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O direito de receber “em dobro” no trabalho que poucos conhecem; você sabia?

O abono pecuniário é um direito do trabalhador que permite a venda de até um terço de seus dias de férias em troca de uma remuneração adicional. Esse benefício, regulamentado pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), visa proporcionar ao empregado uma forma de aumentar seus rendimentos sem abrir mão completamente do seu período de descanso.

O abono pecuniário consiste na venda de parte das férias do trabalhador. Após completar um ano de trabalho, o funcionário tem direito a 30 dias de férias remuneradas.

Contudo, ele pode optar por vender até 10 dias desse período, recebendo por esses dias em dinheiro. Assim, ele desfruta de 20 dias de descanso e continua trabalhando por 10 dias, que serão pagos como se fossem dias extras.

Direito de receber em dobro no trabalho / Imagem Freepik

Como funciona a “venda de trabalho”?

Para usufruir do abono pecuniário, o empregado deve trabalhar pelo menos 25 horas por semana. Exceção é feita às trabalhadoras domésticas que atuam mais de três dias por semana.

A solicitação deve ser feita com até 30 dias de antecedência ao início do período de férias. Durante férias coletivas, onde todos os funcionários tiram férias simultaneamente, não é possível fazer pedidos individuais de abono pecuniário.

O valor pago pelo abono pecuniário varia conforme a situação. Se as férias forem concedidas fora do prazo concessivo, ou seja, 12 meses após o período aquisitivo, o pagamento será em dobro, seguindo a legislação trabalhista. Se o colaborador não tiver direito aos 30 dias completos devido a faltas injustificadas, o valor do abono será proporcional ao tempo de férias remuneradas que ele tem direito.

Regras específicas

  • Férias Coletivas: Durante períodos de recesso coletivo, a negociação do abono pecuniário deve ser feita entre o sindicato da categoria e a empresa.
  • Obrigatoriedade e Solicitação: A empresa não pode obrigar o funcionário a vender férias, e o pedido deve partir do trabalhador, respeitando o prazo de 15 dias antes do término do período aquisitivo.

Você tem que saber também:

Vantagens e desvantagens do abono pecuniário no trabalho

A principal vantagem para o empregado é o aumento da renda mensal, uma vez que ele recebe por dias de trabalho que seriam de descanso. Para o empregador, a vantagem é a redução do período de ausência do funcionário, minimizando o acúmulo de trabalho para os colegas.

A desvantagem para o trabalhador é a redução do tempo de descanso, o que pode não ser ideal em casos de estresse ou sobrecarga.

Todos os trabalhadores regidos pela CLT têm direito a solicitar o abono pecuniário. A decisão de vender parte das férias é facultativa e deve ser feita dentro do prazo estipulado. A empresa não pode recusar a solicitação, desde que feita dentro do período correto.

Para calcular o abono pecuniário, soma-se o valor do salário mensal do empregado com um terço desse valor, que é o adicional de férias.

O resultado dessa soma é dividido por três, e um terço é o valor do abono. Por exemplo, um funcionário com salário de R$ 3.000,00 terá um adicional de férias de R$ 1.000,00, totalizando R$ 4.000,00. O abono pecuniário será um terço desse total, ou seja, R$ 1.333,33.

Exemplo prático de cálculo

Imagine um funcionário que recebe R$ 3.000,00 por mês e decide vender 10 dias de suas férias. Ele terá:

  • Salário mensal: R$ 3.000,00
  • Adicional de férias: R$ 1.000,00 (um terço do salário)
  • Total de férias: R$ 4.000,00
  • Abono pecuniário: R$ 1.333,33 (um terço do total de férias)

Dessa forma, ele receberá R$ 1.333,33 pelo abono pecuniário, além de seu salário mensal e do valor referente aos 20 dias de férias restantes.

O trabalhador deve solicitar o abono pecuniário até 15 dias antes do término do período aquisitivo. A empresa deve pagar o abono junto com a remuneração das férias, até dois dias antes do início do descanso. Caso a empresa não cumpra o prazo, deverá pagar o dobro do valor ao empregado.

Diferença entre férias e abono pecuniário no trabalho

Nas férias tradicionais, o trabalhador tem direito a 30 dias de descanso remunerado, recebendo o mesmo salário dos demais meses. Com o abono pecuniário, ele vende parte desse período, recebendo um valor adicional por isso. A principal diferença está no aumento da remuneração mensal devido à redução dos dias de descanso.

O abono pecuniário é uma opção vantajosa para trabalhadores que desejam aumentar sua renda sem abrir mão completamente do período de férias. Contudo, é importante considerar a necessidade de descanso e a carga de trabalho antes de optar pela venda das férias. A compreensão desse direito e suas implicações financeiras é essencial para tomar uma decisão informada e benéfica para a carreira.

Rodrigo Peronti

Jornalista, especializado em Semiótica. Já atuou em grandes veículos de comunicação do país.

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