Recessão: As 6 maiores crises recentes que o Brasil enfrentou

O Brasil, assim como a maioria dos países do mundo, já enfrentou diversas crises ao longo de sua história. Crises essas que refletiram em desafios políticos, econômicos e sociais vividos pela nossa sociedade.

Dentre as crises mais recentes, tivemos a pandemia da Covid-19, que muito embora, não seja algo exclusivo do Brasil, tendo sido enfrentado por diversos países do mundo, trouxe vários problemas para a nossa nação.

A história brasileira sinaliza que recessões são assunto frequente na nossa economia. Justamente por isso, nós do Meu Valor Digital decidimos dar um mergulho na história do nosso país, para relembrarmos as 6 últimas crises dos quais o Brasil enfrentou.

Plano Collor em 1990

A situação do Brasil no início dos anos 90 era bem diferente da que vemos hoje. Para quem não se lembra, no começo dos anos 1990, o Brasil enfrentava uma taxa de inflação extremamente alta, saltando de 50% ao mês em dezembro de 1989 para cerca de 100% ao mês em março de 1990.

Para lidar com essa situação, o então presidente Fernando Collor de Mello, decidiu lançar seu plano para combater esse cenário complexo e tentar estabilizar a hiperinflação viva no país.

O famoso plano Collor foi composto por algumas medidas importantes como: privatização, abertura econômica, alteração da moeda, retenção da poupança de depósitos superiores a 50 mil cruzeiros, fechamento de ministérios e demissão de servidores, controle sobre flutuação do câmbio e fim de subsídios estatais.

Contudo, o pacotão de medidas apresentado pelo então presidente foi extremamente impopular, assim como fracassou no controle da hiperinflação e recessão vivida no nosso país naquele momento.

Crise da dívida externa entre 1980 e 1994

Nos anos 80, o Brasil enfrentava uma das maiores crises econômicas da história, muito disso por conta da dívida externa que se acumulava de décadas anteriores. Durante o período, a inflação estava completamente descontrolada e o país enfrentava muitas dificuldades para arcar com os pagamentos internacionais.

Como consequência, a crise acabou se agravando com a crise da dívida latino-americana, onde o Brasil acabou sendo obrigado a renegociar as dívidas em condições extremamente desfavoráveis.

Durante esse período, tivemos algumas tentativas de estabilizar a economia como o Plano Cruzado e Plano Bresser, porém, só tivemos um resultado real em 1994 quando o Plano Real entrou em cena em abril de 1994.

Recessão econômica entre 2014 e 2016

Após a resolução dos problemas da hiperinflação e dívida externa, pouco mais de 20 anos depois, o Brasil, que vinha em um ritmo de crescimento contínuo, começava a apresentar sinais claros de desaceleração.

Naquele ano, as taxas de consumo começaram a cair, e o exterior nada colaborava com a situação. Como consequência, foi deflagrada uma recessão induzida pela baixa demanda global, assim como pelo fim do ciclo das commodities e crise política que se instaurou no país.

A recessão nesse período foi uma das piores, com o PIB recuando 3,8% em 2015 e 3,6% em 2016. Não o bastante, o Brasil ainda se viu em um dos maiores escândalos de corrupção da história do Brasil, a Operação Lava Jato.

Como consequência, a crise resultou em um grande aumento no número de desemprego, e uma significativa redução no poder de compras dos brasileiros.

• Leia também | Brasil é um dos países com mais bilionários no mundo: veja ranking

Apagão em 2001

Em 2001 tivemos a crise energética que ficou mais popular como o “Apagão”. Essa crise ocorreu devido a anos de investimento ineficiente e insuficiente em infraestrutura energética, assim como de uma política de dependência quase que total em hidrelétricas.

Acontece que a falta de chuvas que aconteceu no final dos anos 90, acabou reduzindo os reservatórios a níveis extremamente críticos, o que forçou o governo daquela época a adotar medidas de racionamento de energia que afetou não somente o cidadão comum, como também, indústrias e comércios.

A crise energética acabou afetando o PIB brasileiro, e deixou claro que o governo tinha que buscar novas formas de diversificar as fontes de energias do país.

Crise política e impeachment em 1992 e 2016

Na história recente, o Brasil sofreu baques relacionados a crises políticas e mesmo impeachment. Em 1992 o então presidente Fernando Collor de Melo, eleito por voto direto após a ditadura militar no Brasil, se viu envolvido em uma série de problemas e escândalos.

Acontece de Collor foi eleito com promessas de modernizar o país, combater à corrupção e acabar com a hiperinflação enfrentada no Brasil. Contudo, as promessas de Collor foram rapidamente ofuscadas por um esquema de corrupção envolvendo pessoas diretamente ligadas ao presidente, o que levou ao seu impeachment.

Avançando 24 anos, já em 2016, a então presidente Dilma Rousseff acabou sofrendo impeachment em um contexto de grande crise econômica e escândalos de corrupção. Com relação à crise política, a situação acabou se intensificando devido à Operação Lava Jato, que expôs em larga escala a corrupção envolvendo a Petrobras e outras empresas.

Já com relação às acusações que levaram Dilma a sofrer impeachment se centralizaram em manobras conhecidas como “pedaladas fiscais”, em que o governo atrasou repasses a bancos públicos para melhorar artificialmente as contas públicas.

Vale lembrar que o processo de impeachment de Dilma foi extremamente controverso, onde, para parte das pessoas foi dado como certo, enquanto para outros, foi considerado um “golpe político” por conta da polarização e conturbação do ambiente econômico no país.

Pandemia iniciou em 2020 e tem reflexos até hoje

A pandemia da Covid-19, teve impactos no Brasil logo de cara, em março de 2020, trazendo diversos problemas como uma crise de saúde pública jamais vista no nosso país, assim como profundas consequências econômicas.

Com a pandemia se espalhando em pouquíssimo tempo, o governo se viu obrigado a implementar o isolamento social e lockdowns, que impactaram todas as camadas da economia. Economia está, que até hoje luta para se recuperar dos estragos daquele período.

Vale lembrar que, a pandemia deixou claro e aprofundou ainda mais diversos outros problemas enfrentados no Brasil, como a desigualdade social, as deficiências no sistema de saúde, além de uma ação descoordenada do governo para lidar com a situação.