A percepção das cores é um fenômeno que vai além do simples ato de enxergar. As cores que percebemos são, em realidade, resultados de um intrincado processo que envolve a interação da luz com nossos olhos e cérebro. Mas será possível uma cor visível aos nossos olhos, na realidade, não existir? Essa questão nos conduz por uma reflexão sobre a forma como discernimos e interpretamos as cores.
Sem adentrar profundamente nos aspectos científicos, sabemos que as cores são percebidas através de seus comprimentos de onda distintos, que são processados de maneira diversa por nossos olhos e cérebro. Entretanto, o que observamos pode ser permeado por uma série de ilusões e peculiaridades. Vamos explorar um pouco mais sobre essa fascinante dimensão da percepção visual.
Há uma certa confusão quando falamos de roxo e violeta, com muitos usando os termos de forma indistinta. No entanto, ao contrário do violeta, o roxo não tem um comprimento de onda singular. Ele é percebido pela mistura de vermelho e azul. O que deveria surgir dessa combinação seria o verde e amarelo, mas nossos olhos e cérebro interpretam como roxo, um exemplo intrigante de como processamos as cores.
Para os aficionados pela cor rosa, há uma revelação surpreendente: rosa, na essência, não existe. Semelhante ao roxo, o rosa não tem um comprimento de onda distinto. O que visualizamos como rosa é uma variação do vermelho, podendo ser criado ao misturar vermelho com branco, um fenômeno que nos faz refletir sobre a relatividade da percepção cromática.
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Magenta e rosa são frequentemente confundidos, mas são distintos. Enquanto o rosa é uma variação do vermelho, o magenta se situa entre o vermelho e o violeta. Surpreendentemente, magenta também não possui um comprimento de onda específico. Nosso cérebro, ao tentar interpretar as extremidades do espectro de cores, cria a percepção do magenta, uma cor primária em sistemas de impressão, reiterando a complexidade da nossa interpretação de cores.
Ao pensar em marrom, muitos o associam ao preto, devido a suas semelhanças. Porém, marrom é, na realidade, mais próximo do laranja. Marrom, com seu comprimento de onda em torno de 600 nanômetros, é essencialmente um tom de laranja, podendo ser obtido ao adicionar cores escuras ao laranja, reforçando a polivalência da paleta cromática.
As cores são reflexos da luz, que é composta por diferentes comprimentos de onda. Preto e branco, no contexto cromático, são extremos da absorção e reflexão da luz. No entanto, eles são considerados sombras, pois alteram a luminosidade de outras cores. A busca pelo branco puro nos leva à luz solar não filtrada pela atmosfera, e o preto puro, ao abismo de um buraco negro, ilustrando a busca incessante pela compreensão das sombras e luzes no universo das cores.
É comum designarmos a prata como cor, porém a realidade desta matiz é mais complexa. Ao tentar reproduzir a prata em diferentes mídias, percebemos que sua essência vai além da mera coloração. Prata, na verdade, não é uma cor, mas uma “tonalidade metálica”, refletindo a luminosidade peculiar de metais como o próprio elemento prata.
Esta característica resplandecente não é derivada da cor, mas sim da maneira como a luz incide sobre sua superfície. O desafio reside em representar o aspecto metálico da prata em textos e artes, sem recorrer à combinação de cinza com pós metálicos ou manipulação digital de luz e sombra, mantendo-a, assim, distinta do cinza claro comum.
Se prata é, na essência, cinza, como categorizamos o ouro? Ouro, semelhante à prata, apresenta desafios na sua reprodução artística e, em sua essência, é uma variação do amarelo. Sua representação fidedigna é um desafio, exigindo misturas de pigmentos amarelos com partículas brilhantes ou manipulações digitais de luminosidade e tonalidade.
O interessante do ouro é que, em teoria, sua coloração deveria assemelhar-se à prata, sendo outra nuance de cinza. Entretanto, devido à singularidade de sua composição atômica e à aplicação da Teoria da Relatividade Especial de Einstein, os elétrons do ouro movem-se a velocidades tão elevadas que a absorção e reflexão de luz resultam na tonalidade amarelada percebida por nós, um exemplo eloquente de como a física e a percepção visual estão intrinsecamente conectadas.
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