No Brasil e no mundo, diversas empresas tiveram e estão envolvidas em escândalos realmente impactantes para a sociedade. Um escândalo empresarial pode ocorrer de diferentes formas, como, por exemplo, quando há evidência de um envolvimento em corrupção, comportamento não ético e negligência, com impacto para a reputação das empresas.
Na história do Brasil, algumas empresas estiveram envolvidas em grandes escândalos que abalaram a imagem das empresas, e até mesmo a imagem política e econômica do nosso país. Como, por exemplo, o envolvimento de empresas na famosa “Operação Lava Jato”.
Independente de posicionamento político, do que você acredita ser certo ou errado, decidimos relembrar alguns dos maiores escândalos envolvendo grandes empresas do nosso país em questão de notoriedade e repercussão no Brasil e no mundo todo.
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Muito provavelmente o maior escândalo da história de corrupção no Brasil seja a Operação Lava Jato. A operação teve inicio no ano de 2014, e envolveu a estatal Petrobras, grandes construtoras como Odebrech e políticos de alto escalão.
A operação recebeu o nome de “Lava Jato” devido ao uso de uma rede de postos de combustíveis e lava-jatos para movimentar e lavar o dinheiro que vinha das atividades ilícitas. A investigação teve início com o monitoramento de um doleiro que operava no mercado e que rapidamente se expandiu para incluir dezenas de políticos, executivos de altos escalão e grandes empresas brasileiras.
O esquema central envolvia a Petrobras, onde os executivos da empresa aceitavam propinas de grandes empresas em troca de contratos superfaturados. As propinas eram então utilizadas para financiar campanhas políticas e enriquecer os envolvidos. O esquema também incluiu a formação de cartel entre as maiores construtoras do país para dividir entre si os contratos da Petrobras, inflacionando valores e subvertendo processos de licitação.
Empresas envolvidas na operação Lava Jato:
Petrobras – A estatal de petróleo estava no centro do escândalo, com muitos de seus contratos sendo superfaturados em troca de propinas.
Odebrecht – Uma das maiores empresas de construção civil do Brasil, envolvida em uma série de esquemas de corrupção não apenas no Brasil, mas também em outros países da América Latina.
Construtora Camargo Corrêa – Outra grande construtora implicada em casos de pagamento de propinas para obtenção de contratos públicos.
Andrade Gutierrez – Envolvida em esquemas semelhantes aos da Odebrecht e Camargo Corrêa, pagando propinas para garantir contratos em obras públicas.
UTC Engenharia – Participou do cartel de empresas que combinavam licitações em troca de propinas.
Engevix – A empresa foi implicada em fraudes em contratos e pagamento de propinas relacionadas a contratos da Petrobras.
OAS – Uma das principais empresas nos esquemas de corrupção da Lava Jato, envolvida em grandes projetos, incluindo a reforma do complexo petroquímico do Rio de Janeiro.
Queiroz Galvão – Também parte do cartel de construtoras que manipulavam licitações e contratos públicos.
Mendes Júnior – Implicada por seu envolvimento em pagamento de propinas para garantir contratos com a Petrobras.
Setal Óleo e Gás (SOG) – A empresa e seu executivo, Augusto Mendonça, desempenharam papéis centrais nas primeiras delações que detalharam o funcionamento do esquema de corrupção.
A investigação em questão, revelou que havia um grande esquema em que empresas formavam um cartel para ganhar licitações inflacionadas na Petrobras e outras estatais, pagando parte dos lucros como propina para executivos e políticos.
Antes da Lava Jato, um dos escândalos que mais impactou nosso país, foi o escândalo do mensalão. O mensalão foi descoberto em 2005, e envolveu o pagamento mensal de propina a deputados federais que votassem a favor de projetos de interesse do governo. O escândalo envolveu a utilização de empresas privadas para operacionalizar pagamentos ilícitos aos políticos. Algumas das empresas vinculadas ao mensalão são:
Banco Rural – Um dos bancos centrais no esquema, foi usado para lavar o dinheiro que financiava o mensalão. Executivos do banco foram condenados por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro.
SMP&B Comunicação – Propriedade de Marcos Valério, a agência de publicidade foi usada para desviar dinheiro público de contratos de publicidade com empresas estatais para o pagamento de propinas.
DNA Propaganda – Outra agência de Marcos Valério, operava em conjunto com a SMP&B na transferência de fundos para políticos em troca de apoio ao governo.
Visanet (atual Cielo) – Alegações surgiram de que fundos da Visanet foram usados indevidamente para pagar por serviços de publicidade que nunca foram realizados, sendo desviados para o esquema de mensalão. A empresa, no entanto, argumentou que os fundos eram privados, não públicos.
Correios – Embora não seja uma empresa privada, os Correios estiveram no centro do escândalo quando o ex-diretor Maurício Marinho foi filmado recebendo propina para favorecer empresas em licitações.
