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“R$ 2.400,00 reais ajudaria hoje?” Por que essa frase de empréstimo pode ser uma roubada

Você já viu essa frase por aí? “R$ 2.400 ajudaria hoje?” Geralmente, ela está colada em postes, espalhada pela internet, e promete resolver aquele aperto financeiro com um empréstimo rápido.

Parece bom demais, né? Mas, por trás dessa “ajuda”, tem uma armadilha que pode complicar ainda mais sua vida financeira. Vamos entender por que esse tipo de empréstimo é uma roubada.

Essas ofertas de empréstimo fácil vêm, muitas vezes, de agiotas. Eles prometem dinheiro na hora, sem complicação e sem exigir uma “papelada” burocrática.

Em alguns casos, tudo o que você precisa é de um cartão de crédito: eles passam o valor com uma taxa de juros alta, que é descontada diretamente do seu limite, e te dão o dinheiro na mão. Parece prático, mas as desvantagens e riscos desse tipo de empréstimo são bem assustadores.

Mas qual o problema desse empréstimo?

Quando você faz um empréstimo com um agiota, está entrando em um sistema que não é regulamentado. Ou seja, nada de proteção do Código de Defesa do Consumidor, nada de regras de juros razoáveis e, pior ainda, nada de garantias legais de que seus direitos serão respeitados. Na prática, isso significa que você fica à mercê do agiota.

1. Juros Altíssimos

A primeira coisa que pega é a taxa de juros. Enquanto bancos e instituições financeiras seguem um limite de juros controlado, agiotas cobram quanto querem. Não é raro ver juros que ultrapassam absurdamente o valor do empréstimo inicial, criando uma dívida quase impossível de pagar.

Veja mais, mas ainda hoje:

2. Pressão e Coação

Outro problema é que, caso você atrase ou não consiga pagar, os agiotas podem apelar para formas de cobrança bem agressivas. Eles operam fora da lei, então não têm o menor problema em pressionar ou intimidar quem está devendo. Isso pode significar desde ligações diárias até ameaças, uma situação completamente desagradável e perigosa.

3. Ciclo de Dívida

Esses empréstimos com juros exorbitantes são projetados pra prender você em um ciclo de dívida. Como os juros são altos demais, muita gente acaba pegando outro empréstimo pra pagar o primeiro. E assim vai… O resultado? Um endividamento crescente que pode levar meses ou até anos pra ser quitado.

Vale lembrar que o dinheiro dos agiotas geralmente vem de fontes não regulamentadas. Isso inclui atividades ilegais, como tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e outros crimes financeiros.

Então, quando você aceita um empréstimo desses, além de estar arriscando sua saúde financeira, também está indiretamente apoiando atividades que não contribuem em nada pra sociedade.

A verdade é que existem alternativas bem mais seguras e que ainda ajudam a resolver o problema de forma justa. Vamos ver algumas opções:

Empréstimo em bancos e cooperativas

Por mais que bancos também cobrem juros, eles são regulamentados. Isso significa que eles seguem normas e não podem, simplesmente, aumentar os juros de um dia para o outro.

Além disso, se houver algum problema, você tem como recorrer e negociar sua dívida. Muitas cooperativas de crédito também oferecem empréstimos com condições vantajosas e atendimento mais humanizado.

Hoje em dia, já existem várias plataformas online confiáveis que oferecem empréstimos pessoais com boas condições e mais flexibilidade de pagamento. Pesquisar e comparar as opções disponíveis pode ajudar a encontrar uma que se encaixe melhor no seu orçamento.

Redes de apoio e aconselhamento

Se a situação estiver complicada, buscar ajuda em órgãos como o Procon ou com especialistas em finanças pode fazer toda a diferença. Eles podem te orientar e até ajudar a negociar dívidas antigas de forma que caibam no seu orçamento, sem precisar recorrer a empréstimos duvidosos.

Tem um celular parado? Uma TV antiga? Esses itens podem ser vendidos pra levantar uma grana extra de forma rápida e sem comprometer seu orçamento com juros absurdos. Plataformas como OLX, Facebook Marketplace e outras redes sociais são ótimas pra isso.

Precisa de um crédito? Evite atalhos perigosos

A tentação de pegar dinheiro rápido, sem perguntas, é grande, especialmente quando as contas se acumulam e as opções parecem limitadas. Mas esse “atalho” que parece resolver o problema pode, na verdade, criar uma série de outros.

Antes de se comprometer com qualquer oferta de empréstimo, pergunte-se: “Essa solução vai ajudar de verdade ou só vai aumentar minha dívida?”

Explore as alternativas seguras, faça um planejamento financeiro, e, acima de tudo, evite propostas que, no fim das contas, só vão transformar seu problema financeiro em um pesadelo ainda maior. Então, da próxima vez que vir um cartaz dizendo “R$ 2.400 ajudaria hoje?”, lembre-se dos riscos e procure outras formas de resolver o aperto.

Rodrigo Peronti

Jornalista, especializado em Semiótica. Já atuou em grandes veículos de comunicação do país.

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