Todo mundo que já teve uma trajetória profissional se depara com algumas dúvidas na carreira e, mais cedo ou mais tarde, com aquele sentimento de “e se?”. Não pedir um aumento, não sair de um emprego, não mudar de área… É a famosa síndrome do “poderia ter sido”. E olha, uma pesquisa recente trouxe dados bem interessantes sobre isso.
Se liga: a pesquisa feita pela Resume Now mostrou que dois terços dos trabalhadores têm arrependimentos relacionados à carreira.
Sabe o que está no topo da lista? As ações não tomadas. Aquela decisão que você sabia que tinha que tomar, mas ficou adiando e, de repente, era tarde demais (ou pelo menos parecia ser).
Dos que participaram da pesquisa, 60% se arrependem de não ter pedido um aumento. Outros 59% se arrependem de não terem equilibrado melhor a vida pessoal e o trabalho.
E 58%? Se arrependem de terem passado tempo demais em um emprego que não fazia sentido! Sem falar nos 40% que gostariam de ter trocado de carreira em algum momento.
Esses números são como um alerta: parece que a grande maioria está insatisfeita não com o que fez, mas com o que deixou de fazer.
Ou seja, a zona de conforto – aquele lugar que parece seguro – é, na real, uma das maiores armadilhas pra quem quer crescer. A famosa coach de carreira Caroline Castrillon explica que, como seres humanos, a gente tem essa tendência natural a evitar mudanças.
É algo quase instintivo. Mas no mercado de trabalho de hoje, onde as coisas mudam tão rápido, essa resistência ao novo pode ser um grande problema.
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Esse fenômeno tem até nome: viés do status quo. Em resumo, a gente prefere ficar onde está, mesmo quando sabe que as condições não são ideais, porque o desconhecido parece assustador. Afinal, melhor o conhecido, certo? Errado.
E esse “viés” acaba levando a esses arrependimentos lá na frente.
A geração que mais se arrepende de suas escolhas na carreira são os millennials e a geração X. Cerca de 70% desses profissionais dizem que têm arrependimentos sobre decisões não tomadas. Já entre os jovens da geração Z, o número cai para 61%.
E, interessante: entre os baby boomers, que já estão na fase de aposentadoria, os arrependimentos caem para 52%. Por quê? Simples: com o tempo, eles chegam à conclusão de que o que foi, foi. Mas será que é preciso esperar até a aposentadoria pra se livrar dessas angústias?
Ok, a gente sabe que mudar é complicado. Não é só uma questão de vontade – tem contas a pagar, uma rotina estabelecida, medo do que vai acontecer. A boa notícia? Não é preciso largar tudo de uma vez. Um dos caminhos recomendados por especialistas é dar pequenos passos.
Você quer mudar de área? Comece fazendo contatos, busque informações e defina metas menores, como conversar com pessoas que já atuam onde você quer estar. Esse processo de descobrir o que é possível ajuda a ganhar confiança.
Caroline Castrillon reforça: o segredo está em fazer as pazes com o desconforto. Ela sugere criar um plano de ação, um mapa que ajude você a sair da zona de conforto sem se perder.
Por exemplo, digamos que você queira entrar numa nova empresa. Que tal conversar com cinco pessoas que trabalham lá? Descubra mais sobre a cultura, conheça a dinâmica e, aos poucos, vá se familiarizando com o “desconhecido”.
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Uma das maiores armadilhas para quem quer mudar é o custo de mudança – ou melhor, o medo dele. Scott Anthony Barlow, especialista em transição de carreira, aponta que muita gente sente que foi longe demais pra voltar atrás. Mas ele garante que isso é um mito.
Ele explica que a ideia de “fazer uma mudança grande” parece amedrontadora, mas na prática, essa transição pode ser mais simples do que a gente imagina.
Seja realista: nenhum passo de mudança acontece num estalar de dedos. Mas se você sente que o que está fazendo agora não tem mais sentido, pode ser o momento de abrir espaço para novas possibilidades.
E não importa quanto tempo você investiu em outra área – se você mudar o foco, não está jogando fora seu passado, mas sim usando o que aprendeu pra construir o novo.
Se o arrependimento te acompanha quando pensa na sua carreira, saiba que você não está sozinho. Mas a boa notícia é que, diferente de muita coisa na vida, arrependimento profissional dá pra mudar.
O segredo é tomar atitude, mesmo que aos poucos. Não é preciso uma grande virada do dia para a noite – os passos pequenos te levam longe.
O medo do desconhecido é normal, mas lembre-se: toda vez que você deixa de agir por causa do medo, abre espaço pra mais um arrependimento lá na frente.
Então, na próxima vez que aquela dúvida surgir, a pergunta que vale fazer é: E se eu não fizer isso agora? Será que vou me arrepender? Se a resposta for sim, é um sinal de que talvez esteja na hora de arriscar.
Informações: FestCompany Brasil.
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