Pressão alta não tratada aumenta risco de Alzheimer em até 42%

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 46% de mais de 1,28 bilhão de adultos ao redor do mundo possuem pressão alta, mas não fazem a menor ideia de que possuem.

Viver com a hipertensão descontrolada, além de aumentar em muitas vezes o risco de desenvolver doenças cardíacas, também pode aumentar o risco de desenvolver Alzheimer, especialmente em pessoas com 60 anos ou mais, conforme um novo estudo.

Segundo a metanálise, publicada nesta última quarta-feira (14), no periódico Neurology, pessoas com pressão alta não tratada tiveram um risco 36% maior de desenvolver Alzheimer quando comparadas a pessoas sem pressão alta, e um risco 42% maior quando comparadas a pessoas que estavam tomando medicamentos para controlar a hipertensão.

Para o autor do estudo, Dr. Mattew Lennon, pesquisador do Centro de Envelhecimento Cerebral Saudável da Universidade de New South Wales, na Austrália: “Essa relação não é alterada pelo aumento da idade, o que indica que mesmo aqueles na faixa dos 70 e 80 anos correm um risco significativamente menor de doença de Alzheimer se a hipertensão for tratada”.

Outro ponto que chama a atenção é que pessoas com pressão alta não medicadas, tiveram um risco 69% maior de outros tipos de demência não relacionadas ao Alzheimer, quando comparadas a pessoas sem hipertensão, enquanto isso, pessoas com hipertensão mal controlada e medicada tiveram um risco 33% maior.

Contudo, caso a pressão arterial fosse controlada por medicamentos, não haveria um risco elevado de demência não-Alzheimer, como a demência vascular, por corpos de Lewy e frontotemporal, afirma o dr. Matthew Lennon.

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Outras doenças ligadas a pressão alta

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, infelizmente, muitas pessoas com hipertensão diagnosticada não fazem uso de seus medicamentos regularmente, ou têm hipertensão resistente ao tratamento. Na verdade, apenas 1 em 5 adultos tem sua condição devidamente controlada.

Parra o diretor de prevenção cardiovascular e bem-estar do National Jewish Health em Denver nos Estados Unidos, que também participou do estudo, a estatística sobre pressão arterial são verdadeiramente assustadoras.

“Para cada 20 pontos em média que alguém ultrapassa 120 sistólica (o número mais alto de uma leitura de pressão arterial), o risco de um evento cardiovascular dobra”, afirmou Freeman, que completou “é um fator de risco superpotente ao qual a maioria das pessoas não presta atenção suficiente ou gerência adequadamente.”

Dessa maneira, os pesquisadores alertaram que não se deve pensar que a pressão arterial afeta apenas o coração, isso porque, se você possuí um evento coronário, é todo o seu corpo que é afetado. “Você tem doença dos vasos sanguíneos que pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, incluindo o cérebro e a periferia.”

A pressão alta descontrolada tem sido investigada há muito tempo para um risco maior de derrame, diabetes tipo 2, demência geral, doenças renais, bem como doenças cardíacas, segundo Dr. Richard Isaacson, diretor de pesquisa do Instituto de Doenças Neurodegenerativas em Boca Raton, Flórida, EUA.