos — para atingir a classe média no nosso país, considerando as atuais condições de renda, educação, saúde e trabalho.
A função do Estado é diminuir a desigualdade de oportunidades, o que pode ser atingido de maneira mais rápida através de políticas fiscais mais justas: cobrando mais impostos dos mais ricos e aliviando a carga sobre os mais pobres.
Outro estudo desenvolvido por meio do Grupo de Avaliação de Políticas Públicas e Econômicas (GAPPE), da Universidade Federal de Pernambuco (FPE), descobriu que metade dos filhos de pais situados entre os 20% mais pobres do Brasil permanece nesse mesmo grupo de renda ao atingirem a vida adulta.
Mesmo entre as pessoas que conseguem escapar da pobreza, a melhora de vida apresentada é apenas parcial, onde, somente 2,5% dos filhos cujos pais estão no extrato mais vulnerável da sociedade conseguem atingir o topo da estrutura social e de renda em uma única geração.
Os percentuais identificados no Brasil, são muito menores do quando comparamos a países mais desenvolvidos. Além disso, conforme pesquisa, ser preto, pardo ou mulher, também diminui as chances de ascensão, bem como viver no Norte e Nordeste do Brasil.
Distribuição de renda no Brasil
O Brasil é marcado por uma elevada concentração de renda, com o 1% mais rico da população possuindo 28,3% da riqueza total, o que coloca nosso país, como um dos países mais desiguais do mundo.
A maioria das famílias brasileiras, algo próximo dos 66% vive com uma renda mensal de até R$ 2.034. Deste número, 46% delas possuem uma renda que não ultrapassa um salário mínimo, deixando claro uma realidade de vulnerabilidade econômica para quase metade dos brasileiros.
Esse cenário ilustra a dificuldade que milhões de brasileiros enfrentam para garantir uma qualidade de vida mais adequada, em meio a rendimentos tão baixos.
Por outro lado, uma pequena parcela da população possuí os maiores rendimentos. Os 1% mais rico das famílias brasileiras possuem uma renda mensal que ultrapassa os R$ 33.900, conforme alguns apontamentos da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Esse contraste deixa claro um abismo socioeconômico que existe no nosso país, reforçando o status do Brasil como um dos países com maiores desigualdades de renda do mundo, como nosso país figurando a 14ª posição de país mais desigual do mundo, dividindo a posição com o Congo.
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