6 técnicas de estudo comprovadas pela ciência que funcionam
Muitas pessoas não conseguem absorver e aprender o que estão estudando, se esse for o seu caso, é possível resolver com algumas técnicas
Você sente dificuldades para estudar? Tenta absorver o máximo de informações que o professor passa, tenta se lembrar do máximo de conteúdo que vê em suas apostilas e cursos, mas ainda assim, parece que não é suficiente para aprender?
Saiba que essa é uma situação mais comum do que se imagina. Embora o que queremos seja compreender com mais facilidade o que estamos estudando, infelizmente, nem sempre as coisas saem como planejado, e o sentimento de frustração acaba prevalecendo.
Contudo, assim como existem medicamentos e tratamentos para doenças, existem técnicas de estudo que você pode utilizar para “tratar” e potencializar a maneira como absorve informações até que de fato tenha aprendido algo.
Para ajudar nessa situação, afinal de contas, muitas pessoas (inclusive o autor deste texto) realmente já passaram por isso, vamos apresentar algumas técnicas de estudo baseadas em estudos científicos que realmente podem auxiliar na hora de estudar. Não se sinta mal por não aprender; comece a aplicar algumas dessas técnicas, e você verá como podem ser úteis!
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1. Repetição espaçada
A técnica de repetição espaçada é um método de estudo respaldado pela ciência, graças às descobertas do psicólogo Herman Ebbinghaus sobre a Curva do Esquecimento. Essa curva ilustra como tendemos a esquecer informações ao longo do tempo, mas ao revisar essas informações em intervalos programados e crescentes, fortalecemos nossa memória de longo prazo. Esta técnica capitaliza no entendimento de que a repetição aprimora as conexões neurais, facilitando a lembrança de informações.
Implementação prática da repetição espaçada
A chave para utilizar eficientemente a repetição espaçada é revisar o material antes de chegar ao ponto de esquecê-lo completamente. Isso significa programar revisões de conteúdo em intervalos que vão aumentando progressivamente. Estudar por períodos mais curtos, mas consistentes e bem espaçados, é mais eficiente
do que tentar memorizar tudo de uma vez. Ferramentas como o aplicativo Anki podem ser extremamente úteis, pois permitem que você crie flashcards para revisão e automaticamente ajusta o cronograma de revisão com base na sua facilidade de lembrar cada informação.
Erros comuns e soluções
Um dos erros mais frequentes com a repetição espaçada é a procrastinação, ou seja, deixar para estudar na última hora. Essa abordagem compromete os benefícios da técnica, pois não permite o espaçamento adequado das revisões. Além disso, apenas reler as anotações é uma estratégia ineficiente de estudo, pois promove apenas o reconhecimento, não a recuperação ativa da informação.
Para maximizar os benefícios da repetição espaçada, é importante
combinar essa técnica com a prática de recuperação ativa. Isso significa testar-se sobre o material de estudo, em vez de apenas passar os olhos pelo conteúdo. Ao se desafiar a lembrar ativamente das informações, você reforça a aprendizagem e melhora a retenção de longo prazo.
Em resumo, a repetição espaçada é uma técnica comprovada que pode transformar a maneira como estudamos, tornando o processo de aprendizagem mais eficiente e duradouro. Integrar essa abordagem ao seu plano de estudos, juntamente com a prática de recuperação ativa, pode significativamente aumentar seu desempenho acadêmico e retenção de conhecimento.
2. Recordação ativa
A prática da recordação ativa é uma estratégia de estudo que explora o Efeito de Teste para melhorar significativamente o desempenho acadêmico. Se você já a incorporou aos seus estudos, provavelmente aprecia os resultados tangíveis que oferece. Caso contrário, é natural que o início pareça um desafio, mas isso faz parte do processo de aprendizado ativo, que tende a ser mais exigente que métodos passivos de estudo.
