O hábito de fumar não apenas prejudica os sistemas respiratório e cardiovascular, mas também causa danos significativos à cavidade oral. Isso acontece devido aos produtos químicos presentes no cigarro tradicional e eletrônico, como vapes. Eles podem manchar o esmalte dos dentes, comprometer a circulação sanguínea nas gengivas e reduzir a capacidade do corpo de combater infecções.
A odontologia desempenha um papel fundamental em conscientizar, prevenir, diagnosticar e tratar problemas bucais relacionados ao tabagismo. “Ao trabalhar personalizadamente, podemos fornecer orientações visando não apenas a melhoria da região bucal, mas também da saúde de maneira geral”, explica Paola Kerber, Gerente de Operações da Yappy Campinas.
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O uso de vapes tem gerado ainda mais preocupação sobre o impacto do tabagismo na saúde dos dentes. O líquido presente nos dispositivos contém substâncias ácidas que podem causar a erosão do esmalte dental, os tornando mais sensíveis com o passar dos anos. Além disso, a inalação da fumaça consegue causar irritação na gengiva e também na mucosa da boca, aumentando os riscos de doenças periodontais.
O hábito de fumar carrega uma série de transtornos que se refletem a longo prazo. “Fumantes frequentes muitas vezes enfrentam o desafio de dentes amarelados e manchados, comprometendo a estética do sorriso. Entretanto, há uma variedade de problemas e doenças bucais que podem surgir devido ao vício”, comenta a especialista.
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Abaixo, a especialista aponta os principais riscos que o tabagismo pode causar aos dentes e à saúde bucal na totalidade:
Manchas: o tabagismo é conhecido por causar manchas nos dentes ao longo do tempo. Os produtos químicos presentes nos cigarros, como a nicotina e o alcatrão, aderem à superfície dos dentes, resultando em um tom amarelado ou marrom. Essas manchas podem ser tratadas com clareamento dental, que considera sua coloração original.
Doenças periodontais: o tabagismo compromete a circulação sanguínea e prejudica o sistema imunológico, o que pode aumentar o risco de desenvolvimento de doenças periodontais, como gengivite e periodontite. Essas condições podem levar à inflamação das gengivas, retração gengival e, em casos mais graves, perda óssea.
Diminuição da cicatrização: fumantes têm uma capacidade de cicatrização reduzida em comparação com não fumantes. Isso é especialmente relevante em procedimentos odontológicos, como extrações de dentes ou implantes. A odontologia de precisão considera a saúde sistêmica do paciente, incluindo o hábito de fumar, para adaptar os planos de tratamento, focando na redução de riscos associados à cicatrização.
Redução da sensibilidade: o vício em tabaco pode prejudicar a sensibilidade dos tecidos orais, incluindo a língua e o paladar. Isso pode levar a uma diminuição na percepção de sabores e texturas, afetando a escolha de alimentos e, consequentemente, a nutrição.
Câncer bucal: o tabagismo é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer bucal. Os produtos químicos presentes no tabaco podem causar mutações genéticas nas células da boca, levando ao crescimento de células cancerígenas. Isso pode resultar em câncer nos lábios, língua, gengivas, revestimento das bochechas e palato.
Redução da saliva: fumar causa redução da saliva, devido à irritação das glândulas salivares e danos no revestimento bucal. A saliva desempenha um papel importante na saúde da boca e também na digestão. Por essa razão, qualquer modificação pode gerar efeitos diversos como, aumento na incidência de cáries, mau hálito, risco de infecções e doenças periodontais.
Impacto na osseointegração: a osseointegração é um processo de união física, biológica e mecânica entre implantes dentários e o osso da mandíbula. Esse procedimento é crucial na odontologia e o tabagismo pode causar um impacto negativo, além de afetar o sucesso da osseointegração. O hábito de fumar pode atrasar a cicatrização, diminuir a formação óssea ao redor do implante e, consequentemente, reduzir a osseointegração.
“A conscientização sobre os impactos negativos do tabagismo nos dentes é essencial, não apenas para manter um sorriso saudável, mas também para melhorar a qualidade de vida. Para os pacientes que não fumam, o indicado é realizar um check-up bucal a cada 6 meses – com limpeza inclusa. Já no caso de pacientes tabagistas, é recomendado que as visitas ao dentista sejam feitas com uma maior frequência, devendo ocorrer a cada 3 meses”, finaliza Paola Kerber.
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