Desde o início dos tempos, a pergunta sobre o que ocorre após o último suspiro tem instigado a curiosidade e o temor da humanidade. Enquanto religiões e filosofias oferecem seus próprios mapas para o além, a ciência tem trilhado seu caminho na busca por desvendar o enigma da morte.
Com os avanços tecnológicos e científicos, agora é possível monitorar a atividade cerebral nos momentos finais da vida, abrindo um novo capítulo nessa eterna investigação. O que realmente acontece quando nosso coração cessa sua batida e os impulsos elétricos no cérebro se silenciam?
No artigo de hoje vamos trazer um estudo muito interessante que aponta as descobertas mais recentes e intrigantes sobre o fenômeno da morte, pontuando as contribuições da ciência para essa questão que tanto nos fascina.
Uma pesquisa recente, publicada agora em setembro pela renomada revista Resuscitation sobre indivíduos que sobreviveram a paradas cardíacas, revela que quase 40% dos que receberam reanimação cardiopulmonar (RCP) apresentaram recordações, vivências semelhantes a sonhos ou algum nível de consciência, mesmo estando em um estado de inconsciência. Adicionalmente, registros de atividade cerebral mostraram indícios de consciência em alguns casos por até uma hora após a reanimação.
Dr. Sam Parnia, pesquisador sênior e professor associado do departamento de medicina da NYU Langone Health, comentou: “Durante uma parada cardíaca, as pessoas transitam entre a vida e a morte, e o que descobrimos é que muitos se sentem conscientes por um período.”
Essa consciência pode se manifestar como uma simples percepção ambiental. No entanto, seis dos participantes do estudo tiveram o que foi descrito como “experiências transcendentais após a morte”.
Parnia detalhou, “Alguns descreveram revisões de vida, sensações de estar em um local familiar, entre outras experiências.”
Diversos pacientes trouxeram à tona detalhes de sua assistência médica, enquanto outros relataram sensações semelhantes a sonhos. As memórias variaram de visões reconfortantes, como encontrar-se com entes queridos ou sentir paz, até delírios mais perturbadores.
Publicada na revista Resuscitation, a pesquisa envolveu o monitoramento de 567 pessoas que sofreram paradas cardíacas em 25 hospitais. Dos sobreviventes, 28 foram entrevistados.
Onze destes sobreviventes indicaram algum tipo de recordação ou consciência durante o processo de reanimação. Além disso, análises da atividade cerebral revelaram atividades que indicavam funções mentais durante a RCP.
Dr. Sheldon Cheskes, especialista em reanimação de parada cardíaca da Universidade de Toronto, que não participou da pesquisa, mencionou: “É um achado surpreendente. Só foi possível com a monitorização da atividade cerebral.”
Em uma parada cardíaca, o coração para de bombear sangue, interrompendo o fluxo para o corpo, inclusive o cérebro. Enquanto a RCP pode manter o paciente vivo por um tempo, a retomada do ritmo cardíaco geralmente requer um desfibrilador.
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No experimento, foram acoplados dispositivos portáteis acoplados aos crânios dos pacientes para registrar tanto os níveis de oxigênio cerebral como a atividade elétrica, sem interferir nos procedimentos médicos. Para avaliar a aprendizagem inconsciente e a percepção, os pacientes foram equipados com fones de ouvido que repetidamente tocavam os nomes de três frutas: maçã, pera e banana.
Entre maio de 2017 e março de 2020, 567 pessoas sofreram paradas cardíacas nos hospitais participantes. Dados úteis de oxigênio cerebral e atividade elétrica foram coletados de 53 desses pacientes. Surpreendentemente, cerca de 40% exibiram algum nível de atividade cerebral, indicando uma possível consciência, mesmo durante a reanimação e às vezes até uma hora após o evento.
A pesquisa revelou que dos 567 pacientes que sofreram paradas cardíacas, 53 sobreviveram. Entrevistas foram conduzidas com 28 desses sobreviventes e com mais 126 indivíduos da comunidade que haviam sobrevivido a paradas cardíacas. Quase 40% relataram alguma forma de consciência durante a experiência, e 20% pareciam ter tido uma experiência de morte recordada.
Um dos aspectos mais intrigantes do estudo é a hipótese proposta por Parnia e colegas, sugerindo que os ‘sistemas de freio’ normais do cérebro podem ser desativados em estados próximos à morte, permitindo o acesso a uma consciência mais completa e vasta. A equipe também levanta questões sobre a resiliência do cérebro à privação de oxigênio, uma descoberta que pode ter implicações substanciais para futuros tratamentos de danos cerebrais.
Lakhmir Chawla, um médico que não esteve envolvido no estudo mas tem pesquisas publicadas em atividades cerebrais relacionadas à morte, elogiou o esforço “hercúleo” do estudo. Ele ressaltou que os resultados deveriam instigar um maior grau de humanidade no tratamento médico, incluindo o tratamento de pacientes em RCP como se estivessem conscientes, o que raramente é feito atualmente.
Chawla ainda sugere que, com base nas descobertas, as famílias poderiam ser convidadas a se despedir de pacientes que parecem estar além do ponto de recuperação, já que há uma possibilidade de que possam ainda ouvi-los.
O estudo marca um passo significativo na compreensão da consciência humana, particularmente durante eventos extremos como paradas cardíacas, e pode ter amplas implicações tanto para a medicina como para nossa visão sobre vida e morte.
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