Essas e outras empresas estavam envolvidas de várias maneiras no financiamento e facilitação de pagamentos ilegais que levaram ao escândalo do mensalão, e o esquema foi descoberto após a denúncia de um esquema de empréstimos fictícios entre o publicitários Marcos Valério e o Banco Rural.
O caso Eike Batista é um dos mais emblemáticos exemplos de ascensão e queda no mundo empresarial. Eike, que em um determinado momento chegou a ser listado como um dos 10 homens mais ricos do mundo pela Forbes, viu seu império desmoronar completamente em poucos anos.
Eike Batista construiu um conglomerado de empresas dos setores de mineração, petróleo, logística e entretenimento, sengo a OGX (petróleo e gás), MMX (mineração) e OSX (Construção naval), suas principais empresas.
Na época, Eike prometia explorar grandes reservas de petróleo e minerais, o que atraiu investimentos bilionários de investidores nacionais e estrangeiros, o que, consequentemente, fez com que suas empresas fossem altamente valorizadas.
Contudo, no ano de 2012, a situação começou a se desestabilizar quando a OGX teve que admitir publicamente que as expectativas de produção de petróleo estavam muito superestimadas, o que levou a uma crise de confiança entre os investidores, levando a uma queda total no valor das ações de suas empresas.
Como consequência, Eike Batista foi investigado por manipulação de mercado e uso de informações privilegiadas. Ele teria vendido ações de suas empresas enquanto possuía informações negativas não divulgadas ao mercado, o que levou, em 2017, a prisão de Eike por corrupção ativa, lavagem de dinheiro, organização criminosa e pagamento de propinas a políticos.
A operação Zelotes foi deflagrada em 2015, quando se começou a ser investigado empresas que corrompiam membros do CARF (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), para anular multas milionárias. Grandes corporações estavam envolvidas na operação, como:
Gerdau – A operação investigou a empresa siderúrgica Gerdau por suposta manipulação de processos tributários. A empresa teria negociado com escritórios de advocacia e consultoria para obter decisões favoráveis no CARF.
RBS – A afiliada da Rede Globo no Rio Grande do Sul foi investigada por supostamente tentar manipular decisões no CARF para reduzir ou eliminar multas fiscais que somavam centenas de milhões de reais.
Banco Santander – O banco foi implicado por supostamente tentar influenciar decisões para evitar o pagamento de multas relacionadas a processos tributários.
BRF – Uma das maiores empresas de alimentos do mundo, a BRF foi investigada por possíveis negociações ilegais para anular multas tributárias.
Ford – A montadora também foi citada como parte das investigações, relacionada a casos de manipulação de decisões fiscais.
Mitsubishi Motors – A filial brasileira da montadora foi implicada em acusações de corrupção ativa para anular multas tributárias.
Banco do Brasil – Investigado por possível envolvimento em casos de corrupção passiva e ativa dentro do CARF.
Camargo Corrêa – A empresa de construção, já envolvida em outros escândalos de corrupção como a Lava Jato, também foi citada na Zelotes por manipulação de processos tributários.
Essas e outras empresas, foram investigadas em diferentes fases da Operação Zelotes. As acusações incluíram desde o pagamento direto de propinas até a contratação de intermediários para influenciar ilegalmente os julgamentos do CARF. Este escândalo acabou revelando a fragilidade e a necessidade de reformas nos sistemas de controle e fiscalização tributária do Brasil.
Em 2010, foi revelado que o Banco Panamericano foi pego em um grande esquema de fraude contábil que escondia um déficit de bilhões de reais. O escândalo afetou profundamente a credibilidade do Grupo Silvio Santos, até então, proprietário do banco.
Em novembro de 2010, foi revelado que o Panamericano estava diretamente envolvido em uma série de irregularidades financeiras. Uma auditoria interna e outra realizada pelo Banco Central descobriu que o banco tinha um déficit de cerca de R$ 4 bilhões decorrentes de fraudes contábeis. Essas fraudes envolviam a venda de carteiras de crédito para outros bancos que eram contabilizadas como se ainda fossem ativos do Panamericano.
O esquema consistia na duplicidade de contabilização de ativos e na venda de carteiras de empréstimos e financiamentos que já não pertenciam mais ao banco, criando assim uma imagem financeira muito mais saudável do que de fato era verdade. Essa manipulação permitiu que o banco apresentasse resultados positivos e, consequentemente, receber novos investimentos e empréstimos.
Quando o escândalo se tornou público, o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) teve que intervir para cobrir o rombo, garantindo a estabilidade do sistema financeiro. Como consequência, o Grupo Silvio Santos teve que vender ativos extremamente valiosos, o que incluía o próprio controle do Banco Panamericano para reembolsar o FGC.
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