Implementando a recordação ativa
Para aplicar a recordação ativa de forma eficiente, uma abordagem recomendada é o uso de flashcards, como os disponibilizados pelo Anki, ou resolver exercícios práticos que, além de fortalecer a memória, ajudam a desenvolver habilidades de análise crítica. Outra técnica envolve tentar escrever ou desenhar tudo o que você sabe sobre um tema sem consultar suas anotações, procurando ser o mais completo possível. Posteriormente, compare suas notas auto-geradas com as originais para identificar possíveis lacunas ou imprecisões e complementar as informações faltantes.
Desafios comuns na recordação ativa
Um desafio frequente para os estudantes é a tendência de abandonar a prática da recordação ativa prematuramente, desencorajados pela dificuldade inicial. É muito importante reconhecer que a sensação de desafio é um indicador de que a técnica está funcionando, e a persistência levará a melhorias notáveis. A familiaridade e a facilidade com o método aumentam com a prática contínua.
Outra armadilha comum é focar demasiadamente em memorizar fatos isolados, sem integrá-los em um entendimento mais amplo do assunto. É essencial não só memorizar as informações, mas também compreender as conexões e diferenças entre os conceitos, construindo uma compreensão holística do material de estudo.
Por fim, é vital não só praticar a recordação, mas também verificar regularmente a precisão das informações recuperadas. Praticar a recordação sem confirmar a correção das respostas pode levar ao reforço de informações erradas, minando o objetivo da aprendizagem.
Em suma, a recordação ativa é uma ferramenta poderosa para aprofundar o conhecimento e melhorar a retenção de informações. Ao enfrentar seus desafios com perseverança e abordar o estudo de forma holística, os estudantes podem maximizar os benefícios desta técnica comprovada pela ciência.
3. Dificuldades desejáveis
O conceito de “Dificuldades Desejáveis” é uma das técnicas de estudo baseadas em evidências científicas. Este princípio sugere que enfrentar tarefas desafiadoras no processo de aprendizagem, apesar de poder parecer mais lento no início, acaba por reforçar significativamente o conhecimento e a retenção de informações a longo prazo. A ideia é que o esforço adicional necessário para superar obstáculos complexos fortalece nossa compreensão e memória do material estudado.
A pesquisa mostra que, embora métodos de estudo passivos e mais fáceis possam parecer mais eficazes no curto prazo, devido à sensação imediata de fluidez na aprendizagem, são as tarefas que nos desafiam a pensar mais profundamente e a aplicar o conhecimento de maneira ativa que garantem uma retenção mais duradoura das informações.
Uma analogia útil para entender esse conceito é a prática de exercícios físicos. Se você levanta pesos leves, você está, de fato, trabalhando os músculos, mas não está se desafiando o suficiente para induzir melhorias significativas ou crescimento muscular. Isso se assemelha ao estudo passivo, onde a informação é absorvida sem muito esforço.
Por outro lado, levantar pesos que realmente testam seus limites, assim como se engajar em tarefas de estudo que exigem rechamada ativa e aplicação de conhecimento, é semelhante a optar por pesos mais pesados que promovem o crescimento muscular através do esforço e da superação de limites. Esses desafios são as “dificuldades desejáveis” no contexto do aprendizado.
As dificuldades desejáveis não são apenas um aspecto isolado do estudo eficaz, mas um tema recorrente que permeia todas as estratégias de aprendizado comprovadas pela ciência. Incorporar esse princípio em sua abordagem de estudo, seja por meio da recordação ativa ou de outras técnicas que desafiam a mente, irá equipá-lo não só para armazenar informações de maneira mais eficiente, mas também para compreender e aplicar o conhecimento de forma mais eficaz.
4. Elaboração
A técnica de elaboração envolve explorar e explicar em profundidade os conceitos que você está estudando, o que ajuda a cimentar o entendimento do material. É um processo que estimula uma conexão mais profunda com o conteúdo, transformando informações superficiais em conhecimento enraizado.
