Nesta quinta-feira (7) a Nestlé Brasil anunciou que comprou do Grupo CRM, as marcas Kopenhagen e Brasil Cacau. Os valores da negociação não foram revelados.
A Nestlé passa a deter a totalidade da participação do FIP Dutch, cujos quotistas são os fundos da Advent International no Grupo CRM.
No entanto, que tudo possa valer, será preciso o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo informações, o fechamento da transação deve acontecer em 2024.
Segundo comunicado, a operação do Grupo CRM seguirá sob o comando de Renata Moraes Vichi, executiva que está na companhia há 25 anos.
A Nestlé informou que o controle acionário lhe permitirá “participar de um segmento diferenciado, agregando à sua estrutura um novo modelo de negócio com a rede de lojas que oferece uma experiência exclusiva aos consumidores aliando chocolates finos ao café.”
A Nestlé também disse que para o sucesso da transação é necessário que a executiva continue na empresa.
“Consideramos essencial para o sucesso da transação a permanência da Renata na gestão por seu profundo conhecimento do negócio, resultados e pela paixão com a qual vem conduzindo a empresa nos últimos 25 anos, culminando em uma trajetória consistente de desenvolvimento”, declarou Marcelo Melchior, CEO da Nestlé.
Segundo o Estadão/Broadcast, o fundo quer direcionar os lucros da transação para a compra de redes regionais varejistas ou de atacarejos.
A Nestlé já é dona da marca Garoto. No entanto, a multinacional suíça levou 20 anos para concluir a compra. Isso porque enfrentou problemas judiciais com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), o processo, que se iniciou em 2002, foi finalizado em junho de 2023.
Na época, o Cade justificou que a Nestlé iria representar mais de 58% do mercado nacional do ramo de chocolates. Por isso, a demora na aprovação. Precisou a empresa suíça se comprometer em cumprir uma série de medidas que impedisse seu monopólio.
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Os primeiros passos para a criação da empresa Kopenhagen foram dados na década de 1920, por um casal de letões, David e Anna Kopenhagen, recém chegados ao Brasil. Em 1928 foi aberta sua primeira loja, na cidade de São Paulo. O casal teve duas filhas, Sílvia e Ana. Sílvia se casou com Jack, que foi quem acabou tocando o negócio.
Em 13 de abril de 2009 a empresa anunciou o fechamento da fábrica de Barueri, São Paulo, e a transferência da produção para Extrema, Minas Gerais. Ainda segundo a empresa, os cerca de 600 funcionários da unidade de Barueri poderiam ser demitidos ou transferidos para a nova unidade.
A transferência total das unidades do grupo CRM para Extrema estava prevista para o segundo semestre de 2010. O novo complexo fabril foi inaugurado em 31 de agosto daquele ano. Com 31 mil m² de área construída e 100% de operações instaladas, o complexo tem capacidade para produzir 3,5 mil toneladas de chocolates por ano para as marcas Kopenhagen, Brasil Cacau e DanTop. Anteriormente, a produção do grupo era de 2,5 mil toneladas por ano.
A Chocolates Brasil Cacau vende chocolates a preços de cerca de um quinto do valor cobrado pela Kopenhagen. As marcas competem diretamente com a Cacau Show por consumidores de menor poder aquisitivo.
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