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Erro fatal que muitos colocam no currículo e nem percebem

Você já se perguntou por que, mesmo com tanta experiência e habilidades, o seu currículo não rende nem uma ligação de entrevista? Acredite, pode não ser falta de qualificação, mas sim um erro simples, comum e incrivelmente prejudicial que você nem percebeu que cometeu.

Sim, é isso mesmo! Muitas vezes, o problema está no próprio currículo e, pior, é algo que muitos profissionais insistem em repetir.

Vamos falar sobre o erro? Não é só usar uma fonte feia ou errar na gramática (apesar de que isso também não ajuda). O que está afastando recrutadores do seu currículo pode ser algo que, ironicamente, você incluiu com boas intenções. Mas antes de entrar no assunto, precisamos entender o que os recrutadores realmente procuram.

O que os recrutadores querem no seu currículo?

Empresas recebem dezenas — às vezes centenas — de currículos para uma única vaga. Mas, enquanto você pensa que eles analisam cada linha com atenção, a realidade é bem diferente.

Estudos apontam que um recrutador leva, em média, seis segundos para decidir se um currículo vai para a pilha de “sim” ou “não”. Nesse curto intervalo, ele busca por palavras-chave específicas, organização e relevância.

E é exatamente aqui que entra o grande problema: informações irrelevantes.

O erro fatal: colocar informações desnecessárias

Sim, o erro mais comum e fatal em currículos é encher o documento com dados que não importam para a vaga. Parece óbvio, mas acontece com frequência assustadora. Detalhes como:

  • Experiências antigas que não têm relação com a vaga atual.
  • Cursos que não agregam nada ao cargo.
  • Hobbies ou interesses que não dizem respeito à posição.

Muitas vezes, as pessoas colocam tudo isso no currículo pensando que estão mostrando “versatilidade” ou “diversidade”. Mas a verdade é que isso só confunde quem está analisando. Um currículo sobrecarregado de informações pode parecer desorganizado e, pior ainda, desviar a atenção das suas qualificações mais importantes.

Exemplo prático: como isso acontece?

Imagine que você está se candidatando a uma vaga de analista de marketing digital. No entanto, o seu currículo começa assim:

  • Vendedor em loja de roupas (2010-2014): “Atendimento ao cliente, organização de estoque, controle de vendas.”
  • Curso de culinária (2017): “Especialização em massas e confeitaria.”
  • Hobbies: “Adoro jardinagem e toco violão nas horas vagas.”

Enquanto essas informações podem dizer muito sobre você como pessoa, o recrutador vai pensar: “O que isso tem a ver com marketing digital?” Resultado? Seu currículo já foi descartado antes mesmo de ele perceber que você tem um certificado recente em estratégias de SEO ou experiência gerindo campanhas no Google Ads.

Esse erro ocorre por vários motivos, mas o mais comum é o medo de “não ter informações suficientes” no currículo. Para compensar, muita gente coloca tudo o que já fez, sem filtro. Mas saiba que menos é mais. Um currículo enxuto, mas focado e direto, é muito mais poderoso do que um cheio de informações desnecessárias.

Veja isso, mas ainda hoje: Currículo: como transformar o LinkedIn em ímã de emprego

Como evitar o erro fatal no seu currículo?

Se você ficou com aquela pulga atrás da orelha pensando “Será que eu também estou cometendo esse erro?”, relaxa. Aqui vão algumas dicas práticas para garantir que seu currículo esteja na melhor forma:

  1. Adapte o currículo para cada vaga
    Seu currículo não é estático. Ele deve ser ajustado de acordo com as exigências de cada vaga. Leia a descrição da posição com atenção e destaque experiências e habilidades diretamente relacionadas.
  2. Use palavras-chave
    Muitas empresas usam sistemas automáticos (ATS) para filtrar currículos. Se você não incluir palavras-chave específicas da vaga, seu currículo pode nem chegar até os olhos humanos. Por isso, analise o anúncio da vaga e use termos que apareçam lá.
  3. Deixe de lado as experiências irrelevantes
    Trabalhos antigos ou cursos que não tenham nada a ver com a posição desejada? Corte! Experiências longínquas só devem ser incluídas se forem extremamente relevantes.
  4. Seja objetivo
    Nada de parágrafos longos ou descrições detalhadas demais. Use frases curtas e claras. Por exemplo: em vez de “Fiz um curso de Excel que me ensinou a criar planilhas avançadas”, escreva “Domínio em planilhas avançadas (Excel).”
  5. Evite clichês vazios
    Termos como “trabalho em equipe”, “sou proativo” ou “dedicado” estão em quase todos os currículos e não dizem muito. Prefira mostrar resultados: “Liderei um projeto que aumentou as vendas em 30%” é muito mais impactante.

O segredo que poucos contam: o poder da personalização

Aqui vai uma dica de ouro: não faça apenas um currículo genérico para todas as vagas. Cada empresa busca algo específico, e você deve demonstrar que entende isso. Personalize suas experiências para dialogar diretamente com o que a vaga exige. Isso demonstra cuidado, atenção e foco.

Por exemplo, se a vaga pede experiência em liderança, realce projetos ou trabalhos onde você liderou equipes. Se a vaga é para uma área técnica, enfatize as ferramentas e habilidades técnicas que você domina. Isso não é só uma questão de destacar o que você já fez, mas de mostrar que você é exatamente o que a empresa precisa.

Descubra também: 5 coisas que você não deve colocar no currículo

O currículo não é um diário de tudo o que você já fez na vida, mas sim uma vitrine estratégica das suas qualificações. Mostrar apenas o que importa para a vaga é o que vai fazer você se destacar. E, claro, lembre-se: o objetivo do currículo não é conseguir o emprego, mas sim abrir a porta para a entrevista.

Então, antes de enviar o próximo currículo, revise cada linha e pergunte a si mesmo: “Isso é relevante para a vaga?” Se não for, delete sem dó. Afinal, um currículo simples, objetivo e focado vale muito mais do que um cheio de informações irrelevantes.

Rodrigo Peronti

Jornalista, especializado em Semiótica. Já atuou em grandes veículos de comunicação do país.

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