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Quem mente mais, homem ou mulher? Novo estudo responde essa questão

A verdade é um valor que permeia diversas esferas das relações humanas, sendo essencial na construção de uma sociedade justa e harmoniosa. Muitas vezes, somos confrontados com questões que parecem transcender o tempo, como a que questiona quem é mais propenso a mentir: homens ou mulheres? Um estudo recente trouxe novas perspectivas sobre esse debate milenar.

A honestidade, caracterizada pela sinceridade, transparência e integridade, é extremamente valorizada em múltiplos contextos de nossas vidas, seja no cenário político, em ambientes terapêuticos, em círculos de amizade, na família, e de modo especial, em nossos relacionamentos amorosos, sendo um pilar fundamental para estabelecer a confiança mútua.

Viver de maneira íntegra é, também, uma manifestação de nobreza de caráter, e, ao lado de atributos como inteligência, cortesia e sabedoria, é correlacionado a um prestígio social mais elevado. Com base nisso, vamos explorar este novo estudo, que coloca em panos limpos essa questão, refletindo sobre a proeminência da veracidade nas relações interpessoais e como ela se manifesta em diferentes gêneros.

Quem mente mais homem ou mulher?

Um estudo inovador, veiculado na Current Opinion in Psychology, propõe que, em termos de desonestidade movida por interesses próprios, os homens tendem a superar as mulheres.

Ao explorar as relações entre gênero e desonestidade, a pesquisa concluiu que os homens, particularmente em contextos de competição onde a mentira pode oferecer vantagens pessoais, frequentemente exibem maior propensão a atitudes desonestas comparativamente às mulheres.

Entretanto, é crucial destacar que as discrepâncias de gênero em relação à falta de honestidade são, na maioria das vezes, minimamente distintas e susceptíveis a variações conforme as circunstâncias específicas.

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Causas e consequências da desonestidade

Frequentemente, indivíduos recorrem ao artifício da enganação por uma variedade de razões: para atingir seus objetivos, para manter as aparências, para esquivar-se de penalidades, entre outras.

Dado que a eficácia na identificação de falácias é consideravelmente distante de 100%, mesmo quando aplicadas estratégias comprovadas de detecção de mentiras, permanece uma incerteza intrínseca quanto à veracidade ou falsidade das declarações de um indivíduo.

Mas, seria esse um ponto de real relevância? Isso varia. A falta de sinceridade pode repercutir de maneiras benéficas ou prejudiciais tanto para quem é o receptor da mentira, como pais, companheiros afetivos ou empregados, quanto para quem a profere.

Para exemplificar, ainda que determinadas manifestações de decepção possam favorecer um indivíduo na escalada socioeconômica, elas também podem acarretar implicações deletérias para o bem-estar físico e psicológico, como o agravamento da sensação de isolamento social, elevação da pressão arterial e incremento na responsividade ao cortisol.

Variações de gênero na desonestidade

A maior parte das meta-análises precedentes sugere que as mulheres tendem a ser mais verdadeiras em comparação aos homens.

Por exemplo, uma meta-análise compreendendo mais de 8.700 observações identificou que homens contam mais mentiras que visam benefício pessoal e também mentiras benevolentes.

Em contextos específicos, pesquisas indicam que companhias com chefes masculinos são mais susceptíveis a envolverem-se em declarações financeiras imprecisas em comparação às que possuem chefes femininas. Ademais, verifica-se uma incidência superior de desonestidade acadêmica entre homens em comparação às mulheres.

Distinções de gênero análogas foram constatadas em relação a mentira: Homens, em contraste com mulheres, são mais inclinados a autoiludirem-se, acreditando em sua própria superioridade e num merecimento de prerrogativas especiais. Isso é predominantemente impulsionado pelo componente exploratório e de sensação de direito inerente ao narcisismo, o qual está vinculado a condutas tóxicas e inadequadas, como manipulação afetiva, hostilidade, assédio e resistência ao perdão.

Causas para a diferença de desonestidade entre gêneros

As discrepâncias de gênero na propensão para a mentira podem ser atribuídas a fatores evolutivos e/ou culturais.

Teorias evolucionárias apontam para a relevância da desonestidade nos contextos de seleção sexual e natural. Especificamente, homens que logravam enganar mulheres para obter relacionamentos de curto prazo eram mais propensos a propagar seus genes.

Em outras palavras, em contextos ancestrais, o ato de enganar revelava-se menos oneroso e mais vantajoso para os homens em relação às mulheres.

No que tange às interpretações culturais, as acepções mais reconhecidas são alicerçadas na teoria dos papéis sociais, a qual postula que a segmentação laboral na sociedade esclarece a propensão masculina para condutas mais ilusórias.

Corroborando com esta teoria, estudos evidenciam que a vivência profissional frequentemente atenua as discrepâncias em engano e em comportamento antiético. Como ilustrado pelos pesquisadores, “em profissões como a política e advocacia – onde o engano pode ser considerado um indício de competência – homens e mulheres tendem a mentir em níveis comparáveis”.

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