Eu, você e muitas outras pessoas, muito provavelmente já sentiram a presença de outra pessoa, quando necessariamente não tinha ninguém em volta. Para muitos, esse é um fator psicológico, enquanto para outros pode mesmo ser a presença de alguém que já morreu.
Embora exista muitas crenças por trás dessa situação, este é um fenômeno um tanto quanto comum entre os humanos, e que curiosamente acaba acontecendo com mais frequência quando estamos mais estressados.
Segundo estudo realizado pela BBC, este fenômeno é extremamente comum entre os humanos, e foi intitulado como “fator do terceiro homem“. Quer compreender melhor essa situação e porque sentimos a presença de outras pessoas mesmo quando não tem ninguém? Então confira a seguir!
Dentro do campo da psicologia, a experiência de perceber a presença de uma pessoa que não está fisicamente presente é chamada de “presença sentida”. Este fenômeno foi explorado de maneira abrangente no livro “Presence: The Strange Science and True Stories of the Unseen Other”, escrito por Ben Alderson-Day, professor de psicologia da Durham University.
Alderson-Day descobriu que essas experiências não estão limitadas a situações extremas. Ou seja, indivíduos em situações cotidianas também podem sentir a sensação de que alguém está compartilhando o mesmo espaço, mesmo que essa pessoa não seja visível. Isso pode ocorrer, por exemplo, após a perda de alguém querido ou em indivíduos com quadros de psicose.
Em alguns casos, esse fenômeno pode estar associado à paralisia do sono, onde a pessoa acorda mas não consegue se mover.
Definir precisamente o que envolve a “presença sentida” é um desafio para os pesquisadores, já que ela não é experimentada pelos cinco sentidos físicos humanos. No entanto, essa experiência não está intrinsecamente ligada a ilusões que se manifestam através do pensamento.
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Enquanto explorava mais a fundo esse fenômeno intrigante, Alderson-Day se viu imerso em um terreno que parecia ser uma interseção entre aspectos físicos e psicológicos. Ele observou que, no caso de montanhistas e exploradores, a privação de oxigênio no cérebro poderia desempenhar um papel significativo, uma vez que é sabido que essa condição pode induzir alucinações.
No entanto, é essencial também considerar os aspectos ligados à sobrevivência. Em certo sentido, é possível que essas pessoas estejam evocando a presença de outro ser para auxiliá-las a enfrentar situações extremas.
É interessante notar que alguns indivíduos relatam até mesmo ouvir vozes inexistentes, possivelmente provenientes de uma parte de suas mentes que busca motivá-los a perseverar.
Nos estudos realizados, o professor da Durham University também apontou que mulheres eram mais propensas a relatar essas experiências e mais inclinadas a considerá-las angustiantes.
Essa sensação peculiar de que alguém está presente é mais comum em pessoas que estão passando por estresse físico intenso, uma vez que as informações sensoriais durante esses momentos podem levar à percepção de uma companhia fictícia.
Por fim, a maneira como uma pessoa vivencia a “presença sentida” pode ser moldada por suas emoções e crenças pessoais, influenciando a interpretação do evento. Para Alderson-Day, compreender plenamente esse fenômeno relativamente comum ainda requer um aprofundamento em pesquisas que investiguem tanto a mente quanto o corpo humano.
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