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Estudo revela 5 profissões que podem levar uma pessoa a desenvolver demência

É comum acreditarmos que manter o corpo em movimento é um dos alicerces para a preservação da saúde mental ao longo dos anos. Historicamente, somos levados a entender que exercitar-se é um escudo eficaz contra as deteriorações cognitivas, ajudando a manter nosso cérebro jovial e resistente a agressões neurológicas.

Contudo, recentes descobertas divulgadas em uma publicação da The Lancet uma das revistas científicas mais conceituadas do mundo, lançam luz sobre uma faceta paradoxal dessa premissa. O estudo em questão sugere que indivíduos cujas profissões demandam níveis médios a altos de atividade física – como assistentes de cuidados, agricultores e profissionais do varejo – podem, contrariamente, estar mais susceptíveis a desenvolver demência ou declínios cognitivos leves (MCI), precursores de condições degenerativas cerebrais.

Este artigo se propõe a explorar essa aparente contradição, discutindo as nuances entre atividade física saudável e o excesso de demanda física em certas profissões, e suas correlações com a saúde mental no decorrer da vida.

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Desenvolvimento do estudo

Indivíduos que desempenham funções laborais “exigentes” entre os 33 e 65 anos de idade podem enfrentar um risco 72% maior de desenvolver demência e Comprometimento Cognitivo Leve (MCI) ao chegarem aos 70 anos, comparativamente àqueles que ocupam posições em ambientes de escritório.

Embora a causalidade exata permaneça indefinida, os responsáveis pelo estudo inferem que a intensidade física inerente a certas profissões pode impor stress significativo tanto ao corpo quanto à mente. A exigência física proeminente, somada à insuficiência de períodos de repouso e à consequente fadiga, pode acarretar em um desgaste progressivo da integridade corporal e mental, comprometendo a cognição.

O segmento de trabalhos avaliados frequentemente envolve longas jornadas em pé, esforço manual, pressão elevada, elevado potencial de burnout e jornadas laborais pouco flexíveis. Esses atributos laborais podem, inclusive, potencializar o risco de perdas auditivas e exposição a agentes poluentes, fatores conhecidos por seu impacto deletério sobre a função cognitiva.

Além disso, quem executa atividades laborais mais árduas pode apresentar diferenças genéticas e socioeconômicas, contribuindo para a heterogene nos níveis de cognição. A hipótese levantada pelos cientistas sugere que esses indivíduos, possivelmente, já manifestavam capacidades cognitivas inferiores durante a infância, refletindo na trajetória educacional e nas oportunidades profissionais obtidas.

Os pesquisadores, analisando a relação entre demanda física laboral e a prevalência de demência, exploraram dados do Estudo HUNT4 70+, um dos mais extensos estudos populacionais sobre demência, desenvolvido na Noruega, entre 2017 e 2019, abrangendo 7.005 participantes entre 33 e 65 anos.

O estudo identificou 92 casos diagnosticados com demência e 2.407 com MCI, enfatizando a necessidade de estratégias preventivas para aqueles em profissões com alta demanda física, visando a proteção contra declínios cognitivos na terceira idade.

No entanto, há divergências nos achados científicos. Outras pesquisas sugerem que o risco de demência aumenta entre indivíduos com comportamentos predominantemente sedentários, em contraposição aos resultados apresentados neste estudo realizado pelo Centro Nacional Norueguês de Envelhecimento e Saúde, em conjunto com a Escola de Saúde Pública Columbia Mailman e o Centro de Envelhecimento Butler Columbia, publicado na The Lancet Regional Health – Europe.

O debate científico persiste, ponderando os paradoxos entre atividade física e saúde cognitiva, e trazendo à tona reflexões indispensáveis sobre as implicações do estilo de vida e das condições de trabalho na preservação da saúde mental ao longo da vida adulta.

Ricardo

Administrador, analista SEO e chefe de redação, atuando frente aos conteúdos mais acessados do país.

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