Os países mais antigos do mundo não apenas traçam suas origens até tempos imemoriais, mas também carregam consigo a riqueza de eras passadas, contendo em suas fronteiras narrativas de civilizações, inovações políticas e expressões culturais. A busca por determinar os países mais antigos não é apenas uma análise temporal, mas uma exploração das raízes históricas que moldaram essas nações ao longo de milênios.
Definir a antiguidade de um país é uma tarefa complexa, sujeita a interpretações variadas. Pode envolver a continuidade de civilizações, a consolidação de entidades políticas ao longo do tempo ou o reconhecimento contemporâneo como nações-estado pela ordem internacional. A mudança constante de fronteiras e governos adiciona uma camada de desafio a essa avaliação.
Ao mergulharmos nesta análise, consideramos locais com uma história documentada de governo ou de civilizações organizadas em áreas que se assemelham às fronteiras dos países atuais. Embora historiadores possam discordar sobre um único “país mais antigo”, cada nação destacada nesta lista é um candidato sólido, oferecendo um vislumbre fascinante das origens da civilização.
Então, embarque conosco nesta jornada pelo tempo e descubra os 10 países mais antigos do mundo, onde as linhas do passado se entrelaçam com as complexidades do presente.
San Marino, uma pequena nação encravada na península italiana, ostenta com orgulho o título de mais antiga república existente no mundo, um feito reconhecido pelo Guinness World Records. Apesar de sua modesta extensão territorial, totalizando apenas 62,2 quilômetros quadrados, San Marino emergiu como um dos países mais antigos, mantendo sua independência ao longo de séculos.
Segundo a tradição, São Marino foi fundada em 3 de setembro de 301 d.C. por San Marino. Embora a data precise enfrentar a contestação dos historiadores, é inegável que San Marino opera como uma república autônoma desde, pelo menos, o século XIII d.C.
O centro histórico da cidade, abraçando o Monte Titano, é reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO. A organização destaca São Marino como a “única cidade-estado italiana sobrevivente, representando uma etapa importante no desenvolvimento de modelos democráticos na Europa e no mundo”.
Mesmo durante períodos turbulentos, como a invasão de Napoleão na Itália, San Marino manteve sua auto-soberania. Quando a Itália unificou-se em 1861, San Marino preservou sua independência por meio de tratados formalizados.
O Japão, assim como São Marino, encontra suas raízes em uma data de fundação envolta em mitos. Acredita-se que o imperador lendário Jimmu, descendente da deusa do sol Amaterasu, estabeleceu a dinastia imperial do Japão em 660 a.C., conferindo ao país o status da monarquia hereditária mais antiga do mundo.
Os historiadores situam a fundação do Japão por volta do século IV d.C., quando os estados do arquipélago se uniram em uma entidade coesa. A unificação do Japão, marcada pelo centro de poder em Yamato, ainda inspira diversas hipóteses, mas sua obscuridade não diminui a ocupação humana no arquipélago desde os tempos paleolíticos.
A história do México remonta a 1200 a.C., com a ascensão da civilização olmeca, que floresceu ao longo do Golfo do México e do sul do país. Os olmecas são conhecidos por suas colossal cabeças de basalto, acreditando-se que representem líderes dessa civilização pioneira.
Os olmecas, muitas vezes chamados de inventores da escrita nas Américas, estabeleceram extensas redes comerciais e influenciaram culturas subsequentes, como os maias e astecas.
O governo na Grécia remonta a cerca de 1600 a.C., com a civilização micênica que englobava reinos como Tebas e Atenas, algumas das cidades habitadas de forma contínua mais antigas do mundo. A presença do controle micênico é evidente em suas estruturas, muralhas e ordens de produção.
Embora a civilização micênica tenha enfrentado um declínio por volta do século XII a.C., a Grécia não viveu uma divisão abrupta, mas sim uma transição moldada pelas circunstâncias desafiadoras da época, como descreve a historiadora Dra. Carol G. Thomas.
