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Existe um filme que fará você acreditar em extraterrestres; duvida?

Se você é cético sobre a existência de extraterrestres ou tem medo de teorias conspiratórias, talvez seja melhor pensar duas vezes antes de assistir a Contatos de Quarto Grau (2009). Este filme mexe com o psicológico de forma intensa, apresentando uma trama que combina eventos supostamente reais com uma encenação que deixa qualquer um em dúvida sobre o que é verdade e o que é ficção.

Para muitos, ele vai além de apenas assustar, e sua capacidade de convencer até os mais descrentes o tornou famoso — e temido — por parecer real demais.

Uma história baseada em eventos reais (será?)

O filme, dirigido por Olatunde Osunsanmi, se passa na pequena cidade de Nome, no Alasca, e a trama gira em torno de uma série de desaparecimentos inexplicáveis que ocorreram na região. Contatos de Quarto Grau acompanha a Dra.

Abigail Tyler (interpretada por Milla Jovovich), uma psicóloga que começa a investigar os relatos de seus pacientes sobre abduções alienígenas, e as evidências que ela descobre vão além de qualquer explicação racional.

O grande diferencial desse filme é a forma como ele se apresenta ao público: desde o início, somos informados de que o longa é baseado em gravações reais e que as imagens documentais foram mescladas com dramatizações para criar o enredo.

Essa escolha estilística faz com que o espectador fique o tempo todo em dúvida sobre o que está vendo, tornando a experiência incrivelmente imersiva. A própria Milla Jovovich quebra a “quarta parede” logo no começo do filme, falando diretamente com o público e afirmando que os eventos narrados são reais, reforçando a autenticidade da história.

Imagem: reprodução do origial

O que são os contatos de quarto grau?

Antes de mergulharmos nos detalhes do filme, vale explicar o que significa “contatos de quarto grau”. Na ufologia, os chamados contatos imediatos são classificados em diferentes níveis. Um contato de primeiro grau envolve simplesmente avistar um OVNI.

No segundo grau, há provas físicas do contato, como marcas no chão ou danos. O terceiro grau é quando há um avistamento de seres extraterrestres, e o quarto grau, que dá nome ao filme, acontece quando há uma abdução — ou seja, quando um ser humano é levado por alienígenas.

É exatamente isso que o filme aborda: o desaparecimento de várias pessoas na cidade de Nome, que, segundo a história, seriam vítimas de abduções alienígenas.

A Dra. Abigail, enquanto investiga os traumas de seus pacientes, começa a descobrir padrões perturbadores em seus relatos, que envolvem memórias reprimidas e episódios de paralisia do sono. As sessões de hipnose revelam lembranças que sugerem encontros com seres de outro mundo.

Veja agora mesmo:

O realismo que te faz duvidar da ficção

O que torna Contatos de Quarto Grau especialmente assustador é a maneira como o filme mistura cenas dramatizadas com vídeos supostamente reais de sessões de hipnose e gravações de áudio.

O público é constantemente bombardeado com imagens “autênticas” de pessoas que descrevem suas experiências aterrorizantes durante essas sessões. Os relatos envolvem vozes estranhas, memórias de luzes misteriosas e uma sensação inescapável de que algo ou alguém os está observando.

Esse formato quase documental foi o grande responsável por tornar o filme tão convincente. O público não sabia o que era encenação e o que era real, o que gerou debates acalorados sobre a veracidade dos eventos apresentados. Mesmo anos após o lançamento, muitas pessoas ainda acreditam que o filme está documentando acontecimentos genuínos.

A escolha por um tom “científico” também ajudou a criar essa atmosfera de verossimilhança. A hipnose, por exemplo, é um método real utilizado por psicólogos para ajudar pacientes a acessarem memórias reprimidas, e o filme explora isso de maneira convincente.

Mesmo que você entre no filme com a mentalidade de que é tudo ficção, é difícil não ficar abalado ao ver os depoimentos de pessoas que parecem genuinamente aterrorizadas pelo que estão contando.

A polêmica por trás do filme

Apesar do sucesso em convencer boa parte do público de que os eventos mostrados eram reais, Contatos de Quarto Grau foi alvo de muitas críticas justamente por explorar essa linha tênue entre ficção e realidade.

O filme foi comercializado como uma mistura de documentário com filme de ficção, o que levou muita gente a acreditar que os acontecimentos em Nome, no Alasca, de fato ocorreram.

No entanto, investigações jornalísticas revelaram que a história dos desaparecimentos alienígenas era fictícia, e que os desaparecimentos de pessoas na cidade, embora reais, não tinham qualquer ligação com abduções extraterrestres. Eles foram atribuídos, em sua maioria, a acidentes relacionados ao clima extremo da região.

Essa revelação, no entanto, não diminuiu o impacto que o filme teve sobre o público. A tensão gerada pela forma como os eventos são apresentados é tão envolvente que, mesmo sabendo que os “documentos reais” são encenações, a dúvida persiste. É difícil não se questionar: “E se houver algo mais por trás disso?”

Por que o filme convence tanto?

O que torna Contatos de Quarto Grau tão eficaz em assustar é a forma como ele lida com o desconhecido. Ao invés de apostar em cenas de sustos tradicionais, o filme cria uma atmosfera de medo psicológico, baseada na ideia de que há algo lá fora que não podemos entender ou controlar.

E essa sensação é ampliada pelo uso inteligente de eventos “reais” no enredo.

A abdução alienígena, por mais que seja um conceito fantástico, é tratada de forma séria e plausível dentro da narrativa, o que faz com que o espectador não apenas assista, mas acredite no que está vendo.

A presença de gravações “autênticas” dá credibilidade ao filme, e a performance de Milla Jovovich, assim como a direção de Olatunde Osunsanmi, contribuem para esse senso de realismo.

E você, acredita?

Contatos de Quarto Grau pode não oferecer todas as respostas sobre a existência de vida extraterrestre, mas com certeza vai fazer você pensar duas vezes antes de descartar a ideia de que algo fora do comum possa estar acontecendo.

Seja pela atmosfera envolvente, pelos “fatos reais” apresentados, ou pela forma como o filme brinca com a mente do espectador, ele consegue convencer até os mais céticos de que, talvez, não estejamos sozinhos no universo.

E você, já se pegou olhando para o céu, imaginando o que mais pode estar lá fora? Depois desse filme, pode ser que você não duvide tanto mais disso.

Rodrigo Peronti

Jornalista, especializado em Semiótica. Já atuou em grandes veículos de comunicação do país.

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