Implementando a elaboração
A chave para uma elaboração efetiva é ativar seu pensamento crítico e conectar o novo conhecimento com o que você já sabe. Aqui estão algumas dicas para colocar isso em prática:
- Crie perguntas sobre o material que está estudando. Pergunte-se como e por que as coisas funcionam, tentando construir respostas baseadas no seu entendimento antes de buscar confirmações externas.
- Estabeleça conexões entre diferentes ideias. Mesmo que não seja feito explicitamente pelos seus materiais de estudo, relacionar conceitos pode ajudá-lo a ver o quadro maior e diferenciar ideias semelhantes.
- Aproxime o conteúdo da sua realidade. Relacionar os conceitos com experiências pessoais ou conhecimentos prévios pode criar âncoras mentais fortes, facilitando a lembrança posterior.
Cuidados na elaboração
Evite elaborar além do necessário, o que pode levar a complicações em vez de claridade. A elaboração deve ser precisa e pertinente ao tópico. Além disso, estudar em pequenos grupos pode ser benéfico, mas grupos maiores podem diluir a eficácia da técnica.
5. Intercalação
A intercalação é uma estratégia de alternar entre diferentes temas ou conceitos durante uma sessão de estudo, em vez de concentrar-se em um único assunto por um período prolongado. Esse método é especialmente valioso em campos que envolvem solução de problemas, como ciências exatas, pois promove a identificação de padrões e conexões entre os tópicos.
Implementando a intercalação
Para aplicar a intercalação, varie os assuntos dentro de uma mesma sessão de estudo. Isso ajuda a manter o cérebro engajado e facilita a formação de ligações conceituais. Além disso, essa abordagem ajuda a manter o foco e a motivação ao introduzir variedade, combatendo o tédio e o desgaste mental.
Cuidados na intercalação
É importante encontrar o equilíbrio certo na frequência da alternância de tópicos. Mudar muito rapidamente pode levar a uma superficialidade no entendimento, enquanto dedicar tempo demais a um único assunto pode tornar o estudo menos eficiente. Recomenda-se utilizar blocos de tempo, como os do método Pomodoro, antes de mudar de tópico, e, ao final do estudo, revisar os conceitos em uma ordem diferente daquela abordada inicialmente.
Elaboração e intercalação são técnicas poderosas que, quando aplicadas corretamente, podem transformar a maneira como você absorve e retém conhecimento. Ao integrar essas estratégias ao seu regime de estudos, você estará não só melhorando sua capacidade de aprendizado mas também preparando seu cérebro para uma compreensão mais profunda e duradoura dos conteúdos.
6. Exemplos concretos
Utilizar exemplos concretos é uma estratégia eficaz para desvendar conceitos complexos ou abstratos, tornando-os mais acessíveis e compreensíveis. A chave é selecionar exemplos que demonstrem claramente os princípios em questão, facilitando a conexão entre teoria e prática.
Implementação de exemplos concretos
Para incorporar essa técnica ao seu estudo, comece por identificar exemplos que ilustrem os conceitos que você está aprendendo. Esses exemplos podem vir de materiais didáticos, pesquisas online, ou até mesmo de experiências pessoais. Ao analisar cada exemplo, reflita sobre como ele exemplifica o princípio estudado e se aprofunde na compreensão dos detalhes que conectam o exemplo ao conceito. Trocar exemplos com colegas de estudo ou em grupos de discussão pode enriquecer sua percepção e oferecer novas perspectivas sobre o tema.
Cuidados ao utilizar exemplos concretos
Ao empregar essa técnica, é muito importante escolher exemplos que sejam diretamente relevantes e corretos em relação ao conceito estudado. Um erro comum é recorrer a exemplos que, embora possam parecer aplicáveis à primeira vista, na realidade, apresentam interpretações incorretas ou distorcidas do princípio. Isso pode levar a uma compreensão equivocada e fortalecer concepções errôneas. Portanto, é importante verificar a precisão e a relevância dos exemplos escolhidos, preferencialmente recorrendo a fontes confiáveis ou consultando com professores e especialistas no assunto.
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