Muitas pessoas, independente da idade e nível escolar, até mesmo aquelas que possuem uma maior compreensão da norma culta da língua portuguesa, são pegos vez ou outra com pleonasmos.
O pleonasmo, por sua vez, é caracterizado por uma repetição e redundância de ideias quando vamos transmitir uma mensagem a outra pessoa, ocorrendo então um excessivo uso de palavras com o mesmo significado.
Quando a repetição de palavras acaba ocorrendo de maneira desnecessária, ocorre então o que conhecemos como pleonasmo vicioso, que nada mais é do que um vício de linguagem.
Embora alguns pleonasmos viciosos sejam considerados, como inaceitáveis, grande parte deles é utilizada com frequência pela maioria de nós, falantes nativos da língua portuguesa.
Vamos conferir alguns dos pleonasmos mais comuns falados pelos brasileiros que, muito provavelmente você também deve falar algum deles com certa frequência:
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O pleonasmo se manifesta de duas maneiras distintas: como um recurso literário intencional ou como um vício de linguagem involuntário. A distinção entre esses dois usos depende do propósito do falante ou escritor e de como a redundância é aplicada no discurso. Alguns especialistas em linguística argumentam que a aceitação ou não de um pleonasmo pode ser determinada pelo contexto de sua utilização: se ele serve como uma figura de linguagem, enriquecendo o texto, ou se representa apenas uma repetição desnecessária de ideias.
O pleonasmo literário é frequentemente adotado para realçar uma ideia ou conceito, inserindo um toque poético à narrativa. Este tipo de pleonasmo é habitual em descrições da natureza. Um exemplo emblemático pode ser encontrado na obra do poeta Fernando Pessoa:
“Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de Portugal!”
Aqui, a referência ao “mar salgado” pode parecer redundante, já que mares são inerentemente salgados, mas a escolha das palavras visa amplificar o efeito poético. Vange Leonel, cantora e compositora, oferece outro exemplo marcante:
“Busco apenas a escuridão / A purificação no silêncio da noite / Da noite escura”
O termo “noite” já sugere escuridão, tornando o adjetivo “escura” redundante. Entretanto, essa escolha estilística destina-se a reforçar a atmosfera do verso. Pleonasmos semelhantes são comuns ao descrever elementos naturais, como “neve branca” ou “sol ardente”.
O conceito de objeto pleonástico surge quando um objeto (direto ou indireto) é destacado no início de uma frase e repetido por meio de uma forma pronominal. Por exemplo:
“Meu sonho, eu o confessei a ela.”
Aqui, o objeto direto “meu sonho” é reiterado após o verbo por “o confessei”, com a intenção de enfatizar. Outro exemplo é:
“Tu não me enganas a mim.”
Neste caso, o objeto indireto “a mim” é reforçado pelo pronome “me”, exemplificando novamente o uso de um objeto pleonástico para ênfase.
Quando o pleonasmo não tem função estilística e surge por descuido ou desconhecimento, configura-se como um vício de linguagem, conhecido como redundância. Essas repetições desnecessárias não são vistas como linguagem refinada, pois não adicionam valor expressivo ao texto. Exemplos comuns incluem:
Para evitar essas redundâncias, é suficiente optar por uma das expressões redundantes, refinando a construção do enunciado para torná-lo mais preciso e claro, como em:
Ao fazer essas escolhas, o texto se torna mais elegante e livre de repetições desnecessárias.
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