O Brasil é um dos países que mais exportam no mundo, segundo dados da Organização Mundial do Comércio (OMC). O Brasil é o 25º maior exportador mundial de mercadorias. Embora seja um dos maiores exportadores, é também um dos maiores importadores, ocupando a 29 posição como maior importador do mundo.
Um fato um tanto quanto curioso em nosso país é a prática de exportar commodities em estado bruto com preço baixo e reimportar esses mesmos produtos já processados com valor agregado bem mais alto, trazendo consequências, tanto positivas quanto negativas, para a economia brasileira.
Se você pensa que é somente um produto ou outro do qual o Brasil exporta mais barato para importar mais caro, você está bem enganado, a seguir, vamos te contar 8 exemplos de commodities do qual nosso país acaba importando mais caro por estar em estado bruto, mas que, acaba tendo que reimportar esses mesmos produtos com valores muito mais altos devido ao processamento dos mesmos.
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O Brasil é um dos maiores exportadores de minério de ferro do mundo, exportando em média 380 milhões de toneladas do produto para diversos países, sendo a China o principal comprador.
Contudo, o Brasil, apesar de ser um grande minerador de minério de ferro, não possuí capacidade de converter minério de ferro em produtos siderúrgicos de maior valor, resultando na necessidade de reimportação desses produtos.
O que consequentemente, faz com que o Brasil tenha que reimportar em média 4,3 milhões de toneladas de produtos siderúrgicos por ano, com maior valor agregado de um produto que temos em abundância no país.
O Brasil exportou mais de 101,3 milhões milhões de toneladas de soja em 2023, com a China absorvendo a maior parte dessa exportação. Contudo, devido a insufiência da produção local, nosso país acaba tendo que importar diversos produtos derivados de soja com o preço bem mais alto, como óleo de soja e farelo.
A falta de capacidade de processar a soja em produtos de maior valor dentro do país leva à necessidade de importação desses produtos, deixando claro uma perda de oportunidades econômicas e de emprego em setores de valor agregado.
O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, principalmente do açúca bruto. A estimativa global é de que a safra 2023/24 bata um recorde de exportação, chegando a 42,7 milhões de toneladas exportadas para o mundo todo.
Contudo, apesar do mercado gigantesco e do forte posicionamento do Brasil no cenário global, nosso país precisa muitas vezes, importar açúcar refinado que possuí um valor agregado maior, para atender nichos específicos do mercado interno.
A indústria de refino de açúcar no Brasil não é suficientemente desenvolvida para atender à demanda por açúcar refinado de alta qualidade, levando à necessidade de importações que poderiam ser produzidas localmente.
Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), o Brasil exportou aproximadamente 4,2 milhões de toneladas de carne de frango em 2021, gerando cerca de 7,6 bilhões de dólares em receita.
A limitada capacidade de agregar valor aos produtos avícolas dentro do país leva à importação de produtos de maior valor agregado, fazendo com que o Brasil tenha que importar produtos de frango processados e pratos prontos, que totalizam cerca de 50 mil toneladas anuais.
O Brasil exportou aproximadamente 158,9 milhões de metros quadrados de couro ao exterior em 2023, segundo dados do CICB (Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil).
Contudo, apesar do grande volume de importação de couro, o Brasil frequentemente reimporta o couro em produtos acabados, como bolsas e sapatos, somando cerca de 30 mil toneladas ao ano. A falta de capacidade de produzir bens de couro de alta qualidade dentro do Brasil resulta em importações desses produtos, deixando claro que existe uma lacuna industrial no nosso país.
O Brasil é o maior produtor mundial de nióbio, respondendo por cerca de 85% da produção global. Em 2021, o Brasil exportou cerca de 100 mil toneladas de ferro-nióbio, gerando receitas extremamente importantes para o nosso país.
Contudo, apesar de ser o maior produtor mundial de nióbio, o mercado deixa claro que o Brasil está atrasado quanto a produção de componentes que utilizam o nióbio, como componentes aeroespaciais e eletrônicos, fazendo com que o maior produtor do mundo do material em larga escala, seja também um dos maiores importadores, o que faz com que, vendamos barato para comprar muito mais caro depois.
O Brasil é o maior produtor e exportador de celulose do mundo. Contudo, apesar disso, a indústria de papel no Brasil ainda é limitada quanto à produção de tipos especializados de papel, como papéis para impressão de segurança e artísticos, levando à necessidade de importar esses produtos com preços muito mais altos, simplesmente porque não produzimos localmente.
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