Você quer ter alguns insights revolucionários sobre a vida ou aprofundar sua própria autocrítica? Saiba que uma simples animação em filme pode transformar completamente a maneira como enxerga os detalhes do cotidiano.
Foi isso o que aconteceu comigo, quando assisti a um filme chamado Walking Life, produzido e distribuído no ano de 2001. No entanto, entrei em contato com a obra 4 anos mais tarde, apenas em 2005.
Naquele período, assisti acompanhado de alguns amigos e, posso garantir, para todo mundo foi um baque bem grande.
A apreensão começou antes mesmo de assistirmos ao filme, já que ele era considerado como uma obra que tirou o sono de muitas pessoas. Confesso que não sei se esse acontecimento foi algo comum, mas é verdade que após assistir às suas quase 1h40 de duração, dormir não é uma tarefa tão fácil.
Isso porque, embora seja um longa-metragem filosófico, ele se concentra em um personagem que vivencia a experiência de ter sonhos lúcidos.
Veja o trailer do filme:
Para quem não está familiarizado com esse conceito, um sonho lúcido é um fenômeno estudado dentro da neurologia e da psicologia.
Imagine ter consciência de que está dormindo, mas saber que pode controlar suas decisões e ações enquanto sonha.
É exatamente isso: você está em uma floresta cheia de dinossauros, em meio ao seu sonho e pode simplesmente decidir entrar em um determinado caminho ou não. Pode escolher voar ou até mesmo mudar de cena.
Pelo menos, esse é o conceito que as pessoas que experimentam os sonhos lúcidos descrevem em entrevista.
Engana-se quem pensa que o filme trata apenas sobre sonho lúcido, já que ele convida a uma longa conversa com seu próprio ser. É exatamente isso, o filme aborda a capacidade de se conhecer, evoluir e aprimorar os conceitos sociais e as relações com o meio.
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O filme é estrelado por Lorelei Linklater, Wiley Wiggins e Julie Delpy. “Waking Life” acompanha a jornada de um jovem, interpretado por Wiggins, que flutua entre sonhos e a realidade, encontrando várias pessoas que compartilham suas visões sobre questões filosóficas, existenciais e metafísicas. Ao longo da obra, o protagonista busca entender a natureza da existência, da consciência e da realidade.
A imagem utiliza uma técnica de rotoscopia, onde as cenas filmadas com atores reais são animadas, criando um efeito visual único e onírico. Este estilo contribui para a atmosfera surreal e introspectiva, realçando a fluidez entre sonho e realidade. Talvez seja por isso que quando assisti, me senti imerso na TV.
Os diálogos do filme são profundos e repletos de reflexões sobre temas como livre-arbítrio, determinismo, a natureza dos sonhos e o sentido da vida. Esses diálogos são apresentados de maneira acessível, mas provocam pensamentos complexos e introspectivos.
A trilha sonora, composta por Glover Gill e interpretada pela Tosca Tango Orchestra, complementa perfeitamente a atmosfera contemplativa do filme, acrescentando uma camada emocional às discussões filosóficas.
Além do fato de perturbar o sono de quem assiste por algumas noites, a narrativa não-convencional, estrutura não-linear e a falta de um enredo tradicional podem ser desafiadoras para alguns espectadores. O filme é mais uma série de vinhetas e conversas do que uma história com começo, meio e fim claros.
A densidade e a profundidade dos diálogos filosóficos podem ser difíceis de acompanhar para quem não está familiarizado com os temas discutidos. Alguns espectadores podem achar o ritmo e o conteúdo intelectualmente extenuantes.
“Waking Life” é considerado um filme filosófico por sua exploração profunda de questões existenciais e metafísicas. O filme faz referências a filósofos e teorias, usando o formato de animação para criar uma experiência que transcende a narrativa convencional. Cada encontro do protagonista convida o público a refletir sobre a própria natureza da realidade, dos sonhos e da consciência.
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