Uma vida saudável pode ser mais do que apenas uma forma de manter o corpo em forma; ela pode ser uma ferramenta poderosa para a saúde mental. Um novo estudo publicado na revista Nature Mental Health sugere que adotar um estilo de vida saudável — que envolve atividade física regular, conexões sociais significativas, sono de qualidade e uma dieta equilibrada — pode diminuir significativamente o risco de depressão.
De acordo com Barbara Sahakian, co-autora do estudo e professora no Departamento de Psiquiatria da Universidade de Cambridge, mesmo que a genética possa nos predispor à depressão, nossas escolhas de estilo de vida têm um papel possivelmente mais significativo.
Então, aspectos da vida cotidiana que estão sob nosso controle, como a qualidade do sono e o engajamento social, podem fazer uma verdadeira diferença em nosso bem-estar emocional. Vamos explorar como cada um desses fatores de estilo de vida pode contribuir para uma saúde mental mais robusta.
O estudo identificou sete elementos cruciais do estilo de vida que podem reduzir o risco de depressão:
Para chegar a estas conclusões, os cientistas analisaram informações de quase 290 mil indivíduos inscritos no UK Biobank ao longo de nove anos. Desse total, cerca de 13 mil enfrentaram episódios de depressão. O estudo considerou dados genéticos, informações sobre a saúde geral e hábitos de vida dos participantes.
O interessante é que os pesquisadores categorizaram os indivíduos em três grupos, com base na adesão a esses fatores saudáveis: grupos com condições desfavoráveis, intermediárias e favoráveis ao bem-estar mental.
Os resultados foram surpreendentes: as pessoas enquadradas no grupo intermediário apresentaram uma probabilidade 41% menor de sofrer de depressão, em comparação com aquelas do grupo desfavorável. Já os indivíduos que se encontravam no grupo mais favorável tinham uma probabilidade ainda menor, com 57% menos chances de desenvolver depressão.
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Diversos aspectos podem influenciar o risco de uma pessoa desenvolver depressão, incluindo fatores ambientais, biológicos, genéticos e psicológicos.
Para entender a correlação entre estilo de vida, predisposição genética e o desenvolvimento de depressão, os cientistas atribuíram a cada participante uma pontuação de risco genético. Esse escore foi calculado com base em variações genéticas conhecidas por estarem associadas ao risco de depressão.
O estudo revelou que, independentemente de terem um risco genético alto, médio ou baixo para depressão, os participantes que mantiveram um estilo de vida saudável tiveram uma redução no risco de desenvolver a condição.
Carla Marie Manly, PhD em psicologia clínica, afirma que os resultados da pesquisa não são surpreendentes. Ela ressalta que nossos ancestrais tinham um estilo de vida que incluía atividade física regular, baixo sedentarismo, interações sociais frequentes, alimentação saudável e consumo moderado de álcool. Portanto, faz sentido que as atividades que permitiram a sobrevivência humana ao longo do tempo sejam essenciais para o nosso bem-estar geral.
“Embora não possamos alterar nossos fatores de risco genéticos, podemos adotar um estilo de vida saudável para minimizar o impacto e a expressão de qualquer predisposição genética negativa”, acrescenta Manly. “Quando exercemos nossa autonomia para fazer escolhas saudáveis, estamos afetando positivamente nosso bem-estar”.
“Tanto em níveis cognitivos quanto emocionais, reforçamos nosso senso de poder pessoal ao tomar decisões saudáveis. E, fisicamente, aumentamos a sensação de positividade e empoderamento quando nos sentimos bem. Nesse ciclo de reforço positivo, escolhas de estilo de vida saudáveis podem ter um impacto significativo em questões de saúde mental, como a depressão.”
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