Na casa de grande parcela dos brasileiros, é quase impensável não encontrar um micro-ondas sobre a bancada da cozinha. A conveniência que oferece é inegável, mas paira na internet uma nuvem de especulações e temores acerca dos possíveis efeitos adversos desse dispositivo tão corriqueiro no nosso cotidiano.
Muitas histórias que oscilam entre o medo de doenças graves e a preocupação com a degradação nutricional dos alimentos irradiados por micro-ondas. A verdade por trás dessas alegações é um tema de interesse público e de relevância para a saúde coletiva.
Neste contexto, nos debruçamos sobre as evidências e investigamos a fundo: será que o micro-ondas é um vilão na nossa cozinha ou apenas um mal-entendido protagonista de mitos urbanos? Acompanhe-nos nesta exploração para desvendar se o uso do micro-ondas representa uma ameaça real ou se, pelo contrário, continua a ser um meio prático e seguro de aquecer e preparar nossos alimentos.
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Os micro-ondas são aparelhos eletrônicos surpreendentemente eficientes que se valem de princípios físicos para aquecer os alimentos. Funcionam sob um mecanismo que transmuta a corrente elétrica doméstica em radiação eletromagnética de alta frequência, também conhecida como micro-ondas.
No coração deste aparelho reside o magnetron, uma peça chave que realiza a transformação energética. Este componente é o responsável por converter a energia elétrica que flui da rede doméstica em ondas eletromagnéticas. Estas micro-ondas, ao entrarem em contato com os alimentos, provocam um movimento agitado nas moléculas de água e outros componentes moleculares, processo este que resulta na geração de calor e, consequentemente, no aquecimento da comida.
Circulam rumores de que as micro-ondas emitem radiações nocivas capazes de desencadear enfermidades graves, como o câncer. Tais receios se devem, em parte, à associação da palavra “radiação” com efeitos deletérios, notavelmente devido a tipos de radiação extremamente perigosos em altas doses. Entretanto, o que realmente acontece dentro do nosso eletrodoméstico de cozinha? Aqui vão as explicações científicas e as visões de entidades especializadas sobre o assunto.
Entender a tecnologia das micro-ondas ajuda a dissipar os mitos acerca de seus potenciais riscos. A radiação emitida por esses aparelhos é do tipo eletromagnético, também conhecida como radiação não ionizante. Este é um espectro diferente do da radiação ionizante, tal como a presente em exames de raio X. A radiação não ionizante está presente em vários aspectos do cotidiano, abrangendo desde os telefones celulares até as lâmpadas infravermelhas.
Com uma frequência e energia mais baixas, a radiação das micro-ondas não possui capacidade para alterar a estrutura química dos alimentos. De fato, ela agita as moléculas, produzindo calor, mas sem causar modificação nas substâncias de que os alimentos são compostos.
Mesmo sendo capaz de provocar alterações térmicas, a intensidade dessa radiação dentro dos aparelhos domésticos é significativamente inferior à necessária para causar prejuízos à saúde, graças ao design que mantém as micro-ondas confinadas no interior do equipamento. Eventuais vazamentos, quando ocorrem, exibem níveis tão reduzidos de radiação que não apresentam riscos à saúde, especialmente se as instruções de uso forem seguidas, como manter distância durante o funcionamento e assegurar que a porta esteja bem fechada.
Ademais, os relatos de acidentes mais comuns associados ao uso do micro-ondas estão relacionados a queimaduras térmicas provenientes de alimentos ou líquidos superaquecidos, e não à radiação propriamente dita.
A produção de micro-ondas é estritamente regulada pela FDA (Food and Drug Administration), mais especificamente pelo seu Centro de Dispositivos e Saúde Radiológica (CDRH). Os fabricantes devem cumprir uma série de normas de segurança, dentre elas a de que a radiação não ultrapasse 5 mW por centímetro quadrado a uma distância de aproximadamente 5 centímetros do aparelho, durante toda a vida útil do produto, para obter a certificação de segurança.
Em linha com a FDA, a Organização Mundial da Saúde (OMS) também desmistifica as preocupações, assegurando que cozinhar com micro-ondas não torna os alimentos radioativos, e que os níveis de radiação gerados, se o aparelho for utilizado corretamente, são inofensivos para a saúde humana.
Há um debate recorrente sobre se a utilização do micro-ondas para cozinhar alimentos poderia degradar o seu conteúdo nutricional. O fato é que qualquer forma de cozimento pode modificar os nutrientes presentes nos alimentos, mas será que o micro-ondas é mais prejudicial nesse sentido do que outros métodos?
Para os adeptos da rapidez e praticidade do micro-ondas, a ciência traz boas notícias. Pesquisas indicam que o preparo de alimentos neste aparelho não acarreta uma redução significativa dos nutrientes quando comparado a outros métodos tradicionais de cozimento.
Estudos específicos, como um que analisou o aquecimento de suco de laranja e leite, concluíram que o micro-ondas não compromete os níveis de nutrientes de forma substancialmente diversa de outros procedimentos térmicos. Outra pesquisa apontou que, ao cozinhar um filé de arenque no micro-ondas, não se verificou uma perda maior de ômega-3 do que ao prepará-lo por grelhagem, por exemplo.
A cocção por fervura é muitas vezes apontada como uma das que mais propicia a perda de nutrientes hidrossolúveis, visto que se dissolvem na água. Nesse contexto, o micro-ondas se destaca por requerer menos água e por um tempo de exposição ao calor mais breve, o que pode ajudar na preservação dos nutrientes.
Entretanto, há nuances a considerar. Um estudo revelou que cozinhar certos alimentos como alho e brócolis no micro-ondas por apenas um minuto pode anular substancialmente seus compostos e antioxidantes benéficos à saúde. Assim, a preservação dos valores nutricionais no micro-ondas pode depender do tipo de alimento e do tempo de cozimento.
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