A história do governo na China remonta a, pelo menos, 1600 a.C., marcando o início da dinastia Shang, a primeira dinastia chinesa com registros tangíveis. Embora evidências futuras possam eventualmente confirmar a existência da dinastia Xia anterior, é a dinastia Shang que oferece uma visão fascinante do passado chinês.
Dominando a porção nordeste da China atual, estendendo-se até as províncias de Hebei e Henan, a dinastia Shang floresceu de aproximadamente 1600 a 1046 a.C. Durante esse período, os chineses estabeleceram um calendário de 12 meses e 360 dias, além de desenvolverem o sistema de escrita que persiste até os dias atuais.
O sítio arqueológico Yin Xu, que serviu como a capital da dinastia Shang em 1300 a.C., é agora reconhecido como Patrimônio Mundial pela UNESCO, testemunhando a grandiosidade e a antiguidade do legado chinês.
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A Mesopotâmia, atual Iraque, é aclamada como o “berço da civilização”, catapultando o país para uma antiguidade impressionante. Sargão, no ano 2334 a.C., marcou o início de uma era crucial para o Iraque, unindo as cidades-estado sob o Império Acadiano e estabelecendo a primeira dinastia semita.
A capital, Akkad (ou Agade), que ainda permanece oculta às margens do rio Eufrates, foi o epicentro desse império. O Iraque, com suas raízes profundas na história, continua a ser uma testemunha da longa narrativa da civilização humana.
A Armênia, imortalizada na “História dos Armênios” pelo historiador Movses Khorenatsi, data sua fundação a 2492 a.C., de acordo com o relato do autor. Embora, por muito tempo, tenha faltado evidência que respaldasse essa data, um estudo de 2016, publicado na revista Nature, trouxe à luz achados genéticos datados entre 3000 e 2000 a.C., coincidindo com a fundação lendária de Khorenatsi.
A mistura genética, documentada no estudo, coincide com a era da queda das civilizações da Idade do Bronze, proporcionando uma visão intrigante da história armênia. Se as narrativas de Khorenatsi se alinham com a verdade, a Armênia ergue-se como um dos países mais antigos do mundo.
Em 2023, a Índia foi reconhecida como o país mais populoso do mundo pelas Nações Unidas. Sua história, entrelaçada com a civilização do Vale do Indo, que prosperou de 2500 a.C. até a ascensão da civilização védica em cerca de 1500 a.C., destaca a posição proeminente da Índia entre as civilizações antigas.
A extensão da civilização do Vale do Indo, desde Sutkagan Dor, perto do Mar Arábico, até Alamgirpur, próximo à atual Nova Delhi, testemunha sua influência duradoura. Apesar do período sob domínio britânico de 1858 a 1947, a Índia celebra o Dia da Independência em 15 de agosto de 1947, retomando sua autonomia.
O antigo reino de Elam, estabelecido por volta de 2600 a.C. no Irã, deixou um legado arqueológico substancial. Sua capital, Susa, hoje Patrimônio Mundial da UNESCO, testemunhou vida urbana desde o quinto milênio a.C. até o século 13 d.C.
Enquanto a cultura e religião elamitas permanecem enigmáticas, a República Islâmica do Irã, estabelecida em 1979, representa uma fase mais recente na história do país. O Irã, como uma encruzilhada de antiguidade e contemporaneidade, continua a fascinar historiadores e arqueólogos.
O Egito se ergue como o país mais antigo do mundo, estabelecendo sua fundação em 3150 a.C. O reinado de Narmer, o primeiro rei da primeira dinastia do Egito, marca esse marco significativo. A Paleta Narmer, datada de 3200-3000 a.C., sugere a unificação do Alto e Baixo Egito.
Independentemente de Narmer ter efetivamente unificado o Egito, a paleta é uma testemunha do período em que o país evoluiu para um estado unificado, poderoso, rico e alfabetizado. A história do Egito, contada por meio de seus monumentos e artefatos, continua a encantar e revelar os mistérios da mais antiga civilização do mundo.
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