Desde os primórdios, o ser humano enfrentou adversidades de saúde, seja por enfermidades, ferimentos ou epidemias. Os curandeiros, precursores dos médicos, buscavam soluções para aliviar e curar através de misturas e intervenções que, na época, eram consideradas inovadoras.
Na contemporaneidade, desfrutamos de avanços médicos e científicos sem precedentes. Porém, ao relembrarmos o passado, percebemos que procurar ajuda médica poderia ser, muitas vezes, uma decisão duvidosa.
Há séculos atrás, com práticas questionáveis, a falta de higienização adequada, remédios de eficácia duvidosa e um entendimento superficial do corpo humano conduziram a tratamentos nada ortodoxos, que frequentemente culminavam em consequências mais nocivas do que os males originais.
É surpreendente perceber que, em algumas circunstâncias, os tratamentos propostos tornavam-se verdadeiros agravantes, em vez de soluções. Dito isso, vamos explorar oito dessas práticas médicas arcaicas que, em vez de beneficiar, trouxeram mais prejuízos à saúde.
Por séculos, praticantes da medicina na Europa sustentaram a noção de que o canibalismo medicinal poderia ser o antídoto para diversas enfermidades. Essa prática alcançou seu ápice entre os séculos 16 e 17, com receituários inusitados que incluíam desde sangue até ossos pulverizados.
A crença propagava que unguentos de gordura humana poderiam remediar dores e tratar doenças como a artrite. Além disso, um elixir feito de ossos triturados e álcool era visto como solução para epilepsia.
Era um consenso que o consumo de sangue fresco era sinônimo de vitalidade e saúde robusta. Desde plebeus até monarcas acreditavam no poder dos espíritos contidos nos corpos, ansiando adquirir um fragmento de sua força prévia.
Apesar de sua natureza macabra, essa prática perdurou por muitos anos, sendo registrada pela última vez em 1908.
Atualmente, é notório que o mercúrio, em altas quantidades, é venenoso. Entretanto, entre os séculos XVI e XX, era tido como um milagroso medicamento.
Graças às suas propriedades purgantes, acreditava-se que ele era o remédio para males como gripe, constipação, parasitas e até depressão. Calomelanos, a forma pulverizada do mercúrio, continuou sendo administrada ao longo do século XX.
No entanto, a “cura” mercúrica causou numerosas mortes por envenenamento, resultando em danos pulmonares e renais, evidenciando que, de fato, o remédio era mais letal que a doença.
Parece incrível que após o mercúrio, a lição sobre elementos tóxicos não foi aprendida. O rádio, igualmente perigoso, era usado como um componente de bebidas “energéticas” no princípio do século XX.
RadiThor, como foi batizado, era comercializado como “Um revigorante para os vivos-mortos” prometendo incrementar a vitalidade, aprimorar a digestão e até remediar a impotência.
Mesmo com o conhecimento dos efeitos danosos do rádio já em 1913, o RadiThor gozou de popularidade durante os anos 1920, até que sua produção foi proibida em 1932.
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No século XVIII, Robert James, um médico inglês, concebeu o “Dr. Pó para febre de James”, prometendo curar uma variedade de enfermidades, desde febre até escorbuto.
O ingrediente secreto da sua receita era o antimônio, um elemento químico nocivo. Era creditado como um curativo para inúmeras doenças, induzindo vômito, o que naquela época era interpretado como uma purificação do corpo.
Embora exista um fundo de verdade nesta prática, a indução de vômito por ingestão de substâncias tóxicas acarretava, predominantemente, em mais malefícios do que benefícios.
Perfuração Craniana
A trepanação, processo de perfuração do crânio, é uma técnica milenar, estando presente na história humana há mais de 5.000 anos. Era utilizada com o objetivo de aliviar dores cerebrais, traumas cranianos e até mesmo para tratar enfermidades neurológicas.
Variantes menos radicais da técnica incluíam raspar ou retirar fragmentos menores do osso craniano.
Vestígios de trepanação foram descobertos globalmente, com registros na Europa, China, Rússia e Américas.
Hoje, uma forma modernizada de trepanação, denominada craniotomia, é utilizada em casos extremos, como tumores cerebrais, sendo os pedaços removidos do crânio devidamente substituídos após o procedimento.
O arsênico, com seu uso datando dos tempos de Hipócrates, era um elemento medicinal desde a Grécia Antiga à China. Era utilizado em diversas preparações médicas para tratar uma variedade de enfermidades, como úlceras e doença do sono.
No ano de 1786, Thomas Fowler desenvolveu e comercializou sua própria formulação à base de arsênico, conhecida como Solução de Fowler. Este composto foi popularizado como tratamento para variadas condições, incluindo psoríase, asma e leucemia, persistindo até o século XX.
Há cerca de 3.000 anos, os egípcios antigos iniciaram a prática de sangria, que foi adotada posteriormente pelos gregos e permaneceu em voga na Europa e América até o final do século XIX.
Os médicos da Idade Média acreditavam na teoria dos quatro humores: sangue, fleuma, bile amarela e bile negra, e qualquer desequilíbrio resultaria em doenças. A sangria era vista como uma solução para restaurar o equilíbrio dos humores, sendo empregada para tratar desde dores de garganta até durante partos.
Franz Anton Mesmer, na década de 1770, desenvolveu a teoria do magnetismo animal, propondo que a saúde humana é influenciada por um fluido magnético que permeia o corpo humano, afetado pelos raios magnéticos emitidos pelos planetas.
Mesmer acreditava que o bloqueio ou desequilíbrio deste fluido seria a causa de doenças, e que, através do uso de ímãs e gestos manuais específicos, seria possível reequilibrar esse fluido e restaurar a saúde.
O mesmerismo teve seu auge de popularidade na Europa, contando com pacientes como Wolfgang Mozart e a Imperatriz Maria Theresa. Contudo, o escândalo em 1778 envolvendo um paciente cego prejudicou irreparavelmente a reputação de Mesmer, e o magnetismo animal caiu em desuso.
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